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Escravidão a Santissima Virgem, Orações, Devoção

Formação para Jovens

Espiritualidade, sexualidade, diverção, oração

3 de fev. de 2012

Deus proíbe a confecção de imagens?




"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório." (Ex 25,18)

Arca da AliançaMuitas vezes andando nas ruas encontramos pessoas vestidas com ternos e com uma Bíblia na mão, ensinando que usar imagens em igrejas é idolatria.

Por este motivo costumam chamar os católicos de idólatras, isto é, adoradores de ídolos, que quer dizer adoradores de falsos deuses. E ainda acusam a Igreja Católica de ensinar a adoração destas imagens.

Os protestantes encaram o uso das imagens sacras como um insulto ao mandamento divino que consta em Ex 20,4 que proíbe a confecção delas.

A Igreja Católica sempre defendeu o uso das imagens. Estaria a Igreja Católica desobedecendo a ordem divina em Ex 20,4?

A Igreja Católica é a única Igreja que tem ligação direta com os apóstolos de Cristo, sendo ela a guardiã da doutrina ensinada por eles e por Cristo, sem lhe inculcar qualquer mudança. Se ela quisesse mesmo agir contra a ordem divina, teria adulterado a Bíblia nas passagens em que há a condenação das imagens.

Na Bíblia católica - pois a Bíblia protestante não contém sete livros relativos ao Velho Testamento- o Livro da Sabedoria condena como nenhum outro a idolatria (Sb 13-15). Não poderia a Igreja repudiar o livro como fizeram os protestantes?

Na Sagrada Escritura há outras passagens que condenam a confecção de imagens como por exemplo: Lv 26,1; Dt 7,25; Sl 97,7 e etc. Mas também há outras passagens que defendem sua confecção como: Ex 25,17-22; 37,7-9; 41,18; Nm 21,8-9; 1Rs 6,23-29.32; 7,26-29.36; 8,7; 1Cr 28,18-19; 2Cr 3,7,10-14; 5,8; 1Sm 4,4 e etc.

Pode Deus infinitamente perfeito entrar em contradição consigo mesmo? É claro que não. E como podemos explicar esta aparente contradição na Bíblia?

Isto é muito simples de ser explicado. Deus condena a idolatria e não a confecção de imagens. Quando o objetivo da imagem é representar, ou ser um ídolo que vai roubar a adoração devida a somente a Deus, ela é abominável. Porém quando é utilizada ao serviço de Deus, no auxílio à adoração a Deus, ela é uma benção. Vejamos os textos abaixo:

"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo da terra, nem nas àguas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, o Senhor teu Deus, sou zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira geração daqueles que me aborrecem."(Ex 20,4-5)

Note que nesta passagem a função da imagem é roubar a adoração devida somente a Deus. O texto bíblico condena a confecção da imagem porque ela está roubando o culto de adoração ao Senhor. A existência deste mandamento se deve pelo fato do povo judeu ser inclinado à idolatria, por ter vivido no Egito que era uma nação idólatra e por estar cercado de nações pagãs, que não adoravam a Deus, e que construíam seus próprios deuses. Deus quer dizer aqui "não construam deuses para vocês, pois Eu Sou o Deus Único e Verdadeiro".

"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubin na extremidade de uma parte, e outro querubin na extremidade de outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele." (Ex 25,18-19)

Neste versículo, Deus ordena a Moisés que construa duas imagens de querubins que serão colocadas em cima da arca-da-aliança, onde estavam as tábuas da lei, dos dez mandamentos. Veja que os querubins aqui não são objetos de adoração, mas de ornamentação da arca. Salomão também manda construir dois querubins de madeira, que serão colocados no altar para enfeitar o templo (1Rs 6,23-29).

Para deixar mais claro ainda a proibição e a permissão do uso das imagens sacras, vejamos os próximos versículos:

"E disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo." (Nm 21,8-9)

"Este [Ezequias] tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera, porquanto até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã."(2Rs 18,4)

Note que no primeiro texto de Nm 21,8-9, Deus não só permitiu o uso da imagem, como também a utiliza para o seu serviço; e a transforma em objeto de benção para seu povo, sinal de Seu amor por Israel.

