15 de fev. de 2011

Formada!

Ontem, 14 de fevereiro, celebrei mais uma conquista em minha vida: recebi o diploma que certifica minha formação em Letras - Habilitação em Língua Portuguesa.

A minha saga para este momento começou em 2002. Assim que eu terminei o ensino médio, fiz vestibular numa faculdade pequena e passei. Contudo, minha mãe achou que eu não deveria fazer, pois além de ser particular, só conseguiria chegar lá fretando uma van mensal. Não tínhamos dinheiro. Então estudei por mais dois anos até que fui aprovada numa universidade estadual. Cursei dois anos Letras Português e Espanhol. Mas aí eu me casei e mudamos para outro estado. Ao chegar lá, imaginei que conseguiria facilmente a transferência, só que eu me enganei. Foi um ano perdido, sem estudar. Prestei vestibular e passei. Comecei, em 2007, pela terceira vez, meu curso. Queria fazer dupla habilitação (a universidade só oferecia em inglês), porém, justo no primeiro ano eu engravidei do Bernardo. Dessa vez eu decidi que não pararia de novo. Desde os 17 anos nesta batalha... ah, não!

Fiz a faculdade com filho pequeno. Não foi fácil, eu confesso. No primeiro ano eu trabalhava numa associação comercial considerável na cidade. No segundo ano vivi do auxílio maternidade e seguro desemprego. Já no terceiro, com estágios obrigatórios a cumprir, vendia pão-de-mel que eu mesma aprendi a fazer. No último ano, também com estágios, eu levantava às cinco da madruga, dava aulas pela manhã no colégio de aplicação da faculdade, depois fazia estágio a tarde toda e à noite, três dias da semana, concluía o curso. Sem contar que neste meio tempo eu cuidava do Bernardo, do meu marido, da casa, dos assuntos evangélicos...

Meu esposo também corria. Dividia seu tempo para cuidar dos serviços profissionais e dos cuidados com o Bernardo. Certamente esta vitória também é dele.

Sinto-me uma vitoriosa em todos os sentidos. Ganhar este diploma deu-me mais vontade de lutar pelos meus sonhos, e é muito bom quando a realização de um destes sonhos não vem de mão beijada. Só eu sei quantas noites sem dormir, quantos esforços, o quanto formar-me para ser uma formadora no futuro fizeram parte da minha rotina nestes últimos quatro anos. Mas valeram a pena. Voltaria atrás e faria tudo de novo se preciso fosse.

Agora estou na luta para entrar no mercado de trabalho. Quero lecionar. Vou continuar meus estudos. E espero ser uma professora que leve aos alunos os valores morais, éticos, cristão e filosófico. Quero olhar todos os alunos que passarem pelas minhas mãos com o mesmo olhar que olho o meu filho. E espero que o Senhor vá me recompensando.

Termino agradecendo a Deus pelos Santos Doutores da Igreja, que lá na Idade Média, em que tanto nossa sociedade insiste em chamar de Era das Trevas, fundaram com Roma as Universidades que nos propiciam momentos maravilhosos de aprendizado. Para alguns são apenas momentos de anarquia, mas não pra maioria.

Obrigada por este feito, Senhor. Aliás, obrigada por tudo.

Artigo do Prof. Felipe Aquino: Teológos "modernos".


