4 de mai. de 2010

Viver o amor no meio do mundo para não vegetar, pede o Papa aos jovens









.- No encontro que sustentou ontem pela tarde com mais de 20 mil jovens da arquidiocese de Turim e várias dioceses próximas, o Papa Bento XVIos alentou a "viver e não vegetar", seguindo o exemplo do beato Piergiorgio Frassati, testemunhando intensamente o verdadeiro amor ante o mundo que nega a existência de compromissos duradouros nas pessoas.

Recordando que há 25 anos João Paulo II dedicou aos jovens uma carta centrada no encontro de Jesus com o jovem rico, quem lhe pergunta o que deve fazer para alcançar a vida eterna. Sobre isto Bento XVI disse: "Hoje não é fácil falar de vida eterna nem de realidades eternas porque a mentalidade de nossa época nos diz que não há nada definitivo: tudo muda e com grande velocidade. Mudar se tornou em muitos casos a contra-senha e deste modo também vós, jovens, se sentem levados a pensar freqüentemente que é impossível tomar decisões definitivas que os comprometam para toda a vida".

Mas, questionou o Santo Padre, "é verdade que para sermos felizes nós temos que contentar-nos com pequenas alegrias fugazes e momentâneas que, uma vez passadas, deixam amargura no coração? Queridos jovens, esta não é a verdadeira liberdade, a felicidade não se alcança assim. Cada um de nós está criado não para tomar decisões provisórias e revogáveis, mas definitivas e irrevogáveis que dêem pleno sentido à existência. Nós o constatamos em nossa vida: gostaríamos que cada experiência bela, que nos enche de felicidade, não acabasse jamais. Deus nos criou tendo em conta o ‘para sempre’ e pôs em nosso coração a semente de uma vida que realize algo bom e grande".

"No diálogo com o jovem que possuía muitas riquezas, Jesus indica qual é maior a riqueza da vida: o amor; amar a Deus e a outros com todo nosso ser. Não há nada maior para o ser humano, que é mortal e limitado, que participar da vida de amor de Deus. Hoje vivemos em um contexto cultural que não favorece as relações humanas profundas e desinteressadas; ao contrário, leva freqüentemente a fecharmo-nos em nós mesmos, ao individualismo. Mas o coração dos jovens é, por natureza, sensível ao amor verdadeiro. Por isso dirijo a vocês com grande confiança e lhes digo: Não é fácil converter sua vida em algo formoso e grande, custa trabalho, mas com Cristo tudo é possível!".

"Vivam este encontro com o amor de Cristo em uma forte relação pessoal com Ele; vivam na Igreja, sobre tudo nos sacramentos", exortou Bento XVI aos jovens.

"O amor de Cristo pelo jovem do Evangelho é o mesmo que sente por cada um de vós. Não é um amor confinado no passado, não é uma ilusão, não está reservado a uns poucos. Que cada um se sinta parte viva da Igreja, envolvido na obra de evangelização, sem medo, com os irmãos na fé e com os pastores, saindo de uma tendência individualista também na hora de viver a fé, para respirar a pleno pulmão a beleza de formar parte do grande mosaico da Igreja de Cristo!".

O Santo Padre pôs como exemplo o beato Piergiorgio Frassati, de quem se celebra o 20° aniversário de beatificação, que "viveu com grande compromisso sua formação cristã, dando um testemunho de fé singelo e eficaz".

Bento XVI recordou que o lema de Frassati era "Viver e não vegetar", e convidou a quantos o escutavam a "descobrirem como ele (Piergiorgio) que vale a pena esforçar-se por Deus e com Deus, responder ao seu chamado nas decisões fundamentais e nas cotidianas, embora isto custe".

"Que o Santo Sudário seja para vós um convite a gravar em seu espírito o rosto do amor de Deus, para serem vocês mesmos, em seus ambientes e com seus coetâneos, uma expressão acreditável do rosto de Cristo".

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