E no segundo texto de 2Rs 18,4 a mesma serpente de metal que outrora foi construída por Moisés, é repudiada por Deus. Tornou-se objeto de adoração pois "os filhos de Israel lhe queimavam insenso". Deram a ela o culto devido somente a Deus. A Serpente de metal perdeu como nos mostra o texto, o seu sentido original, porque os filhos de Israel "não obedeceram à voz do Senhor, seu Deus; antes, tranpassaram seu concerto; e tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado, nem o ouviram nem o fizeram."(2Rs 18,12)

Aí fica mais que claro que Deus não condena o uso das imagens sacras e sim a idolatria. É importante lembrarmos que há muitas outras formas de idolatria, como o amor ao dinheiro, aos bens materias, etc; que substituem o amor que devemos ter somente por Deus.

“O culto da religião não se dirige às imagens em si como realidades, mas considera em seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da qual é a imagem.”

Sto. Tomás de Aquino

O uso de Imagens na Santa Igreja

É comum ainda hoje, em plena era espacial, essa insinuação manjadíssima de nós católicos adorarmos imagens. Francamente, é decepcionante perceber que pessoas com tamanha intelectualidade ainda procurem desfigurar a verdade dos detalhes que a Santa Igreja guarda em seu coração com tanto amor.

Esqueceu-se que a Igreja Católica, herdeira direta da Bíblia, desde 1500 anos antes de Martin Lutero fazer sua aparição no planeta terrestre, da mesma Bíblia herdou também (com moderação cristã) a severidade em condenar e punir a idolatria? Só é ler as histórias dos cristãos que desfaleciam diante dos carrascos.

Imagens a Igreja Católica sempre teve, desde os primeiros tempos. Nas catacumbas (40km de túneis debaixo do solo de Roma, onde os cristãos se refugiaram durante as perseguições) haviam imagens pintadas nas paredes, e que ainda estão lá. Será possível que aqueles cristãos (gente de todas as condições e idade, até crianças) que se deixavam queimar vivos, dar em pastos ás feras, crucificar como Cristo…por amor de Cristo eram tipos de misturar tamanha fé com idolatria?

“…A Sé apostólica, propõe homens e mulheres que sobressaem pelo fugor da caridade e de outras virtudes evangélicas para que sejam venerados e invocados declarando-os Santos e Santas em ato solene de canonização, depois de ter realizado oportunas investigações.” (João Paulo II, Const. Apost. Divinus Perfectionis Magister)

Esses homens e mulheres saíram de uma fé superficial e viveram a intensidade única da verdade, o amor a Cristo até o final de suas consequências, foram “separados” dentre vários que receberam o chamado a serem também santos, e mereceram “a Glória dos Altares”, como é a belíssima expressão que a Santa Igreja refere-se a essas vidas que se eternizaram em seu “seio maternal”.

O Bispo Sto. Ambrósio, falando de quase contemporânea Sta. Inês, menina romana de 13 anos, morta pela fé, lá pelo ano 300, usa palavras vibrantes de poesia e emoção:

“Haveria naquele corpinho lugar para uma ferida? Mas ela que não tinha aonde receber o golpe, teve que vencer a espada. E isso numa idade em que as meninas não suportam ver os rostos carrancudos dos pais e costumavam chorar por uma picada de agulha…” (Do Tratado sobre as Virgens)

Pessoas assim eram os cristãos das catacumbas, e nas catacumbas eles já pintavam imagens. Pessoas que não adoravam imagens muito menos a quem ou o que representavam pessoas que foram além da superficialidade humana e encontraram no mistério da profundidade Divina a alegria de sofrerem por amor a Deus:

“Nós adoramos Cristo qual filho de Deus. Quanto mártires, os amamos quais discípulos e imitadores do Senhor e, o que é justo, por causa de sua incomparável devoção por seu Rei e Mestre. Possamos nós ser companheiros e condiscípulos seus.” (Sto. Policarpo, Mart. 17)

