13 de mar. de 2011

As verdades inconvenientes da pílula do dia seguinte


Quando se faz a leitura atenciosa da bula de uma das muitas pílulas do dia seguinte, à venda livremente nas farmácias brasileiras, vamos nos surpreender com a advertência de que tal medicamento não pode ser usado na presença de uma gravidez, e mais surpresos ainda ficamos quando constatamos que tal advertência aparece oito vezes no texto.Esta hipocrisia, que não deixa de ter seu aspecto jocoso, não tem nada a ver com o bem estar e a saúde das mulheres; trata-se, simplesmente, de um recurso que os grandes laboratórios utilizam para fugir de pendências jurídicas ou processos indenizatórios.
.Quando uma mulher faz uso desses dois comprimidos, na maioria das vezes o Levonorgestrel (derivado da 19-nortestosterona), e em dosagens que equivalem de 7 a 11 comprimidos das pílulas comuns de uso diário, pode-se resumir em dois tipos de ocorrências:
.- No primeiro caso, a mulher está fora do período fértil e portanto não ficará grávida; terá uma modificação no seu ciclo e, após alguns dias ocorrerá um sangramento, tipo menstrual, mas variável, além de eventuais efeitos colaterais, às vezes bastante desagradáveis. Quando o assunto "complicações" é tratado nessa bula, as palavras "morte" e "morrer" aparecem três vezes. Uso inútil do medicamento, já que seu interesse maior era livrar-se de uma possível gravidez que nunca existiu.- Já no segundo caso, a mulher realizou um ato genital no período fértil que, surpreendentemente, em pleno século XXI, a maioria desconhece, e vai ficar grávida.Sabe-se que, logo após o ato genital, a entrada dos espermatozóides no colo do útero, com a presença do muco cervical, é muito rápida. Segundo Speroff e colaboradores, 90 segundos após a ejaculação, já se pode encontrar os gametas masculinos no endocérvice (porção interna do colo uterino).
Estudos feitos, em casos de esterilidade conjugal, mostram que 5 minutos após a inseminação, feita no interior da cavidade uterina, já se detecta espermatozóides nas trompas, na região onde vai ocorrer a fecundação. Portanto, alguns minutos após o orgasmo masculino, já é possível a presença dos gametas do macho em volta do óvulo.Assim, ao ingerir os dois comprimidos, horas ou mesmo um ou dois dias após o ato genital, já existe uma gravidez em desenvolvimento.
Em virtude das altas doses desse hormônio sintético que o medicamento contém, as alterações nas gonadotrofinas hipofisárias, a interrupção do desenvolvimento do folículo ovariano, as alterações tubárias e outras, mas, principalmente, pela descamação endometrial que vai ocorrer, justamente no local onde se implanta a nova vida, esta será fatalmente eliminada, junto com o sangue menstrual.Claro que, também aqui, os efeitos colaterais irão se repetir.
Esta é a inequívoca ação abortiva da pílula do dia seguinte, e da qual a esperteza comercial, a irresponsabilidade pública e a banalização do ato genital farão um sucesso de vendas nos próximos anos, especialmente entre as adolescentes.
Mais uma vez, a sociedade machista, que aí está, libera o homem de sua responsabilidade, pela violência que continuará cometendo contra a mulher.

Dr. Eurico Alonço Malagodi (médico, autor do livro "Mulher, o último elo")

POSTADO ORIGINALMENTE NO BLOG DO PROF. FELIPE AQUINO

http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2007/03/03/as-verdades-inconvenientes-da-pilula-do-dia-seguinte/

Extraído de: http://www.cleofas.com.br/ver_conteudo.aspx?m=doc&cat=121&scat=189&id=2081

A ''pílula do dia seguinte'' é abortiva?

A Biologia conceitua fecundação ou fertilização como o processo de união do espermatozóide com um óvulo, seguido de fusão dos seus respectivos núcleos.

Logo após ter sido fecundado, o óvulo passa a ser uma célula-ovo ou zigoto. Nele já estão determinadas todas as características como o sexo, a cor dos olhos e do cabelo, a estatura, o potencial da inteligência e em certa medida a base da personalidade. Começa a célula-ovo ou zigoto a se dividir, dando início à formação do embrião. Decorridos cerca de sete dias, o embrião já é uma esfera, que se fixa na parede do útero.

Segundo Brian Clowes, PhD, em seu livro "The Facts of Life", com edição em Português publicada no Brasil pela Associação Nacional Pró-Vida, em 1999 (págs. 86 e 87), até meados dos anos 60, os cientistas reconheciam, universalmente, que a concepção ocorria no momento da fertilização do óvulo pelo espermatozóide.

Com apoio dos defensores do aborto e controladores de população, na época em que já se realizavam pesquisas sobre abortivos no Japão e em vários países europeus, em 1965, mudou-se a definição. De acordo com ela, a concepção passou a ser a implantação de um óvulo fertilizado.

