I Encontro de Educadores pela Vida
Educar para o amor! Esse tem sido um grande desafio para muitos pais, professores, catequistas, padres, orientadores e outros profissionais que lidam diariamente com crianças e adolescentes.
E diante da responsabilidade de torná-los preparados para uma vida afetiva e sexual realizadora e significativa, a Comissão Arquidiocesana de Bioética e Defesa da Vida de Brasília realizará, no dia 28 de maio de 2011, o I Encontro de Educadores pela Vida, que terá como tema: Afetividade e Sexualidade: chamados ao verdadeiro amor.
O Encontro ocorrerá no auditório do Colégio Cor Jesu, na L2 615 Sul, das 8h às 18h. E será ministrado pelo professor Felipe Nery*, Diretor do Colégio São Bento de São Paulo-SP.
Aproveite essa oportunidade preciosa. Participe e divulgue!
O valor da inscrição é de R$ 20,00, incluindo o almoço.
Temas que serão abordados:
Família: Santuário Doméstico da Igreja
Pais profissionais
O Dom da Sexualidade
A Aventura do Verdadeiro Amor
Como falar aos jovens sobre sexualidade
Para se inscrever:
Tel: (61) 9961-3669 (Elizete)
(61) 8114-0152 (Luciana)
(61) 9947-1540 (Cristiane), ou
E-mail: encontrofn2011@hotmail.com
27 de mai. de 2011
Deputados evangélicos e católicos protocolam PDL que susta reconhecimento da união gay no Brasil.
Na noite da última quinta-feira um grupo de deputados das bancadas evangélica e católica na Câmara dos Deputados protocolou mais uma ação contra uma das bandeiras gays: reconhecimento da união estável.
Os deputados protocolaram um Projeto de Decreto Legislativo, a PDL 224, que visa suspender a decisão do STF sobre o reconhecimento da união gay no Brasil. O deputado evangélico Roberto de Lucena foi um dos políticos que foram até o presidente da Câmara para apresentar o projeto.
A base do projeto é o fato da Constituição brasileira reconhecer como casamento a união estavel entre homem e mulher apenas, afirmando assim que a decisão do Supremo Tribunal Federal foi inconstitucional, por tanto deve ser suspensa. Ainda não se tem previsão de quando o projeto será movimentado na Câmara.
O texto da PDL 224, assinado pelo deputado João Campos, está disponível na íntegra para download.
Fonte: Gospel +
Os deputados protocolaram um Projeto de Decreto Legislativo, a PDL 224, que visa suspender a decisão do STF sobre o reconhecimento da união gay no Brasil. O deputado evangélico Roberto de Lucena foi um dos políticos que foram até o presidente da Câmara para apresentar o projeto.
A base do projeto é o fato da Constituição brasileira reconhecer como casamento a união estavel entre homem e mulher apenas, afirmando assim que a decisão do Supremo Tribunal Federal foi inconstitucional, por tanto deve ser suspensa. Ainda não se tem previsão de quando o projeto será movimentado na Câmara.
O texto da PDL 224, assinado pelo deputado João Campos, está disponível na íntegra para download.
Fonte: Gospel +
Mês de maio - 27º dia
A Humildade
"Patife! - gritou o demônio a Cura d'Ars, batendo-o contra a parede do quarto - Já me roubastes 80 mil almas este ano! Se existissem 4 sacerdotes como tu, estaria logo acabado o meu reino no mundo." Santo Cura d'Ars era, talvez, o sacerdote menos dotado e mais desprevenindo da França. Entrou no seminário por uma Graça especial de Nossa Senhora: sabia recitar bem o Rosário. Manteve-se sempre na sua humildade, ciente de ser um inepto. Pensou em rezar e fazer penitência com todas as suas forças. O resto o fez Deus. Foram coisas incríveis que mortificaram o Inferno inteiro, impotente de frente a este sacerdote humilde. É a verdade da Palavra de Deus: "Quem se exalta será humilhado; quem se humilha será exaltado". (Lc 14,11) E ainda: "Deus resiste aos soberbos e dá sua Graça aos humildes." (I Pd 5,5) Se pensarmos na grandeza de Nossa Senhora, podemos compreender qual imensidade de humildade devia estar nela: "Exaltada sobre os corações dos Anjos".
