Atualmente desacreditados, tidos como “terroristas climáticos”, os ambientalistas falam cada vez menos em “aquecimento global”, expressão que vai sendo substituída por “mudanças climáticas”...
Alejandro Ezcurra Naón
Neve caindo em Miami; granizo sem precedentes na Arábia Saudita; congelamento do Mar Báltico; a nevada mais forte, em quase um século, em Moscou; e a maior da história de Washington (100 cm – um metro! – de neve); a França varrida por um vendaval gelado, com ventos de até 150 km por hora; e a Inglaterra paralisada por onda de frio, gelo e neve...
Na China como no México — que registrou as temperaturas mais baixas dos últimos 124 anos —, na Europa e até nos países da África saariana, como a Argélia, as temperaturas despencaram a níveis sem precedentes: –18°C na Espanha, –20°C na Alemanha e na Holanda, –23°C na Áustria, –41°C na Noruega, deixando trágico saldo de centenas de mortos, energia cortada, caos no transporte aéreo, terrestre e fluvial.
Assim começou o ano de 2010 no hemisfério norte. Mais modestamente, no hemisfério sul, nos dois últimos invernos nevou em Buenos Aires, o que não sucedia há mais de 80 anos. O que significa tudo isso? O que aconteceu com o tão propalado “aquecimento global”?
Que há uma anomalia climática, é indiscutível, e os rigores do último inverno boreal o demonstram. Mas sucede curiosamente que políticos e cientistas vinculados à esquerda — como o ex-vice-presidente e candidato democrata derrotado à presidência dos EUA, Al Gore — entregam-se há alguns anos a uma espécie de terrorismo climático unilateral. Segundo eles, o mundo sofre um processo de “aquecimento global antropogênico” (gerado pelo homem), devido à excessiva emissão de gases contaminadores da atmosfera.
Apóia essa versão uma montanha de dados assustadores, fornecidos sobretudo pelo “Painel Inter-governamental sobre Mudanças Climáticas” (IPCC) das Nações Unidas e o Climate Research Unit (CRU), da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, um dos centros de investigação mais empenhados em demonstrar a existência de tal fenômeno.
Os dirigentes políticos máximos mundiais repetiam servilmente as advertências alarmistas do CRU, propaladas por gigantesca ofensiva publicitária. E Al Gore foi apresentado como uma espécie de salvador da humanidade, culminando com a concessão do Prêmio Nobel da Paz de 2007. Seu filme An Inconvenient Truth (Uma Verdade Inconveniente) ganhou o prêmio da Academia de Hollywood como o melhor documentário, e seu áudio do mesmo filme obteve o Grammy de melhor vocalização.
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Mito que desmorona...
Mas em fins do ano passado descobriu-se que os dados da CRU eram manipulados. Esse instituto já havia sido interpelado pelo Competitive Enterprise Institute, dos EUA, por ter destruído suspeitamente seus registros originais de temperaturas, sob a alegação de “falta de espaço”. Pouco depois, hackers conseguiram extrair milhares de arquivos (sobretudo e-mails) dos computadores da CRU, nos quais seus principais cientistas jactavam-se de ter forjado informações falsas para “demonstrar” que o mundo está aquecendo. Rapidamente essas mensagens passaram a circular na Internet. A conspiração ficou patente, o escândalo saltou para a imprensa, e a Universidade de East Anglia teve que admitir a autenticidade desses arquivos comprometedores. Tudo isso aconteceu poucos dias antes da Conferência das Nações Unidas sobre mudança climática em Copenhague, em dezembro de 2009.
Com a desqualificação dos relatórios alarmistas sobre o aquecimento — que constituíam o eixo de suas deliberações — o imponente fórum com 25 mil assistentes foi a pique. De seu estrepitoso fiasco só se resgatou um tênue compromisso de limitação de emissões de carbono por parte de algumas nações. O que equivale a nada!
Phil Jones, diretor do CRU e principal responsável pela farsa climática, foi deposto de seu cargo após ter admitido ser o autor dos e-mails, qualificados por ele de “espantosos”. Declarou que, ao ser descoberto, “pensou em suicidar-se”. A isso seguiu-se a renúncia do secretário executivo da Convenção da ONU sobre mudança climática, o notório “aquecimentófilo” holandês Yvo de Boer. E não era para menos: o abalo ocasionado por essa fraude — denominada “climagate”, por associação com o Watergate – foi de tal monta, que o conhecido colunista conservador inglês, lorde Christopher Monckton, chegou a exigir a dissolução das Nações Unidas...
Em resumo, este foi o incrível itinerário — do apogeu midiático ao estrepitoso fracasso — do mito do aquecimento global, que passará para a História como a maior fraude científica.
Nasce então a pergunta: o que havia por detrás dessa gigantesca manobra em escala mundial? Qual a intenção de seus promotores?
Guerra psicológica e ecologia
Como é do conhecimento de muitos dos nossos leitores, a Revolução anticristã tem por meta a anarquia (ausência de governo e de Estado), forma extrema de comunismo, que é a mais oposta ao ideal católico de sociedade. Mas para chegar a esse extremo é necessário desmantelar toda a atual estrutura organizativa do mundo. Tarefa nada fácil, e a única forma de alcançar esse objetivo seria levar os homens a desejar tal desmantelamento.
Assim, desde os tempos dos hippies e da revolução da Sorbonne em maio de 1968, procura-se propagar a idéia de que nossa civilização tornou-se inviável. Para esse objetivo contribui poderosamente o terrorismo ambiental, exagerando problemas reais do mundo industrializado tais como a hipertrofia das megalópoles contemporâneas, para concluir que devemos deixar a vida civilizada e migrar para um estilo de vida simples, miserabilista e neotribal – único “natural”, segundo os “terroristas ambientais”, e que não geraria nenhum tipo de contaminação, entre outras vantagens. Ou seja, para enfrentar o atual desequilíbrio social, os agentes da Revolução propõem saltar para um desequilíbrio oposto, e evidentemente muitíssimo pior.
A divulgação do mito de um “aquecimento global”, supostamente provocado pelas emissões de CO², constitui gigantesca manobra de guerra psicológica revolucionária, encetada para se avançar na direção do miserabilismo neotribal. Em extremos aberrantes, alguns cientistas chegaram ao ponto de propor redução drástica da população mundial a uma terça parte da atual, servindo-se do argumento simplório e falso de que cada ser humano, ao respirar, emitiria demasiado CO², envenenando a atmosfera...
Devemos alegrar-nos pelo fato de que, com o desmascaramento da fraude, o mito do “aquecimento global” — e com ele a utopia revolucionária — recebeu um duro golpe. Mas estejamos atentos, porque outros mitos-pesadelo, outras fraudes inspiradas pelo demônio, “pai da mentira” (Jn 8, 44), não tardarão em substituí-los.
fonte: Revista Catolicismo
http://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?idmat=EA3C1CD1-3048-313C-2EA0BC912280C623&mes=Abril2010
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