* Para os que -ainda!- tinham dúvidas sobre o deus do livro “A Cabana”…
setembro 10th, 2011Mariana Zylberkan – Revista Veja
Como você avalia a reação dos leitores brasileiros a seu livro, já que é este é um país essencialmente católico?
Leitores me dizem que o livro mudou suas vidas. E a maioria agradece pelo fato de terem ampliado sua visão de Deus após ler A Cabana. Os brasileiros são altamente espiritualizados. O livro foi traduzido para 41 idiomas, mas a versão em português é a mais lida, logo após a publicação em inglês. Isso significa que esse tipo de história fala diretamente aos seus corações. Sinto que os brasileiros são muito receptivos a discussões sobre o sofrimento, a dor e as questões da vida.
Por que as pessoas buscam publicações que as ajudem a pensar na vida?
As pessoas querem encontrar alguém que lhes diga o que devem fazer. Mas eu não quero ser essa pessoa. Desejo apenas levantar os questionamentos que levanto por acreditar que cada ser humano é importante e que as decisões que tomam são significativas para o funcionamento do universo.
O senhor sente que interfere na vida dos leitores quando escuta declarações de que A Cabana mudou suas vidas?
Eu costumo dizer que não tenho nenhum poder em fazer isso. Não posso curar ninguém e muito menos mudar a vida de uma pessoa. Mas Deus utiliza diversos recursos para tocar os nossos corações – uma música ou as palavras de um livro. A Cabana foi um presente para meus filhos, agora todo o mundo está lendo esse presente dedicado a eles. Nunca premeditei esse sucesso, nunca foi minha intenção.
Qual é a mensagem por trás do grande sucesso de A Cabana?
Acredito que as pessoas estão em busca de si mesmas. Há muitas condições atuais que levam a isso. O acesso à informação é mais amplo hoje. Antigamente, políticos e religiosos impunham obstáculos imensos para que a sociedade fizesse perguntas pertinentes ao seu autoconhecimento e crescimento espiritual. A internet e a velocidade da comunicação acabam com esses obstáculos. Isso nos faz começar a entender que somos uma única família, a raça humana.
Essas conclusões o inspiram a escrever um segundo livro?
Sim, sem dúvidas. Eu sempre fui escritor, mas nunca achei que mais ninguém fosse se interessar pelo que eu escrevo além de parentes e amigos. Há três anos e meio, eu tinha três empregos para sustentar minha família. Minha ocupação principal era como encarregado de uma pequena fábrica, eu enviava e recebia encomendas, limpava os banheiros, ou seja, sou uma pessoa bem comum. Estou apenas no meio de uma vivência fantástica.
Então, a vida melhorou bastante, não?
No fundo, tudo não passa de uma questão de perspectiva. Não há nada de errado em limpar banheiros para viver. Se for possível sentir a presença de Deus, não importa o tipo de atividade que se pratica.
O que planeja para seu segundo livro?
Será outra ficção com a mesma mensagem. Não será uma sequência de A Cabana, mas sim uma história diferente que irá envolver questões de relacionamento e sobre o mundo através dos olhos do próximo.
Em que estágio está a adaptação de A Cabana para o cinema?
Eu estou curioso a respeito disso, há incertezas envolvidas nessa produção. Não tenho previsões. Os direitos autorais do livro pertencem aos donos da pequena editora criada apenas para publicar A Cabana, que foi recusada por muitos publishers. Eles podem fazer o que quiserem com a história e isso é totalmente aceitável para mim. Eu não ligo.
Quem escolheria se pudesse indicar alguém para interpretar um de seus personagens?
Escolheria Queen Latifah para ser Papa (a mulher negra e voluptuosa que representa Deus no livro). Ou até mesmo Oprah Winfrey, porque ela já sabe como interpretar Deus. Isso é apenas uma piada, é claro (risos).
Qual é o lado positivo de se engajar em alguma religião?
Entidades religiosas realmente têm ações positivas, administram hospitais, promovem a educação e ajudam os menos favorecidos. As religiões também tendem a oferecer valores morais à sociedade. Mas, por outro lado, esses valores se tornam limitantes porque impedem as pessoas de se relacionar livremente.
Acredita que há um exercício de poder inerente às religiões?
Sim, a religião em si é maligna.As mulheres, por exemplo, sofrem terríveis abusos por conta dos sistemas religiosos.
Cria-se um sistema de poder que demanda dinheiro dos fiéis para manter a máquina em funcionamento, além de separar quem é realmente espiritualizado de quem não é. A maioria das guerras foi fundamentada em princípios religiosos. Isso já é um indício de que há algo errado com a ideologia religiosa. Jesus Cristo não veio à Terra para criar uma nova religião, sua missão foi destruir o pensamento religioso para incentivar os relacionamentos humanos. É isso que eu quero fazer com meus livros.
Mariana Zylberkan
E tem padre que manda seus fiéis lerem a Cabana...
ResponderExcluirFrancamente...
O pensamento de William P. Young, típico dos tempos modernos, revela-nos algumas características falhas. Na ilustrada da Folha de São Paulo ( não recordo-me a data)está relatado que o referido autor foi abusado num colégio cristão em sua infância. Percebe-se a história se repetir... Assim como Freud, em sua teroria, ensina a matar a autoridade paternal (tudo isso porque viu seu irmão sendo abusado por seu pai e quase foi, também ele, abusado pelo mesmo) Young ensina a matar a religião. Infelizmente nosso irmão não entendeu nada da mensagem Evangélica, não soube utilizar a espada Cristã para separar o pecado do pecador, não conseguiu enxergar a Igreja Santa e Imaculda e seus filhos, pobres e pecadores. Meus irmãos, sugiro seguirmos a inequívoca Igreja milenar a deixarmo-nos guiar por este -para usar a expressão bíblica- ''ventre'' ferido.
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