18 de abr. de 2010

Invocar Maria como Rainha da Família, pede o Papa Bento em Malta













18.04.2010 - VATICANO.- No marco de sua Visita Apostólica a Malta, com ocasião do 1950º aniversário do naufrágio de São Paulo, o Papa Bento XVI rezou a oração Mariana do Regina Caeli após celebrar esta manhã a Santa Missa na Praça dos Celeiros em Floriana. Em suas palavras prévias o Papa alentou os presentes a invocá-la como Rainha da Família, recordando sua importância como intercessora dos homens ante Deus.




“Quando se dão as graças, quando temos intenções particulares na oração e quando se pede o amparo celestial para os seres queridos, costuma-se recorrer à Santíssima Virgem Maria, Mãe da Igreja e nossa Mãe”, disse o Pontífice, acrescentando conhecer “a especial devoção do povo maltês à Mãe de Deus, expressa com o grande ardor à Virgem de Lha’Pinu”, e manifestando sua alegria por poder “ter a oportunidade de orar diante da sua imagem, trazida até aqui desde Gozo para esta ocasião”.



O Santo Padre deu de presente à Virgem uma rosa de ouro como “sinal de nossa filial devoção comum à Mãe de Deus” e pediu aos presentes que a invoquem “com o título de Rainha da Família, um título acrescentado às ladainhas lauretanas por meu amado predecessor, o Papa João Paulo II, que visitou mais de uma vez estas terras”.



Deste modo agradeceu aos presentes por toda a acolhida, destacando “o ardor de sua devoção e o apoio de suas orações por meu ministério como Sucessor de Pedro”.



Mais adiante fez também uma exortação a que o Apóstolo São Paulo seja um “exemplo de fé firme e valente frente às adversidades”.



Depois da oração do Regina Caeli e a entrega da Rosa de Ouro para o Santuário Mariano de Lha’Pinu, Bento XVI repartiu sua bênção apostólica e se dirigiu à Nunciatura Apostólica para um almoço com os Bispos de Malta.



Fonte: ACI

Santo Padre Pio: Os verdadeiros inimigos säo os demônios...



















Padre Pio foi bastante amado, mas sabia bem que haviam os inimigos terríveis, que o odiavam à morte. Não eram os homens, que podem ter se enganado por informações recebidas, por preconceitos, por incompreensões. Os verdadeiros inimigos eram os demônios; inimigos do padre e inimigos de qualquer um de nós.



Creio que na vida de Padre Pio se pode deparar, de modo bastante evidente, a uma realidade na qual muitos não crêem, porque esses espíritos agem acultamente. É uma realidade terrível que São Paulo exprime assim: “Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos que lutar, mas contra os principados e potestades, contra os principes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares” (Ef 6,11-12). A indicação que São Paulo fala dos demônios é muito precisa, porque os chama com o nome de sua ordem de classificação. Creio que esta tenha sido uma das missões de Padre Pio: uma luta evidente, para ele visível, contra o verdadeiro e oculto inimigo; o terrível inimigo de todos.



Muitas vezes, principalmente nas transmissões televisivas, me perguntam se vi o diabo e como poderia descrevê-lo. O diabo, como todo o mundo angélico ao qual faz parte, é um espírito; não possui um corpo, não é visível e não é descritível. Se é visto de modo sensível, deve se servir de uma forma fictícia, que assume de acordo com o que vai provocar.



É como os anjos. Quando o arcanjo Rafael se ofereceu de acompanhar o filho de Tobit, tinha a aparência de um jovem com trajes de viagem; Santa Francesca Romana via seu anjo da guarda na forma de um menino belíssimo, e é por isso que vem representada perto de um jovem; outras aparições angelicais assumiram a imagem de um ser luminoso. Adotam aparências diferentes para percebermos sua presença, mas não de acordo com a sua realidade, a realidade de um ser espiritual.



O demônio também segue esse critério. Para fazer notar sua presença, recorre a um aspecto que corresponde ao que vai provocar: medo, sedução, engano. Notamos que Padre Pio, no final da primeira infância, havia tido visões celestiais, tanto que acreditava ser um fato comum a todos. Mas viu também os demônios, quase sempre com aspectos horríveis, que o amedrontavam profundamente. E por toda a sua vida continuou a ver esses seus inimigos cruéis, em aspectos diversos, quase sempre na sua pessoa maligna, ainda que a veste não fosse aquela real de sua natureza de puro espírito.



Em algumas vezes o padre havia visto os demônios como seres horríveis, que o atormentavam, o batiam com ruidos de corrente, deixando-o marcado e sangrando. Outras vezes apareciam como horríveis animais, rosnando e aterrorizando. É muito significativa a descrição dos assaltos demoníacos, que ele fez de onde os superiores o haviam mandado em 1911, para que completasse os estudos e aprendesse as eloquências sacras.



Foi uma das tantas visitas breves e sofridas, que terminaram com o retorno à sua região de Pietrelcina. Foi em Venafro que pela primeira vez se manifestou claramente o mundo interior de Padre Pio, seja pelos assaltos dos demônios, seja pelo êxtase que sempre o seguiram, quando o padre falava livremente ao Senhor ou à Mãe, sem se dar conta se qualquer irmão estava presente e escutava.