Magistério (Doutrina) e Embasamento Bíblico

No Cristianismo, Veneração (do Latim veneratio, do grego “douleuo” ou “dulia” que significa “honrar”) descreve uma especial devoção aos Santos, que são considerados modelos de vida cristã, que gozam no céu da vida eterna, podendo interceder pelos fiéis, sendo a veneração uma forma de lhe prestar respeito. É externamente pela reverência a ícones de santos e relíquias, pois as imagens são consideradas como “fotografias de nossos parentes, servindo para nos lembrar dos santos do passado. E aquele que se prosta diante do ícone, prosta-se diante da pessoa, a hipóstase, daquele que na figuração é representado.

Exemplos de veneração são demonstrados na Bíblia:

“Abraão levantou os olhos e viu três homens de pé diante dele. Levantou-se no mesmo instante da entrada de sua tenda, veio-lhes ao encontro e prostrou-se por terra.” Gn 18,2

“Moisés saiu ao encontro de seu sogro, prostrou-se e beijou-o. Informaram-se mutuamente sobre sua saúde e entraram na tenda.” Ex 18,7

“Josué rasgou suas vestes e prostrou-se com a face por terra até a tarde diante da arca do Senhor, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó suas cabeças.” Josué 7,6

Nas passagens acima, Abraão e Moisés põem-se de joelhos como forma de respeito e veneração por outros homens ou seres espirituais (anjos no caso de Abraão), o ato de súplica não é um ato de adoração, mas de humildade, onde eles reconhecem no outro sua superioridade ou seu poder de atender-lhe um pedido. Porém a passagem mais significativa é a de Josué, em que ele se prostra diante a arca da aliança, sendo um exemplo explícito de veneração de uma imagem ou objeto. Portanto a própria Bíblia difere a adoração (latria) de veneração (dulia).

“O mandamento Divino incluía a proibição de toda representação de Deus por mão do homem. Em Deuteronômio explica: Uma vez que nenhuma forma vistes no dia em que o Senhor vos falou no Horeb, do meio do fogo, não vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de ídolo…” Dt 4,15-16. Eis aí o Deus absolutamente transcendente que se revelou a Israel.Ele é tudo”, mas ao mesmo tempo, ele está ‘acima de todas as suas obras’. Eclo 43,27-28. Ele é “própria fonte de toda beleza criada” Sb 13,3.” C.I.C. Pg. 2129

No entanto, desde o Antigo Testamento, Deus ordenou ou permitiu a instituição de imagens que conduziram simbolicamente à salvação por meio do verbo encarnado, como são a serpente de bronze (Nm 21, 4-9; Sb 16, 5-14; Jo 3, 14-15), a Arca da Aliança e os querubins (Ex 25,10-22; 1Rs 6,23-28; 7,23-26).” (C.I.C. Pg. 2130)

“Foi fundamentando-se no mistério do Verbo encarnado que o sétimo Concílio Ecumênico, em Nicéia (em 787) justificou, contra os iconoclastas, o culto dos ícones: os de Cristo, mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e também de todos os santos. Ao se encarnar, o filho de Deus inaugurou uma nova “economia” das imagens.” (C.I.C. Pg. 2131)

O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. De fato, “a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original” (S.Basílio), e “quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está pintada” (II Concílio de Nicéia; Concílio de Trento; Concílio Vaticano II). A honra prestada às santas imagens é uma “veneração respeitosa”, e não uma adoração, que só compete a Deus:

O Culto às imagens sagradas está fundamentado no mistério da encarnação do Verbo de Deus e não contraria o primeiro mandamento. Sendo assim a Doutrina e o Magistério da Santa Igreja de modo algum prega ou mesmo ensina tal Idolatria, mas pelo contrário, com amor educa seus filhos no ensinamento herdado por seu Único e verdadeiro Fundador, Jesus Cristo nosso senhor.