Em 1984, conforme consta no mesmo livro, Dr. Richard Sosnowski, chefe da Associação Sulista de Obstetras e Ginecologistas, realçou de forma bem clara esta estratégia: "É realmente incômodo para mim que, sem nenhuma evidência científica para validar a alteração, a definição da concepção como a penetração espermática bem sucedida em um óvulo, tenha sido redefinida como a implantação de um óvulo fertilizado. Parece-me que a única razão disso foi o dilema criado pela possibilidade do dispositivo contraceptivo intra-uterino funcionar como abortivo".

A ação da pílula do dia seguinte, considerada "eficaz", se ingerida no período de 12h a 72h, impede a fixação, no útero, do óvulo fertilizado. Pode-se dizer, com um mínimo de discernimento, que se a concepção somente é possível com a fertilização, na fertilização está o início de uma vida humana. Ou será que o início deixou de ser o princípio ou o princípio deixou de ser o início? Não tenho dúvida de que a pílula do dia seguinte é abortiva - embora o Conselho Federal de Medicina diga que não - e que as alterações na terminologia (pós 1965) pertinente ao início da vida, como diz Brian, funcionam para matar os embriões.

Do ponto de vista jurídico, o Desembargador José Renato Nalini, em artigo intitulado "Feto é Gente", comenta que o nascituro pode ser autor em juízo: "Primeiro vive-se num Estado de Direito de índole democrática em que o constituinte erigiu a vida como o primeiro dos direitos fundamentais. (...) No momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo, ocorre o mágico fenômeno da concepção. Passa a existir um ser que já possui todas as características definidoras daquele fluxo que já não pode ser interrompido. É um ser vivo portador de um patrimônio genético próprio (...) Tudo o que representar vulneração a esse direito fundamental à vida, é vedado pela ordem constitucional". E diz, ainda, o autor do artigo: "Com razão maior, aquele que já foi fecundado é gente, tem direito a assistência pré-natal, tem direito a impedir que sua mãe pratique aborto (...)".

Quanto às razões dos que creem na Palavra de Deus, dentre outras passagens bíblicas, cito o profeta Jeremias (1,5): "(...) antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te conheci; antes que nascesses, Eu te consagrei (...)".

Embriões e fetos são seres portadores de DNA próprio e original, e não uma parte anexa ao corpo da mãe. Em defesa dos indefesos - em todas as etapas de sua vida, independentemente da forma com que foram gerados -, proteste contra a pílula do dia seguinte!


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Maria Cristina Castilho de Andrade

Agente das Pastorais da Mulher e Carcerária e autora do livro de crônicas (verídicas):

Nos Varais do Mundo/ Submundo - Edições Loyola, SP 2002.


criscast@terra.com.br


Extraído de: http://www.cleofas.com.br/ver_conteudo.aspx?m=doc&cat=121&scat=189&id=2045

Sermão de Santo Antônio de Pádua para o I Domingo da Quaresma



"O tentador aproximou-se de Jesus e disse-lhe: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães” (Mt 4,3). O diabo em circunstâncias semelhantes procede de maneira semelhante. Com a mesma tática com que tentou Adão no paraíso terrestre, tentou também a Cristo no deserto e continua tentando qualquer cristão neste mundo. Tentou o primeiro Adão pela gula, pela vanglória e pela avareza e, tentando-o, venceu-o. Ao segundo Adão, isto é, Cristo, ele tentou de maneira semelhante, mas no foi vencido no seu intento porque quem ele tentava então não era somente um homem, mas era também Deus! Nós, que somos participantes de ambos, do homem segundo a carne e de Deus segundo o espírito, despojemo-nos do homem velho com suas obras que são a gula, a vanglória e a avareza e vistamo-nos do homem novo, renovados pela confissão, para frearmos, com o jejum, o desenfreado ardor da gula, para abatermos, com a humildade da confissão, a altura da vanglória, para pisarmos, com a contrição do coração, o denso lodo da avareza. “Bem aventurados, diz o Senhor, os pobres em espírito”, isto é, os que têm o espírito dolorido e o coração contrito, “porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,3).

