Em uma cidade de um estado vizinho, uma moça foi demitida de seu emprego de recepcionista num hospital porque usava saia durante o expediente. Curiosa conduta que nos leva a fazer algumas considerações.
Em todos os povos civilizados, sobretudo naqueles que receberam da Santa Igreja Católica a base de sua organização social, o papel da mulher sempre foi bem conhecido e honrado. Isso se manifestava também exteriormente, no próprio modo de se vestir.
Deus ao criar o Homem, o criou homem e mulher, de tal forma que eles se completassem, assumindo funções diferentes.
A função do homem é a de governar, de empreender, de estar à frente das grandes realizações. Assim na Igreja, como nas Forças Armadas e no Estado.
O papel da mulher é diferente. Seu papel principal é a maternidade, tanto física como espiritual. Papéis diferentes, mas obra comum que é a família.
Essa complementaridade do homem e da mulher é combatida pelo espírito revolucionário que abala a nossa civilização já há alguns séculos. Um espírito igualitário quer que a mulher tenha as mesmas atribuições que o homem. Daí a mulher sair de casa para entrar em todos os setores da sociedade, sem excluir nem mesmo o Exército, o Senado, os esportes e as atividades para as quais, evidentemente, ela não foi feita, como motorista de caminhão, lutadora de boxe e outras extravagâncias do mesmo gênero.
Mas o pior não são essas extravagâncias, o pior foi tirar a mulher do seu “habitat” natural que é o lar e afastá-la da sua missão principal que é a maternidade. Assim ela perdeu a sua coroa de rainha, de dona de casa, de educadora do gênero humano. Dessa forma ela foi afastada das atividades que são como que o prolongamento da sua maternidade, como o ensino - sobretudo das crianças - , a enfermagem nos hospitais - onde, outrora, trabalhavam as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo com tanto êxito e tanto proveito para os doentes físicos e espirituais - e muitas outras atividades compatíveis com a sua natureza e seus deveres.
Ao retirar a mulher de dentro de casa, ao retirar-lhe o véu que a cobria de recato, de pudor e de humildade, que lhe permitia uma ação profunda na vida de família, na vida religiosa e na sociedade, ela encontrou-se na rua, competindo com o homem nos mesmos trabalhos que ele.
Se não há diferença entre o homem e a mulher não há razão para que eles se vistam de maneira diferente. Se a mulher deve trabalhar nas plataformas da Petrobrás, supervisionar as grandes obras de engenharia civil, ser pedreiro, carpinteiro, taxista, soldado e Presidente da República não há mais razão para ela conservar, exteriormente, o que a distingue do homem. É claro que há exceções, mas hoje a exceção tornou-se a regra.
Esta nova orientação da sociedade a respeito da mulher é um grave erro. Ele é atenuado pela própria natureza das coisas e por um resto de bom senso do povo. No entanto o mal se avoluma a cada dia. O crescimento contínuo do número de abortos no Brasil e no mundo indica que a mulher não sabe mais qual é a sua missão, ou melhor, que a nossa sociedade, por influência de idéias revolucionárias elaboradas e difundidas pela Maçonaria, não sabe mais qual é a diferença, qual é a missão nem do homem nem da mulher.
Despedir uma mulher de seu trabalho de recepcionista de um hospital, só porque ela usa saia é injusto e só serve para engrossar esse turbilhão revolucionário que, com aparência de progresso, nos precipita num abismo cujo fundo é o próprio Inferno.
Eis porque, como sacerdote, religioso e prior de um mosteiro beneditino, não posso senão condenar uma ação cujos fundamentos não são os da moral católica, mas sim os do mundo moderno que quer se opor ao que Deus criou e determinou. E se essa decisão foi tomada por um homem, ele foi bem covarde, sobretudo se tem o seu ganha-pão bem garantido.
Ir. Tomás de Aquino (Prior)