Citações:

Catecismo Da Igreja Católica

Bate – Papo com um Crente (Pequeno dicionário Apologético) – Pe. Lino Simonelli – PIME


Ousadia na Evangelização em São Paulo




* Evangelização nas Ruas de São Paulo inova pela ousadia. Veja!!

Folha de São Paulo

Pães, bolachas, leite e café, muito café, em plena madrugada de sábado. Cerca de 30 jovens encaram esse lanche reforçado num casarão da rua Avanhandava, região central. O destino deles é o Baixo Augusta, vizinhança cheia de atrações à noite, entre bares fuleiros, moderninhos e prostíbulos decadentes.

Maria do Carmo/Folhapress
Jovem religiosa da missão Thalita Kum, que evangeliza pelas calçadas da rua Augusta, atrás de jovens "pecadores"
Jovem religiosa da missão Thalita Kum, que evangeliza pelas calçadas da rua Augusta, atrás de jovens “pecadores”

No “esquenta”, a cerveja dá lugar à oração. A tarefa não é descolar um paquera ou dançar até o chão. Os jovens fazem parte da missão católica Thalita Kum (”levanta-te”, em hebraico) e saem pela madrugada com o intuito de tirar outros da vida profana.

A missão integra o grupo Aliança da Misericórdia, criada há 12 anos por dois padres. Com sede em São Paulo, hoje está presente em 36 cidades do país e do exterior. Também faz parte da Aliança a missão Maria Madalena, cujos itinerários incluem bailes funk e pontos de prostituição na região de Perus, na zona norte da capital.

Em comum, as duas turmas largaram o conforto familiar pelo voto de pobreza. Entre as tarefas que devem cumprir está morar em uma favela por alguns meses para saber como é passar pelas dificuldades do local.

Fazer parte da missão também exige disciplina. Além do voto de pobreza, é necessário viver em comunidade num curso preparatório de três anos. “Meus pais não aceitaram quando eu vim de Indaiatuba para morar aqui com o meu irmão. Agora, até pensam em se mudar para cá”, diz Rafael Menezes, 24.

O celibato não é obrigatório. Quando um deles se apaixona por outro, o orientador deve ser avisado. Se for recíproco, fazem votos de namoro, vão morar em endereços distintos e ganham o direito de se encontrarem sozinhos eventualmente. Após o casamento, vão morar em uma das casas dentro das comunidades, separados dos demais -uma prática comum.

Mesmo com tantas restrições, ainda há atividades mais “descoladas”, como as idas à Cristoteca, espécie de discoteca gospel localizada em bairros como o Brás, na região central, onde não entram bebidas alcoólicas.


Maria do Carmo/Folhapress
Jovens da missão católica Thalita Kum durante oração de aquecimento para a pregação noturna entre turmas de baladeiros
Jovens da missão católica Thalita Kum durante oração de aquecimento para a pregação noturna entre turmas de baladeiros

Saindo por aí
Os jovens fiéis moram em comunidades coletivas, como a da rua Avanhandava, visitada pela reportagem durante a incursão baladeira. Antes de sair pela vizinhança, eles formam um círculo de oração numa das capelas do espaço. O intuito é o de se proteger de eventuais represálias e pedir iluminação divina para a empreitada, que inclui “livrar os jovens de vícios”, como a bebida, o sexo fácil, as drogas e outros pecados.

Durante a visita, a reportagem foi surpreendida: todos juntaram as mãos em oração por este texto. Ainda na comunidade eles trocam histórias sobre outras passagens noturnas pela Augusta, que inclui relatos de uma prostituta arrependida e de uma adolescente de 14 anos que perdeu os pais e saía pelos clubes bebendo até cair. As narrativas de sucesso das evangelizações dão ânimo aos presentes para encarar a maratona cristã.

Os preparativos também incluem pinturas divertidas nos rostos dos mais empolgados. Os músicos afinam o violão e o grupo já organiza quais serão os trios que formarão durante a caminhada. Ninguém pode se perder ou ficar só. As portas se abrem e todos saem pela rua sem se intimidar.