Procure ainda observar que, assim como o diabo tentou de gula o Senhor no deserto, de vanglória no templo, de avareza no cimo do monte, assim também faz conosco todos os dias: tenta-nos de gula no deserto do jejum, de vanglória no templo da oração e do ofício, de tantas formas de avareza no monte dos nossos cargos. Enquanto fazemos jejum, ele nos sugere a gula, com a qual pecamos em cinco maneiras, como diz o verso: “antes do tempo, abundantemente, demais, com voracidade e com delicadeza exagerada” (São Gregório). ANTES DO TEMPO, isto é, quando se come antes da hora; ABUNDANTEMENTE, quando se excita a gulosice da língua e se quer aumentar um apetite fraco com temperos, especiarias e toda espécie de comida; DEMAIS, quando se come mais comida do que o corpo necessita; pois dizem alguns gulosos: temos que fazer jejum, então vamos comer para suprir de uma só vez tanto o o almoço quanto a janta. Estes são como o bicho-da-seda que não sai da árvore em que está até não devorá-la completamente. O “bruco” (bicho-da-seda) é chamado assim porque é feito quase só de boca e simboliza muito bem os gulosos que são tudo, gula e barriga, e assaltam o prato como se fosse uma fortaleza e não o deixam se antes não o devoraram todo: ou se estoura a barriga ou se esvazia o prato! COM VORACIDADE quando o homem se joga sobre qualquer comida como se fosse assaltar uma fortaleza, abre os braços, estica as mãos, come com todo seu corpo; à mesa é como um cão que, na comida, não quer ter rivais. COM DELICADEZA EXAGERADA quando se procura só comidas deliciosas e preparadas com grande esmero.

Como se lê no primeiro livro dos Reis, sobre os filhos de Heli, que não queriam aceitar a carne cozida, mas só a crua, para poderem prepará-la com mais temperos e outras iguarias. Semelhantemente, o diabo nos tenta de vanglória no templo. Com efeito, enquanto estamos em oração, enquanto recitamos o ofício e estamos ocupados na pregação, somos assaltados pelo diabo com os dardos da vanglória e, infelizmente, muitas vezes feridos. Existem efetivamente alguns que, enquanto oram e dobram os joelhos e soltam suspiros, querem ser vistos. E há outros que, quando cantam em coro, modulam a voz, fazem falsetes e desejam ser ouvidos. Enfim, há também os que, quando pregam, elevam a voz como trovão, multiplicam as citações, interpretam-nas a seu modo, giram-se pra cá e pra lá e desejam ser louvados. Todos esses mercenários - acreditem-me - “já receberam sua recompensa” (Mt 6,2) e colocaram sua filha no prostíbulo. Diz Moisés no Levítico: “Não profanes a tua filha, fazendo-a prostituir-se” (19,29). Filha minha é a minha obra e eu a prostituo, quer dizer, a coloco no prostíbulo quando a vendo pelo dinheiro da vanglória. Por isso é que o Senhor nos aconselha: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que está lá no segredo” (Mt 6,6). Tu, quando quiseres rezar ou fazer alguma coisa de bom - e é nisto que consiste o “orar sem cessar” - entra em teu quarto, isto é, no segredo do teu coração, e fecha a porta dos cinco sentidos para não desejar nem ser visto nem ser escutado nem ser louvado. Com efeito, diz Lucas (1,9) que Zacarias entrou no templo do Senhor na hora do incenso. No tempo da oração "que se eleva à presença do Senhor como o incenso" (Salmo 140,2). Tu deves entrar no templo do teu coração e orar ao teu Pai e “o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará” (Mt 6,6). Além disso, do alto dos nossos encargos, da nossa passageira dignidade, somos tentados a cometer muitos pecados de avareza. Não existe só a avareza do dinheiro, mas também aquela do querer ser mais do que os outros. Os avarentos, mais têm mais desejam possuir.

Aqueles que ocupam altos postos, quanto mais sobem mais querem subir e assim acontece que caem com numa queda muito mais ruidosa, já que “os ventos sopram mais nos lugares altos” (Ovídio) e “aos ídolos é que são oferecidos sacrifícios nas alturas” (4 Reis 12,3). Diz Salomão a propósito: “O fogo não diz nunca: basta!” (Prov 30,16). O fogo, quer dizer, a avareza do dinheiro e das honrarias não diz nunca: basta! Mas o que é que diz então? “Mais, mais!” Senhor Jesus, tirai, tirai estes dois “mais, mais” dos prelados de vossa Igreja, que se pavoneiam no alto de suas dignidades eclesiásticas e gastam o vosso patrimônio, por Vós conquistado com os tapas, com as flagelações, com as cusparadas, com a cruz, com os cravos, com o vinagre, com o fel e a lança. Nós, portanto, que somos chamados cristãos por causa do nome de Cristo, imploramos todos juntos, com a devoção da alma e ao mesmo Jesus Cristo, e pedimos insistentemente que ele, do espírito de contrição, nos faça chegar ao deserto da confissão, a fim de que, nesta Quaresma, mereçamos receber o perdão de todas as nossas maldades e, renovados e purificados, nos tornemos dignos de gozar da alegria da sua santa Ressurreição e ser colocados na glória da felicidade eterna. No-lo conceda Aquele a quem se deve toda honra e toda glória por todos os séculos dos séculos. Amém."
 
(Tradução: Frei Geraldo Monteiro, OFM Conv Sermões Dominicais e Festivos, 1º Domingo de Quaresma, pp. 81-84)