A humildade de Maria tem o seu bilhete de apresentação nas primeiras páginas do Evangelho: "Eis aqui a serva do Senhor". Manifesta-se na Visitação a S. Isabel que lhe grita justamente: "A que devo a honra que venha a mim a Mãe do meu Senhor?" Brilha no nascimento de Jesus em uma pobre gruta, porque não tinha lugar para eles na hospedaria (cf. Lc 1,38; 43;2,7). Confunde-se ao profundo silêncio e escondimento nos 30 anos de Nazaré; arde no próprio opróbrio e na ignomínia sobre o Calvário onde Maria está presente como Mãe do Condenado. A humildade de Maria não é nem mais nem menos proporcional à sua excelente realeza. Suprema a exaltação porque foi suprema humilhação. A esta escola devemos ir para aprender a humildade.
A vontade de aparecer
Quem mais do que Nossa Senhora teria motivos para aparecer? Mas ela é misteriosamente silenciosa e escondida em todo o Evangelho. Nós, cheios de bobagens e ricos de misérias, que vontade de aparecer nos queima. Vermos sacrificados, humilhados e valorizados os nossos talentos, ou ser colocados a parte ou nos poder afirmar... Que tortura e quantos ressentimentos. Mas para sermos humildes, devemos reprimir sem piedade os secretos impulsos e as venenosas satisfações do orgulho. Assim faziam os santos. Quem não se lembra de S. Antônio de Pádua, mandado como cozinheiro num convento dos Apeninos? Foi pra lá humilde e manso como sempre. E tinha uma sapiência prodigiosa, tornando-se Dr. da Igreja. Quando S. Vicente de Paulo se sentia louvar, punha em evidência os próprios defeitos e as suas humildes origens. Dizia ser filho de um pobre camponês, ignorante e incapaz. Se acontecia alguma desordem, atribuía-se sempre a culpa. O mesmo para S. Pio X; quando era louvado pelos seus inspirados discursos, transformava tudo em brincadeira, respondendo: "Bobagens... Coisas copiadas não valem!" Qualquer milagre operado por suas mãos, impunha silêncio, dizendo: "É por ordem das Sumas Chaves, eu não tenho nada com isso. É a bênção do Papa. É a fé de quem pede a Graça". S. Gema Galgani soube industriar-se para achar o modo de se humilhar e ser humilhada. Sabido que tinha chegado um couto prelado para interrogar sobre os fenômenos extraordinários que lhe aconteciam, pegou um gato, colocou-o sobre os joelhos e brincava com ele, ignorando as perguntas do prelado. Pouco tempo depois ele foi embora convencido que ela era uma demente. É o modo dos santos: anular-se para fazer resplandecer a grandeza de Deus que opera. "Escolheu o nada para reduzir a nada as coisas que são para que nenhum homem possa gloriar-se junto a Deus" (I Cor 1,28-29).
Uma coisa não sei fazer
A humildade esmaga o demônio. A humilíssima Virgem esmaga a cabeça do diabo, aquele que queria ser semelhante ao Altíssimo (cf. Is 14,14) está com a cabeça sob os pés d'Aquela que quer ser somente 'Serva do Senhor' (cf. Lc 1,38) E quem for humilde participa do poder da Imaculada de esmagar a cabeça do demônio. S. Macário foi um dos grandes padres do deserto. Teve que lutar muito contra o demônio. Um dia o viu chegar com uma forca de fogo na mão. S. Macário ajoelhou-se e humilhou-se junto ao Senhor e a forca caiu da mão do demônio, que exclamou com ódio: "Escuta, Macário: tu tens boas qualidades, mas eu tenho mais; tu comes e dormes pouco, mas eu nunca os faço; tu fazes milagres e eu também faço prodígios; mas uma coisa tu sabes fazer e eu não: Sabes humilhar-te!" Por isto a humildade é uma força infalível contra Satanás. Por isto S. Francisco de Assis ocupa a cadeira de Lúcifer, segundo a visão de Frei Leão. De fato, a quem lhe perguntou o que pensasse de si, S. Francisco respondeu de sentir-se o ser mais repelente da Terra, um verme nojento. Disse ainda que as graças que Deus lhe doou, qualquer um teria dado mais frutos. Esta é a essência da humildade: reconhecer que exclusivamente nós temos somente o pecado. Todo o resto, tudo o que é bom, é de Deus. E cada mínima coisa boa que conseguimos fazer para a vida eterna, nos é possível só pela Graça de Deus (cf. I Cor 4,7; 12,3; II Cor 3,5). Pe Pio disse: "Se Deus nos retirar o que nos deu, nós ficaremos somente com os nossos farrapos".