“Já aconteceu de vizinhos jogarem água na gente. É comum tirarem sarro na rua, mas não estamos nem aí”, conta Adriana Garcia de Aguiar, 29, fonoaudióloga que largou o diploma e o aconchego da casa dos pais em Piracicaba, cidade do interior paulista, para viver religiosamente, assim como a maioria dos seus irmãos de fé. A profissão? Não exerce mais.

Apesar de a região do Baixo Augusta ser famosa por ataques homofóbicos e de intolerância, essa turma jamais sofreu atos de violência -a oração do esquenta deve ser forte.

Sem pena do gogó, começa a cantoria. Os integrantes cantam alto hinos de louvor e frases como “Jesus te ama”. As palavras ressoam como um choque térmico nos ouvidos de quem está bebericando um drinque nos bares e inferninhos.

Olhares surpresos

“Socorro, o que é isso, pelo amor de Deus?”, pergunta a publicitária Juliana Canhadas, 28, frequentadora da região que assistia perplexa à romaria dançante. A explicação dada pela reportagem não é suficiente para tirar a expressão de assombro da moça.

Grande parte reage dessa forma. Começa a subida, piadinhas são ouvidas aos montes, ao mesmo tempo em que eles interagem em clima informal com quem está aberto a conversar. Sobram olhares surpresos. Afinal, o grupo percorre a rua aos pulos e, não raro, empunham uma santa gigante que entrecorta o trajeto pecaminoso.

Alguns se rendem à doçura da turma, como as garotas de programa da região. E as piadinhas acabam se transformando em pedidos de oração.

SERVIÇO

Para conhecer a missão Thalita Kum, não é preciso agendar horário.

Casa Cenáculo-Emannuel
R. Avanhandava, 616, Bela Vista, SP, tel. 0/xx/11/3237-3061.
www.misericordia.com.br

* Ousadia na Evangelização: orando e intercedendo por 40 dias diante das clínicas de Aborto.

ACI

Com o propósito de lutar pela vida e contra o aborto na Espanha e no mundo, no próximo 22 de fevereiro, Quarta-feira de Cinza, terá início a terceira edição da campanha nacional de oração “40 Dias pela Vida” diante das clínicas de aborto de várias cidades do país.

Esta campanha de oração, que durará os 40 dias do tempo de Quaresma, é promovida por voluntários cristãos que defendem a vida desde a concepção e que sairão às ruas para rezar, em atitude pacífica, dando testemunho de sua fé e pedindo pelo fim do aborto.

Conforme o informe do comitê nacional de “40 Dias pela Vida” na Espanha, a campanha se realiza, ao mesmo tempo, em 300 cidades de três continentes, os mesmos dias, com a mesma intenção, durante 40 dias.

“Somos voluntários que temos em comum nossa fé. Reunimo-nos para rezar. Não militamos de nada, não provocamos nem assinalaremos ninguém. Detemo-nos 40 dias frente aos abortorios para rezar e dar testemunho público de nossa fé e pedimos ao Senhor pelo fim deste genocídio”, assinalaram.

Finalmente, os voluntários do comitê organizador pediram a todos os defensores da vida que tenham um site Web, que ajudem a difundir a campanha de oração de “40 Dias pela Vida”.

“Com uns pixels de sua Web anunciando a oração pela vida você nos ajudaria a mover as consciências de muitas mais pessoas que poderão conhecer e talvez unir-se aos 40 Dias pela Vida para fazer possível o grande objetivo: converter nosso país (e o mundo inteiro) em uma grande prece pelo fim do aborto”, concluíram.

Mais informação em espanhol: http://40diasporlavida.es/
e http://40diasporlavida.es/quienes-somos/

A liberdade religiosa sob ataque nos Estados Unidos: Onde fica a Objeção de consciência?


Zenit

Oferecemos um interessante artigo do nosso colaborador regular Rafael Navarro-Valls, membro da Real Academia de Jurisprudência e Legislação da Espanha, no qual analisa o que está acontecendo nos EUA em relação a um dos princípios constituintes do país, a liberdade religiosa.

*****

Por Rafael Navarro-Valls

Algo estranho está acontecendo nos EUA com a primeira das liberdades, isto é, a liberdade religiosa. Por um lado, a sociedade está afastando as últimas brasas da intolerância religiosa, admitindo, sem muitos problemas, a condição de Mórmon ou de católico nos candidatos para a presidência. Ao mesmo tempo, a Corte Suprema ratifica a importância da liberdade religiosa, ditando uma sentença importante – com unanimidade surpreendente, num tribunal normalmente dividido, a favor de que as organizações religiosas possam demitir funcionários por motivos de coerência de vida, ortodoxia no seu trabalho de ensino ou comportamento. O Supremo (s. 12 de janeiro de 2012) considera que por acima das normas sobre discriminação laboral está a primeira emenda à Constituição, que garante a liberdade religiosa.

No entanto, a administração Obama parece ir contra-corrente, com uma série de medidas que estão causando reações em cadeia entre os bispos norte-americanos e no próprio Vaticano.

Assim, em poucos dias, o Arcebispo de Nova York e presidente da Conferência Episcopal americana, cardeal Timothy Dolan, e o arcebispo de Los Angeles, monsenhor José H. Gomez, falou fortemente contra normas federais que proíbem a centros médicos vinculados com a Igreja recusar-se a facilitar o aborto – se neles atendem-se a pessoas que não são da Igreja – ou que impõem como regra dar para os funcionários de instituições religiosas (escolas, asilos, hospitais, universidades, etc.) um pagamento para serviços de “controle da natalidade” (abortos, esterilizações, pílulas abortivas, etc.), como parte de um pacote de seguros.

A primeira das liberdades

“Isso não deveria acontecer numa terra onde o livre exercício da religião ocupa o primeiro lugar na declaração de direitos”, disse Dolan. Há alguns meses atrás, a Conferência Episcopal tinha criado uma comissão especial para a liberdade, precisamente por causa do número “crescente de programas e políticas federais que ameaçam os direitos de consciência, ou que podem comprometer o princípio fundamental da liberdade religiosa”.

Bento XVI em um discurso aos bispos católicos dos Estados Unidos em visita ad Limina, expressou sua preocupação por algumas “tentativas de limitar a mais querida das liberdades americanas, a liberdade religiosa. Muitos de vocês disseram que tem havido um esforço coordenado para negar o direito à objeção de consciência à pessoas e instituições católicas no que se refere à cooperação em práticas intrinsecamente más. Outros me falaram sobre uma preocupante tendência a reduzir a liberdade religiosa a mera liberdade de culto sem garantias de respeito à liberdade de consciência”. É sintomático que Bento XVI una liberdade religiosa com objeção de consciência. A razão é que o último reduto defensivo dos cidadãos contra os ataques legais às suas convicções mais profundas é, de fato, os meios que dispõe a consciência ferida, que pode reagir recusando-se a acatar a lei, quando esta se converte em um ” simples procedimento de governo” para transmitir consignas ideológicas às pressas e, às vezes, com vulgaridade. É o que acabou de acontecer no caso de Jule Ward, decidido há poucos dias (27 de janeiro de 2012) por decisão de um Tribunal Federal de Recurso. É necessário deter-se nesse caso, pois mostra discriminações que sofrem os objetores como se fossem uma espécie de “novos hereges.”

Objeção de consciência e liberdade religiosa

Jule Ward era uma estudante em um programa de aconselhamento (terapia) da Eastern Michigan University. Foi expulsa do programa depois que pediu permissão para transferir um cliente homossexual para outro terapeuta. Ela, referindo-se às suas crenças cristãs, estava disposta a aconselhar os pacientes, mas só quando esse conselho não pretendesse “reafirmar” os seus comportamentos homossexuais. A Universidade lançou um processo administrativo, que culminou com a decisão de rescindir a aluna, motivando no argumento de que suas convicções de consciência não estavam de acordo com as normas profissionais de uma terapeuta. A estudante entrou com uma demanda ante um tribunal federal, alegando uma violação de seus direitos constitucionais à liberdade de expressão e ao livre exercício da religião.