O demônio aparecia algumas vezes em forma de um gato negro e selvagem, ou de animais repugnantes: era clara a intenção de incutir o terror. Outras vezes aparecia na forma de jovens moças nuas e provocativas, que dançavam de modo obsceno; era clara a intenção de tentar o jovem sacerdote na sua castidade.



Mas o maior perigo era quando o demônio tentava enganar Padre Pio aparecendo de forma sacra (o Senhor, a Virgem, São Francisco…), sobretudo na forma de pessoas as quais era submisso (o superior da casa, o superior provincial, seu diretor espiritual…).



Para este último caso Padre Pio havia preparado um método de discernimento que depois segueriu a alguns de seus filhos espirituais e que encontramos já em Santa Teresa d’Ávila, mesmo que Padre Pio não tenha lido os escritos da santa carmelita. O que fazer para distinguir?



Quando aparecia verdadeiramente o Senhor, a Virgem, o anjo de guarda, o padre havia notado que uma rápida sensação de temor, de espanto; mas depois, terminada a aparição sentia grande paz.



Quando, ao contrário, era o maligno que se apresentava em uma aparência sacra, o padre sentia uma alegria imediata, atrativa; mas depois ele tinha a impressão amarga, uma grande sensação de tristeza.



E as almas próximas, o que via Padre Pio? Talvez visse claramente o despojo de Satanás. Em todo caso, Padre Pio o disse à pessoa interessada e somente a ela. Penso que normalmente não visse o demônio, mas o combatia com força; sabia muito bem a sua ação principal, aquela a qual todos nos sujeitamos, da tentação. Ainda, durante as confissões, fazia gestos com as mãos como que para afastar qualquer coisa. Rezava ao Senhor para libertar o penitente das tentações ou dos hábitos cativos; Santo Afonso, que é mestre nesta matéria, sugeria que os confessores, em certos casos, fizessem mentalmente um pequeno exorcismo, antes de proceder a confissão.



Creio que se possa dizer com certeza que a maior luta de Padre pio com o demônio acontecia para salvar as almas, seja na confissão, seja quando rezava por todos os seus filhos.



Recordo que na luta contra a ação extraordinária do demônio, Padre Pio tinha um particular poder e um particular discernimento, como vemos em tantos santos e santas, por serem exorcistas e não como faziam o exorcismo. Muitas vezes encontrou pessoas possessas pelo demônio e o comportamento do padre variava de caso em caso.



Direi que havia um particular discernimento de saber se a pessoa estava pronta ou não para a libertação. Uma vez um sacerdote acompanhou um jovem, carregado por dois robustos amigos, que no momento da comunhão gritou e contorceu-se com força; os olhos de Padre Pio somente tremeram, o padre olhou sisicamente para ele e disse somente uma palavra: “Vá-te”. Naquele momento o jovem foi libertado.



Mas as libertaçõies imediatas são raras. Lembro de uma moça que vinha companhada no momento da Comunhão porque era muito pertubada pelo Maligno: batia os dentes, virava e revirava a cabeça; Padre Pio estava com uma partícula na mão e se recusava a lhe dar a Comunhão.



Uma outra vez, o padre Faustino Negrini foi acompanhado de uma moça, Agnese Salomoni, saída de uma possessão tremenda, “porque era a melhor moça da paróquia”, e haviam feito um malefício contra ela. Agora aquele sacerdote, pároco de Torlone Casaglio (Brescia) não sabia que terminaria sua longa vida como exorcista diocesano. Padre Pio deu uma simples benção, que parecia sem fruto. Depois encarregou o páraco de terminar a libertação, que, precisou de três anos de orações” creio que Padre Pio havia entendido que não era a hora de libertá-la.



Outras vezes, o Padre aconselhou exorcistas, em quase todos os casos, recomendando-os. Foi assim com Pe. Cipriano, de S. Severo e com Pe. Cândido, de Roma; encorajou e acompanhou o confrade Pe. Tarcíssio de San Giovanni Rotondo, que escreveu um pequeno livro sobre este lado da vida de Padre Pio.



Padre Pio sempre obedeceu as autoridades eclesiásticas, também a custo de um heróico sofrimento, sempre com estima e amor. A luta de toda a sua vida foi ininterruptamente conduzida contra o inimigo de Deus e das almas, o demônio.



Ele os viu em multiplas formas e levou muitas pancadas, que penso terem sido permitidas para recordar o mundo incrédulo de hoje sobre essa presença. Os fatos externos, visíveis e dolorosos de Padre Pio dão uma pequena idéia dos acontecimentos ocultados, da gravidade do pecado, contra tudo aquilo o que devemos lutar.