A Humildade é sabedoria
S. Ambrósio dizia que a humildade é o trono da sabedoria. Bem, a Maria devemos pedir esta sabedoria. E queira Ela que nós tenhamos, porque as outras virtudes - diz S. Agostinho - batem à porta do coração de Deus: a humildade abre! Inspiremo-nos nos três episódios evangélicos mais expressivos sobre a humildade. Depois da pesca milagrosa, S. Pedro é transformado pelo prodígio operado por Jesus e não pode controlar-se em prostrar-se e dizer: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador". "Tu serás pescador de homens!" (cf. Lc 5,8-10). Um pobre publicano está no fundo do Templo e não ousa nem levantar o olhar, mas geme humildemente: "Deus, tem piedade de mim, pecador". Jesus nos assegura que ele saiu do Templo purificado, diferente do Fariseu orgulhoso (cf. Lc 18 9-14). No Calvário, o bom ladrão confia-se humildemente ao Inocente: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no Teu Reino". E foi impotentemente investido por uma graça que o dispõe em brevíssimo tempo para poder entrar no Reino dos Céus (cf. Lc 23,43). Somos quase tentados a dizer que até Jesus é débil em frente à humildade. Essa é de verdade uma chave que abre o Coração de Deus. A humilíssima Virgem Maria queira dar-nos esta "chave" do coração de Deus.
Votos
- Ler e meditar os 3 episódios de humildades evangélicos citados no texto;
- Fazer qualquer ato de humildade para reparar tantos pecados de orgulho;
- Pedir a Maria insistentemente esta virtude.
O VALOR DA AMIZADE
I. NINGUÉM TEM MAIOR AMOR do que aquele que dá a vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos [...]. Já não vos chamo servos [...], mas chamei-vos amigos1, diz-nos o Senhor no Evangelho da Missa.
Jesus é o nosso Amigo. NEle os Apóstolos encontraram a sua melhor amizade. Era alguém que os amava, a quem podiam comunicar as suas penas e alegrias, a quem podiam fazer perguntas com toda a confiança. Sabiam bem o que Ele desejava exprimir quando lhes dizia: Amai-vos uns aos outros... como eu vos amei2. As irmãs de Lázaro não encontraram melhor título que o da amizade para solicitarem a sua presença: o teu amigo está doente3, mandam dizer-lhe, cheias de confiança.
Jesus procurou a amizade de todos os que encontrou pelos caminhos da Palestina. Aproveitava sempre o diálogo para chegar ao fundo das almas e cumulá-las de amor. E, além do seu infinito amor por todos os homens, ofereceu a sua amizade a pessoas bem determinadas: aos Apóstolos, a José de Arimatéia, a Nicodemos, a Lázaro e à sua família... Não negou ao próprio Judas o honroso título de amigo, precisamente no momento em que este o entregava às mãos dos seus inimigos. Estimava muito a amizade dos seus amigos; depois da tríplice negação, perguntará a Pedro: Amas-me?4, és meu amigo?, posso confiar em ti? E entrega-lhe a Igreja: Apascenta os meus cordeiros..., apascenta as minha ovelhas.
“Cristo, Cristo ressuscitado, é o companheiro, o Amigo. Um companheiro que se deixa ver apenas entre sombras, mas cuja realidade inunda toda a nossa vida e nos faz desejar a sua companhia definitiva”5. Ele, que compartilhou a nossa natureza, quer compartilhar também os nossos fardos: Eu vos aliviarei6, diz a todos. É o mesmo que deseja ardentemente que partilhemos da sua glória por toda a eternidade.
Jesus Cristo é o Amigo que nunca atraiçoa7; quando vamos vê-lo, falar-lhe, está sempre disponível, dá-nos as boas-vindas sempre com o mesmo calor, ainda que nos veja frios ou distraídos. Ele ajuda sempre, anima sempre, consola em qualquer ocasião.