O Papa Bento XVI disse que pior do que os ataques que a Igreja sofre de fora dela, são os problemas internos, especialmente gerados por aqueles que a dividem, sobretudo, contestando o ensino do sagrado Magistério da Igreja.
Nesta linha perversa, mais um duro ataque interno contra a Igreja surge por parte de um grupo de 143 teólogos “modernos”, professores de seminários de teologia da Alemanha, Áustria e Suiça. (zenit.org – 6/2/2011).
Em um manifesto chamado “Igreja 2011: uma mudança necessária”, esses teólogo, de modo inconveniente, pedem, mais uma vez, o fim do celibato, o sacerdócio feminino e a participação popular na eleição de bispos. O episcopado alemão imediatamente expressou seu desacordo, uma vez que esses assuntos já foram exaustivamente analisados pelo Magistério recentemente, tendo havido claros pronunciamentos do próprio Papa João Paulo II e Bento XVI. O padre Langendörfer deixou claro que “sobre uma série de questões o documento está em desacordo com as convicções teológicas e as declarações da Igreja”.
No entanto, a cantilena inconveniente de uma ala “moderna” dentro da Igreja insiste nesses assuntos, querendo alterar algo que já foi dito várias vezes que não se pode mudar. É o desejo de se criar uma “Igreja popular”, onde suas normas não venham mais do Pai e do Filho, mas do povo. Ora, se a Igreja fosse popular, se fosse nascida do povo, seria uma igreja que não passaria do primeiro século. A Igreja é infalível quando ensina a doutrina e invencível, exatamente porque vem de Deus, e não do povo.
O que desejam esses teólogos professores de seminários europeus? Criar um Igreja sem Magistério, sem a garantia que Cristo nela colocou para guardar o “fidei depositum”?
A decisão, definitiva, da Igreja de não ordenar mulheres, foi confirmada pelo Papa João Paulo II na Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis (22 maio 1994).
A Congregação da Doutrina da Fé do Vaticano foi consultada se esta posição do Papa era definitiva e irrevogável, e respondeu que SIM. Portanto, a discussão desse assunto deve ser encerrada na Igreja, e os católicos e católicas devem aceitar na “obediência da fé” (Rom 1,5) esse ponto de doutrina que o Papa e o Magistério da Igreja definiram como verdade de fé. Sugiro que os fiéis leiam a importante Carta Apostólica do Papa João Paulo II sobre a dignidade e a vocação da mulher: “Mulieris Dignitatem”, para melhor entender o assunto.
Em 28/10/95 esta Congregação emitiu uma Nota que confirma o caráter definitório e irrevogável do pronunciamento do S. Padre João Paulo II. O Papa afirmou que segundo a Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja, em relação ao sacramento da Ordem, nem Jesus Cristo nem algum sucessor de Apóstolo conferiu a ordenação sacerdotal a mulheres, tanto entre os cristãos ocidentais como entre os orientais. O Papa se baseou no procedimento do próprio Cristo, que não chamou mulheres para a Última Ceia (na qual instituiu e conferiu o sacramento da Ordem). Segundo ele a Igreja não tem autorização para mudar este ponto.
Eis o que disse o Papa João Paulo II:
“Para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição da Igreja divina, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
As dúvidas foram levadas à Congregação para a Doutrina da Fé, que em Nota datada de 28/10/95, respondeu em favor da irrevogabilidade da sentença.
Dúvida: “Se a doutrina segundo a qual a Igreja não tem faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, proposta como definitiva na Carta Apostólica “Ordinatio sacerdotalis”, deve ser considerada pertencente ao depósito da fé.”
Resposta: Afirmativa.
“Esta doutrina exige um assentimento definitivo, já que, fundada na Palavra de Deus escrita e constantemente conservada e aplicada na Tradição da Igreja desde o início, é proposta infalivelmente pelo magistério ordinário e universal (cf. Conc. Vaticano II, Const. dogm. Lumen gentium, 25, 2). Portanto, nas presentes circunstâncias, o Sumo Pontífice, no exercício de seu ministério próprio de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), propôs a mesma doutrina, com uma declaração formal, afirmando explicitamente o que deve ser mantido sempre, em todas as partes e por todos os fiéis, enquanto pertencente ao depósito da fé.”
O Papa João Paulo II, aprovou a presente Resposta, em 28 de outubro de 1995. (Revista Pergunte e Responderemos, n. 407/1996, pp. 153-155 e Nº 492 – Ano 2003 – Pág. 266).
Portanto, tornar a insistir sobre esse assunto é falta de respeito ao Magistério da Igreja, e ao Papa de modo especial, especialmente grave, partindo de professores de Seminários de teologia.
Sobre o celibato sacerdotal o Papa Bento tem explicado exaustivamente que é a marca de uma adesão total a Cristo e a Igreja. Cristo foi celibatário, e os demais sacerdotes devem imitá-lo. É a prova definitiva para a vocação sacerdotal. Jesus elogiou o celibato daqueles que se fazem eunucos pelo amor do Reino de Deus. Insistir contra isso é ofender o Magistério e o próprio Papa.
Durante a vigília de encerramento do Ano Sacerdotal, o Papa explicou aos milhares de sacerdotes “o celibato sacerdotal, hoje tão questionado, supõe uma consequência da união do “eu” do sacerdote com Cristo. É importante que nos deixemos penetrar novamente por esta identificação do ‘eu’ de Cristo conosco, desse ser ‘tirados’ e conduzidos ao mundo da ressurreição. Neste sentido, o celibato é uma antecipação” do céu”. (Zenit.org – 16/6/2010)
Sobre a eleição popular de bispos é preciso entender que a Igreja não é uma democracia, pois não nasceu do povo, mas de Deus. “É um projeto nascido no coração do Pai”, diz o Catecismo (§759) e “instituída por Cristo” (§763).
A escolha de um bispo é algo muito sério, é um Pastor, Apóstolo do Rebanho do Senhor, algo que não pode ser confiado a qualquer um. Numa universidade não são os alunos que escolhem os professores, mas a Direção, mediante criterioso exame de seleção entre aqueles que possuem o título de doutor na disciplina. “Mutatis mutandis” o mesmo vale para a Igreja; pedir que o povo escolha os bispos é semelhante a pedir que os alunos escolham seus professores. Ora, desejar que o povo escolha os bispos é mais uma tentativa de eliminar o Magistério da Igreja e criar uma igreja popular, como a da Reforma protestante.
Por tudo isso, é preciso que os católicos fiéis ao Papa e ao Magistério sagrado da Igreja se manifestem contra essas exigências descabidas de teólogos “avançados”.

Prof. Felipe Aquino