(Padre Pio - Breve história de um santo, do Pe. Gabriele Amorth)



Fonte: http://www.odesertoefertil.com.br

João Maria Vianney - o cura d’Ars: O Bom Pastor



















18.04.2010 - João Maria Vianney tomou consciência de sua grande responsabilidade de vigário: “Se o padre estivesse plenamente consciente da grandeza de seu ministério, só isso valeria”. Ele se reconhecia o representante de Deus diante de seus 230 paroquianos, mas, acima de tudo, representante deles perante Deus: “Deixai uma paróquia vinte anos sem vigário, e os animais passarão a ser adorados”. Exortava frequentemente os paroquianos a se converterem, mas estava convencido de que eles não o fariam sem sua ajuda permanente, sem suas orações mais fervorosas. Como muito pouco sabiam do que significava amar a Deus, pensava ser sua competência suprir o que neles faltava. Aí estava uma das razões de suas preces, de sua penitência, de suas preocupações: “Se eu soubesse tudo o que teria de enfrentar sendo Cura, teria morrido de tristeza. Não estou agastado de ser padre para celebrar a Santa Missa, mas não gostaria de ser vigário… estou enfadado… De que temor não deve ser tomado um pobre padre diante de um ministério tão extraordinário!…”.




Na primavera de 1818, começou a confiar nos que julgava melhores. Convidou três ou quatro mulheres mais velhas para freqüentar a missa dos dias de semana e lhes propôs comungarem diariamente. Ensinou-as a rezar o Rosário da Virgem Maria. Incentivou-as a reunir as crianças que ficavam entregues aos cuidados das avós enquanto as mães trabalhavam. Seis meses após sua chegada, esse pequeno grupo já se reunia aos domingos de manhã no jardim da casa paroquial. Rezavam, cantavam e ouviam o Cura. Acabaram formando a “Confraria do Rosário”. Dois ou três anos depois, congregava não só velhas e crianças, mas também esposas, mães e jovens, que renunciavam ao prazer da dança.



Era verdade: o Cura não gostava nada da dança dominical, nem dos dançarinos. Abominava, acima de tudo, a frivolidade dos costumes.



Pouco tempo depois de sua chegada a Ars, celebrou o primeiro casamento. Fato banal e até mesmo feliz? Podia ser… Mas… o noivo tinha apenas 18 anos, e a noiva, 14! Três meses depois celebrava o Batismo do filho deles. Ele sabia como os jovens gostavam de se reunir na pracinha atrás da igreja, o “Disfarce”, e que essas reuniões estavam sendo ocasião de desordens. Os jovens ficavam ouvindo música a tarde inteira, “quase todo domingo”, escreveu Catarina Lassagne, e acrescentou: “A presença do Cura ainda não conseguiu modificar este hábito. Somente aos poucos é que ele vai-se extinguindo”. João Maria Vianney intervinha, falava-lhes da presença de Jesus na Eucaristia, no Sacrário, na igreja… “Ah! Se tivéssemos fé, se estivéssemos bastante compenetrados da presença de Nosso Senhor nos altares com suas mãos repletas das graças, buscando distribuí-las, com que respeito nos comportaríamos em sua presença!”. Uma testemunha declarou: “As moças, então, começaram a sentir-se pouco à vontade quando se divertiam a poucos metros da igreja, que já não era mais para elas um monumento qualquer, mas uma casa onde verdadeiramente habitava o bom Deus”.



O Cura convenceu alguns pais e mães de família, em especial o prefeito e alguns membros do Conselho Municipal a decidir que não haveria mais bailes no “Disfarce”, por ser muito perto da igreja. Os bailes que viessem a ocorrer seriam realizados na periferia da aldeia. O prefeito transformou o “Disfarce” em depósito de areia e cascalho. Alguns rapazes, inconformados, roubaram o material. O prefeito ameaçou-os com multa, mandando anunciar-lhes a medida, através de seu guarda-florestal ao som do tambor!



Finalmente voltou a calma. Os bailes tornaram-se mais raros em Ars e as moças, pouco a pouco, foram deixando de comparecer. Os rapazes custaram a se conformar, já que tinham de freqüentar os bailes das aldeias vizinhas.



João Maria Vianney era radicalmente contra bailes e danças porque via nisso ocasiões favoráveis à luxúria e à impureza, “esses pecados que os demônios nos fazem cometer, e que eles próprios não cometem”. Sua experiência de vigário o autorizava a dizer: “De todos os pecados, o da impureza é o mais difícil de arrancar. Quão difícil é corrigir-se inteiramente!”. Antes de condenar, porém, preferia exaltar a pureza do coração e do corpo: “Ser rei… triste situação: a pessoa é rei para os homens! Mas estar em Deus, estar em Deus todo inteiro, sem reservas, o corpo em Deus, a alma em Deus!… o corpo casto, a alma pura… nada há de mais belo!”.



João Maria Vianney lançou-se, em seguida, contra os beberrões. Havia um botequim muito perto da igreja, no largo do “Disfarce”. A desativação dos bailes fez com que ele perdesse quase toda clientela domingueira. Ficaram uns poucos beberrões. “Nós afogamos, nós asfixiamos nossa alma no vinho”, bradava ele. O dono do botequim viu-se na contingência de aceitar a ajuda de João Maria Vianney, ele que havia dito que o Cura havia pago para fechar o botequim!



João Maria Vianney: o cura d’Ars – Marc Joulin, 6. ed. – São Paulo: Paulinas, 2009, PP. 57-58



Fonte: http://fratresinunum.com