II. A AMIZADE COM O SENHOR, que nasce e cresce pela oração e pela digna recepção dos sacramentos, faz-nos entender melhor o significado da amizade humana, que a Sagrada Escritura qualifica como um tesouro: Um amigo fiel é uma proteção poderosa; quem o achou descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel; seu preço é incalculável8.
Compreende-se bem que o trato diário e a amizade com Jesus Cristo nos aumentem a capacidade de ter amigos, pois fomentam em nós uma atitude aberta: a oração afina a alma e torna-a especialmente apta para compreender os outros, aumenta a generosidade, o otimismo, a cordialidade na convivência, a gratidão..., e essas virtudes facilitam ao cristão o caminho da amizade.
A verdadeira amizade é sempre desinteressada, pois consiste mais em dar do que em receber; não procura o proveito próprio, mas o do amigo: “O amigo verdadeiro não pode ter duas caras para o seu amigo; a amizade, se deve ser leal e sincera, exige renúncia, retidão, troca de favores, de serviços nobres e lícitos. O amigo é forte e sincero na medida em que, de acordo com a prudência sobrenatural, pensa generosamente nos outros, com sacrifício pessoal. Do amigo espera-se correspondência ao clima de confiança que se estabelece na verdadeira amizade; espera-se o reconhecimento do que somos e, quando necessário, a defesa clara e sem paliativos”9.
Para que haja uma amizade verdadeira, é necessário que o afeto e a benevolência sejam mútuos10. E então tenderá sempre a tornar-se mais forte: não se deixará corromper pela inveja, não arrefecerá pelas suspeitas, crescerá na dificuldade11, “até fazer sentir o amigo como outro eu. Por isso diz Santo Agostinho: Retratou bem o seu amigo aquele que o chamou metade da sua alma”12. Então compartilham-se com naturalidade as alegrias e as penas.
A amizade é um bem humano e, ao mesmo tempo, ocasião de desenvolver muitas virtudes humanas, porque cria “uma harmonia de sentimentos e gostos que prescinde do amor dos sentidos, desenvolvendo, por outro lado, até graus muito elevados, e mesmo até o heroísmo, a dedicação do amigo ao amigo. Pensamos – ensinava Paulo VI – que os encontros [...] são uma oportunidade para que as almas nobres e virtuosas gozem desta relação humana e cristã que se chama amizade. Ela pressupõe e desenvolve a generosidade, o desinteresse, a simpatia, a solidariedade e, especialmente, a possibilidade de sacrifícios mútuos”13.
O bom amigo não desaparece nas dificuldades, não atraiçoa; nunca fala mal do amigo nem permite que, quando ausente, seja criticado, porque toma a sua defesa. Amizade é sinceridade, confiança, compartilhar penas e alegrias, animar, consolar, ajudar com o exemplo.
III. AO LONGO DOS SÉCULOS, a amizade foi um caminho pelo qual muitos homens e mulheres se aproximaram de Deus e alcançaram o Céu. É um caminho natural e simples, que elimina muitos obstáculos e dificuldades. O Senhor conta com freqüência com esse meio para se dar a conhecer. Os primeiros que o conheceram foram comunicar a boa notícia àqueles que amavam. André trouxe Pedro, seu irmão; Filipe trouxe o seu amigo Natanael; e foi João com certeza quem levou ao Senhor o seu irmão Tiago...
Assim se difundiu a fé em Cristo na primitiva cristandade: através dos irmãos, de pais para filhos, de filhos para pais, do servo para o seu amo e vice-versa, de amigo para amigo. A amizade é uma base excepcional para dar a conhecer Cristo, porque é o meio natural de comunicar sentimentos, de partilhar confidências com os que estão junto de nós por razões de família, trabalho, inclinações...
É próprio da amizade dar ao amigo o melhor que se possui. O nosso valor mais alto, sem comparação possível, é termos encontrado o Senhor. Não teríamos verdadeira amizade pelos nossos amigos se não lhes comunicássemos o imenso dom que é a nossa fé cristã. Em cada um de nós, cristãos que queremos seguir o Senhor de perto, os nossos amigos devem encontrar apoio, fortaleza e um sentido sobrenatural para as suas vidas. A certeza de encontrarem em nós compreensão, interesse, atenção, animá-los-á a abrir o coração confiadamente, cientes de que são estimados, de que estamos dispostos a ajudá-los. E isto enquanto realizamos as nossas tarefas diárias, procurando ser exemplares na profissão ou no estudo, permanecendo abertos ao convívio com todos, movidos pela caridade.
A amizade leva-nos a iniciar os nossos amigos numa verdadeira vida cristã, se estão longe da Igreja, ou a fazê-los reempreender o caminho que um dia abandonaram, se deixaram de praticar a fé que receberam. Com paciência e constância, sem pressas, sem pausas, irão aproximando-se do Senhor, que os espera. Haverá ocasiões em que poderemos fazer juntamente com eles uns minutos de oração, praticar juntos uma obra de misericórdia visitando um doente ou uma pessoa necessitada; pedir-lhes que nos acompanhem numa breve visita a Jesus sacramentado... Quando for oportuno, falar-lhes-emos do sacramento da misericórdia divina, a Confissão, e os ajudaremos a preparar-se para recebê-lo.
Quantas confidências ao abrigo da amizade são caminhos abertos pelo Espírito Santo para um apostolado fecundo! “Essas palavras que tão a tempo deixas cair ao ouvido do amigo que vacila; a conversa orientadora que soubeste provocar oportunamente; e o conselho profissional que melhora o seu trabalho universitário; e a discreta indiscrição que te faz sugerir-lhe imprevistos horizontes de zelo... Tudo isso é «apostolado da confidência»”14.
O Senhor deseja que tenhamos muitos amigos porque o seu amor pelos homens é infinito e a nossa amizade é um instrumento para chegar a eles. Quantas pessoas com quem estamos em contacto todos os dias esperam, mesmo sem o perceberem, que lhes chegue a luz de Cristo! Que alegria de cada vez que um amigo nosso se torna amigo do Amigo!
Jesus, que passou fazendo o bem15 e conquistou o coração de tantas pessoas, é o nosso Modelo. Assim devemos nós passar pela família, pelo trabalho, pelos vizinhos, pelos amigos. Hoje é um dia oportuno para que nos perguntemos se as pessoas das nossas relações se sentem animadas pelo nosso exemplo e pela nossa palavra a aproximar-se do Senhor; se nos preocupamos pelas suas almas, se se pode dizer de verdade que, como Jesus, estamos passando pelas suas vidas fazendo o bem.
(1) Jo 15, 13-15; (2) Jo 13, 14; (3) Jo 11, 3; (4) Jo 21, 16; (5) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 116; (6) Mt 11, 28; (7) cfr. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 88; (8) Eclo 6, 14; (9) Josemaría Escrivá, Carta, 11-III-1940, citado por J. Cardona, em Gran Enciclopedia, Rialp, voz Amistad II; (10) cfr. São Tomás, Suma Teológica, 2-2, q. 23, a. 1; (11) cfr. Beato Elredo, Trat. sobre la amistad espiritual, 3; (12) São Tomás, Suma Teológica, 2-2, q. 28, a. 1; (13) Paulo VI, Alocução, 26-VII-1978; (14) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 973; (15) At 10, 38.
Jesus é o nosso Amigo. NEle os Apóstolos encontraram a sua melhor amizade. Era alguém que os amava, a quem podiam comunicar as suas penas e alegrias, a quem podiam fazer perguntas com toda a confiança. Sabiam bem o que Ele desejava exprimir quando lhes dizia: Amai-vos uns aos outros... como eu vos amei2. As irmãs de Lázaro não encontraram melhor título que o da amizade para solicitarem a sua presença: o teu amigo está doente3, mandam dizer-lhe, cheias de confiança.
Jesus procurou a amizade de todos os que encontrou pelos caminhos da Palestina. Aproveitava sempre o diálogo para chegar ao fundo das almas e cumulá-las de amor. E, além do seu infinito amor por todos os homens, ofereceu a sua amizade a pessoas bem determinadas: aos Apóstolos, a José de Arimatéia, a Nicodemos, a Lázaro e à sua família... Não negou ao próprio Judas o honroso título de amigo, precisamente no momento em que este o entregava às mãos dos seus inimigos. Estimava muito a amizade dos seus amigos; depois da tríplice negação, perguntará a Pedro: Amas-me?4, és meu amigo?, posso confiar em ti? E entrega-lhe a Igreja: Apascenta os meus cordeiros..., apascenta as minha ovelhas.
“Cristo, Cristo ressuscitado, é o companheiro, o Amigo. Um companheiro que se deixa ver apenas entre sombras, mas cuja realidade inunda toda a nossa vida e nos faz desejar a sua companhia definitiva”5. Ele, que compartilhou a nossa natureza, quer compartilhar também os nossos fardos: Eu vos aliviarei6, diz a todos. É o mesmo que deseja ardentemente que partilhemos da sua glória por toda a eternidade.
Jesus Cristo é o Amigo que nunca atraiçoa7; quando vamos vê-lo, falar-lhe, está sempre disponível, dá-nos as boas-vindas sempre com o mesmo calor, ainda que nos veja frios ou distraídos. Ele ajuda sempre, anima sempre, consola em qualquer ocasião.
II. A AMIZADE COM O SENHOR, que nasce e cresce pela oração e pela digna recepção dos sacramentos, faz-nos entender melhor o significado da amizade humana, que a Sagrada Escritura qualifica como um tesouro: Um amigo fiel é uma proteção poderosa; quem o achou descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel; seu preço é incalculável8.
Compreende-se bem que o trato diário e a amizade com Jesus Cristo nos aumentem a capacidade de ter amigos, pois fomentam em nós uma atitude aberta: a oração afina a alma e torna-a especialmente apta para compreender os outros, aumenta a generosidade, o otimismo, a cordialidade na convivência, a gratidão..., e essas virtudes facilitam ao cristão o caminho da amizade.
A verdadeira amizade é sempre desinteressada, pois consiste mais em dar do que em receber; não procura o proveito próprio, mas o do amigo: “O amigo verdadeiro não pode ter duas caras para o seu amigo; a amizade, se deve ser leal e sincera, exige renúncia, retidão, troca de favores, de serviços nobres e lícitos. O amigo é forte e sincero na medida em que, de acordo com a prudência sobrenatural, pensa generosamente nos outros, com sacrifício pessoal. Do amigo espera-se correspondência ao clima de confiança que se estabelece na verdadeira amizade; espera-se o reconhecimento do que somos e, quando necessário, a defesa clara e sem paliativos”9.
Para que haja uma amizade verdadeira, é necessário que o afeto e a benevolência sejam mútuos10. E então tenderá sempre a tornar-se mais forte: não se deixará corromper pela inveja, não arrefecerá pelas suspeitas, crescerá na dificuldade11, “até fazer sentir o amigo como outro eu. Por isso diz Santo Agostinho: Retratou bem o seu amigo aquele que o chamou metade da sua alma”12. Então compartilham-se com naturalidade as alegrias e as penas.
A amizade é um bem humano e, ao mesmo tempo, ocasião de desenvolver muitas virtudes humanas, porque cria “uma harmonia de sentimentos e gostos que prescinde do amor dos sentidos, desenvolvendo, por outro lado, até graus muito elevados, e mesmo até o heroísmo, a dedicação do amigo ao amigo. Pensamos – ensinava Paulo VI – que os encontros [...] são uma oportunidade para que as almas nobres e virtuosas gozem desta relação humana e cristã que se chama amizade. Ela pressupõe e desenvolve a generosidade, o desinteresse, a simpatia, a solidariedade e, especialmente, a possibilidade de sacrifícios mútuos”13.
O bom amigo não desaparece nas dificuldades, não atraiçoa; nunca fala mal do amigo nem permite que, quando ausente, seja criticado, porque toma a sua defesa. Amizade é sinceridade, confiança, compartilhar penas e alegrias, animar, consolar, ajudar com o exemplo.
III. AO LONGO DOS SÉCULOS, a amizade foi um caminho pelo qual muitos homens e mulheres se aproximaram de Deus e alcançaram o Céu. É um caminho natural e simples, que elimina muitos obstáculos e dificuldades. O Senhor conta com freqüência com esse meio para se dar a conhecer. Os primeiros que o conheceram foram comunicar a boa notícia àqueles que amavam. André trouxe Pedro, seu irmão; Filipe trouxe o seu amigo Natanael; e foi João com certeza quem levou ao Senhor o seu irmão Tiago...
