CAIU DAVI... CAIU SÃO PEDRO... “ANIMEMO-NOS!”
(Is 30, 18)
“Mas Deus espera a hora de poder mostrar-vos a sua graça, ele se ergue para mostrar-vos a sua compaixão”.
Muitas pessoas lutam fervorosamente para crescerem na santidade, mas ficam desanimadas diante das quedas no caminho... quedas no pecado; e, desesperadas, se desanimam e não sentem mais vontade de continuar a caminhada em busca da perfeição. Pobres infelizes! O Demônio está quase triunfando!
Esses desanimados e pessimistas devem olhar para o Rei Davi e para o Apóstolo São Pedro; se eles, os grandes, caíram... nós, pequenos efracos, devemos estar atentos para não cairmos... e se por desgraça cairmos, devemos voltar o quanto antes para o Senhor. Aprendamos dasquedas dos grandes para permanecermos de pé; e se cairmos, lembremo-nos de que se arrependeram e receberam o perdão de Deus: “A Sagrada Escritura dá a conhecer as faltas de homens como Davi e São Pedro, a fim de que a caída dos grandes ponha os pequenos em vigilância; a mesma Escritura fala do arrependimento e do perdão que alcançaram de Deus, animando assim o pecador a esperar a salvação. Caiu Davi; que ninguém presuma de si mesmo. Davi se arrependeu; que ninguém depois de haver pecado se desespere de conseguir o perdão” (São Gregório Magno).
O Rei Davi caiu vergonhosamente: o adultério (2 Sm 11, 1-5); aestratagema para encobrir sua ignomínia e escapar da pena que levaria consigo esse pecado (2 Sm 11, 6-13) e a decisão de buscar a morte de Urías (2 Sm 11, 14-24).
São Pedro também caiu vergonhosamente: “Pedro estava sentado fora, no pátio. Aproximou-se dele uma criada, dizendo: ‘Também tu estavas com Jesus, o Galileu!’ Ele, porém, negou diante de todos, dizendo: ‘Não sei o que dizes’. Saindo para o pórtico, uma outra viu-o e disse aos que ali estavam: ‘Ele estava com Jesus, o Nazareu’. De novo ele negou, jurando que não conhecia o homem. Pouco depois, os que lá estavam disseram a Pedro: ‘De fato, também tu és um deles; pois o teu dialeto te denuncia’. Então ele começou a praguejar e a jurar, dizendo: ‘Não conheço o homem!’ E imediatamente o galo cantou” (Mt 26, 69-74).
O Rei Davi se arrependeu e foi perdoado: “Pequei contra o Senhor!’ Então Natã disse a Davi: ‘Por sua parte, Deus perdoa a tua falta: não morrerás” (2 Sm 12, 13).
São Pedro se arrependeu e também foi perdoado: “Saindo dali, ele chorou amargamente” (Mt 26, 75).
Em Lc 22, 61 diz: “... e o Senhor, voltando-se, fixou o olhar em Pedro”. No meio daquele aturdimento, o olhar sereno do Senhor conforta a fé de Pedro; e as lágrimas de dor purificam-na. Olhar de perdão!
Deus não espera do pecador o DESPERO, REVOLTA, DESÂNIMO... mas sim, o arrependimento sincero e propósito firme.
Foi grave o pecado de Simão Pedro, mas também foi profundo o seu arrependimento. A sua fé, já provada, chegou a ser fundamento sobre o qual Cristo edificou a sua Igreja (Mt 16, 18).
No plano da nossa vida pessoal, “pensemos que por mais funda que tenha sido a nossa queda, maior é a misericórdia divina disposta sempre a perdoar-nos, porque o Senhor não despreza um coração contrito e humilhado (Sl 50, 19). Se nos arrependermos sinceramente, Deus fará de nós pecadores, seus instrumentos fiéis” (Edições Theologica).
Não nos desesperemos nem nos desanimemos diante de nossas quedas; mas, com os olhos fixos no Coração bondoso do Senhor, peçamos a sua misericórdia: “Com quanto amor e ternura Deus abraça o pecador que volta para ele!” (Santo Afonso Maria de Ligório).
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 14 de agosto de 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário