Estava lendo um trecho do Segundo Livro das Crônicas. Deparei-me com uma frase que me impressionou, de tão real. Era a dura censura de um profeta, um tal de Hanani, ao rei Asa, de Judá. O governante tinha pedido ajuda ao rei de Aram na sua luta contra o rei Baasa, de Israel. Procurou ajuda noutro rei e não no Senhor... No aperto, foi lógico: procurou o apoio nos exércitos de um rei amigo. No entanto, as palavras de reprovação do Profeta Hanani são tremendas: “Porque te apoiaste no rei de Aram e não no Senhor teu Deus, as forças do rei de Aram escaparão de tuas mãos” (2Cr 16,7).
É isto mesmo, e se repete tanto, ainda hoje, ainda agora, comigo e com você, caro Leitor meu: toda vez que nos apoiamos em nossos cálculos, em nossas muletas, sejam de que tipo for, terminamos perdendo tudo. Sim, porque nossas muletas, nossos apoios humanos, nossas falsas seguranças nos escapam! O que é perene realmente, a não ser o Senhor?
Pense, Leitor! Pense e pense novamente: o que é perene nesta vida? O que é consistente neste mundo? O que é realmente garantido, assegurado? A resposta é tremenda: nada! Nada fora de Deus se sustenta realmente e nos assegura a vida! Tudo aquilo em que pomos nossa segurança e nosso tesouro de modo absoluto, nos escapa das mãos, como as forças e os exércitos do rei de Aram faltaram ao Rei Asa, de Judá! É a insustentável leveza do ser, sua fugacidade radical, aquela dolorosa constatação do Eclesiastes: “Vaidade das vaidades: tudo é vaidade!” (Ecl 1,1), tudo é fugacidade, é inconsistência...
É de nós mesmos, um vício nosso, fruto do nosso pecado original: a teimosia em buscar seguranças, alicerces e certezas certas fora de Deus e até contra Deus... No entanto, somente ele, o Senhor, é nossa certeza, somente ele, a Realidade real, que nunca nos faltará e pode ser apoio e rochedo da nossa incerta existência!
Cada vez que eu ou você buscarmos apoio absoluto, certo e garantido nas coisas que passam, ouviremos, dolorosamente, a terrível constatação: “Porque te apoiaste nessas coisas, nessas pessoas, nessas situações, e não no Senhor teu Deus, as forças dessas coisas, dessas pessoas, dessas situações escaparão das tuas mãos”, porque tudo passa. Só Deus permanece, só Deus basta!
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