Assim se difundiu a fé em Cristo na primitiva cristandade: através dos irmãos, de pais para filhos, de filhos para pais, do servo para o seu amo e vice-versa, de amigo para amigo. A amizade é uma base excepcional para dar a conhecer Cristo, porque é o meio natural de comunicar sentimentos, de partilhar confidências com os que estão junto de nós por razões de família, trabalho, inclinações...
É próprio da amizade dar ao amigo o melhor que se possui. O nosso valor mais alto, sem comparação possível, é termos encontrado o Senhor. Não teríamos verdadeira amizade pelos nossos amigos se não lhes comunicássemos o imenso dom que é a nossa fé cristã. Em cada um de nós, cristãos que queremos seguir o Senhor de perto, os nossos amigos devem encontrar apoio, fortaleza e um sentido sobrenatural para as suas vidas. A certeza de encontrarem em nós compreensão, interesse, atenção, animá-los-á a abrir o coração confiadamente, cientes de que são estimados, de que estamos dispostos a ajudá-los. E isto enquanto realizamos as nossas tarefas diárias, procurando ser exemplares na profissão ou no estudo, permanecendo abertos ao convívio com todos, movidos pela caridade.
A amizade leva-nos a iniciar os nossos amigos numa verdadeira vida cristã, se estão longe da Igreja, ou a fazê-los reempreender o caminho que um dia abandonaram, se deixaram de praticar a fé que receberam. Com paciência e constância, sem pressas, sem pausas, irão aproximando-se do Senhor, que os espera. Haverá ocasiões em que poderemos fazer juntamente com eles uns minutos de oração, praticar juntos uma obra de misericórdia visitando um doente ou uma pessoa necessitada; pedir-lhes que nos acompanhem numa breve visita a Jesus sacramentado... Quando for oportuno, falar-lhes-emos do sacramento da misericórdia divina, a Confissão, e os ajudaremos a preparar-se para recebê-lo.
Quantas confidências ao abrigo da amizade são caminhos abertos pelo Espírito Santo para um apostolado fecundo! “Essas palavras que tão a tempo deixas cair ao ouvido do amigo que vacila; a conversa orientadora que soubeste provocar oportunamente; e o conselho profissional que melhora o seu trabalho universitário; e a discreta indiscrição que te faz sugerir-lhe imprevistos horizontes de zelo... Tudo isso é «apostolado da confidência»”14.
O Senhor deseja que tenhamos muitos amigos porque o seu amor pelos homens é infinito e a nossa amizade é um instrumento para chegar a eles. Quantas pessoas com quem estamos em contacto todos os dias esperam, mesmo sem o perceberem, que lhes chegue a luz de Cristo! Que alegria de cada vez que um amigo nosso se torna amigo do Amigo!
Jesus, que passou fazendo o bem15 e conquistou o coração de tantas pessoas, é o nosso Modelo. Assim devemos nós passar pela família, pelo trabalho, pelos vizinhos, pelos amigos. Hoje é um dia oportuno para que nos perguntemos se as pessoas das nossas relações se sentem animadas pelo nosso exemplo e pela nossa palavra a aproximar-se do Senhor; se nos preocupamos pelas suas almas, se se pode dizer de verdade que, como Jesus, estamos passando pelas suas vidas fazendo o bem.
(1) Jo 15, 13-15; (2) Jo 13, 14; (3) Jo 11, 3; (4) Jo 21, 16; (5) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 116; (6) Mt 11, 28; (7) cfr. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 88; (8) Eclo 6, 14; (9) Josemaría Escrivá, Carta, 11-III-1940, citado por J. Cardona, em Gran Enciclopedia, Rialp, voz Amistad II; (10) cfr. São Tomás, Suma Teológica, 2-2, q. 23, a. 1; (11) cfr. Beato Elredo, Trat. sobre la amistad espiritual, 3; (12) São Tomás, Suma Teológica, 2-2, q. 28, a. 1; (13) Paulo VI, Alocução, 26-VII-1978; (14) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 973; (15) At 10, 38.
Fonte: http://www.hablarcondios.org/pt/meditacaodiaria.asp