Depois de uma instância contrária, o tribunal de apelação (Corte de apelação para o sexto circuito) decidiu outorgar a proteção à oponente. O tribunal critica que a universidade fizesse uma exceção no seu regulamento para respeitar as diferenças de opinião das pessoas em questões seculares mas não em questões religiosas: isto – conclui – não é respeitar as diferenças mas impor uma ortodoxia. Para o Tribunal, “uma universidade não pode forçar um aluno a alterar ou violar seus sistemas de crenças, como preço para a obtenção de um grau.” Entende-se assim, que os advogados defensores alegaram que, no caso Ward, a Universidade denunciante invocava tendenciosamente os códigos de ética profissional “como se fossem códigos que proíbem a blasfêmia e que permitem castigar como herejes os dissidentes”.

A estrela polar das democracias

Tem razão. Quando uma sociedade democrática sensata renuncia impor sua vontade sobre às minorias dissidentes, não dá mostra de debilidade mas de fortaleza. O recurso à objeção de consciência confirma a vitalidade da democracia, ao garantir um dos elementos políticos que o fundamentam: o respeito às minorias. Um objetor não é um herege dissidente que deve ser exterminado, é, ao contrário, alguém que aceita o sistema legal de forma madura e ética, já que se dirige aos valores sem limitar-se à pura formalidade da regra objetiva. Visto dessa forma as coisas, no conflito entre lei e consciência não devemos ver uma espécie de confronto entre dois interesses públicos: pois também o é a salvaguarda de âmbitos individuais de autonomia na estrutura democrática.

A liberdade de consciência é a “estrela polar” das leis morais, que permite o homem ser o que é e chegar a um determinado destino. Ignorá-la por meio de regras de “cumprimento obrigatória” é ignorar o que é a natureza do homem. Daí que desde instâncias muito diversas se apela ao direito como um instrumento por meio do qual a sociedade procura organizar-se a si mesma, em torno de valores que são essencialmente éticos. Valores cívicos, é claro, mas muitas vezes que têm uma origem religiosa. Descartar a consciência individual é uma potencial discriminação contra as minorias religiosas. Daí a importância que a questão está ganhando nos EUA e, em geral, em todo o Ocidente.

[Tradução Thácio Siqueira]


* Ideologia de Gênero: Neototalitarismo e a Morte da Família. Entenda e divulgue.


Entrevista com Jorge Scala

Por Thácio Siqueira

O livro “Ideologia de Gênero: ” neototalitarismo e a morte da família”, cuja versão em português esteve aos cuidados da editora Katechesis, é um livro do advogado pró-vida, argentino, Jorge Scala, lançado no Brasil em Outubro do ano passado. Zenit entrevistou o autor, que nos explicou brevemente o significado do seu livro e os perigos desta ideologia nas nossas sociedades.

Por que um livro sobre a ideologia de gênero?

A razão é simples: a ONU criou uma Agência do Gênero. Essa agência se dedica a controlar que todos os organismos e programas da ONU incluam o gênero. Por sua vez, a União Européia e o Banco Mundial condicionam os empréstimos para o desenvolvimento dos países pobres, por cláusulas da difusão de Gênero. Finalmente, se incorporou o gênero no sistema educacional dos nossos países. Dado tudo isto, é necessário investigar o que é o gênero.

O que significa dizer que a ideologia de gênero é uma ideologia e não uma teoria ou uma descoberta científica?

Uma teoria é uma hipótese verificada experimentalmente. Uma ideologia é um corpo fechado de idéias, que parte de um pressuposto básico falso – que por isto deve impor-se evitando toda análise racional -, e então vão surgindo as conseqüências lógicas desse princípio falso. As ideologias se impõem utilizando o sistema educacional formal (escola e universidade) e não formal (meios de propaganda), como fizeram os nazistas e os marxistas.

O que é, então, a ideologia do gênero? Como você a descreveria para nossos leitores?

Seu fundamento principal e falso é este: o sexo seria o aspecto biológico do ser humano, e o gênero seria a construção social ou cultural do sexo. Ou seja, que cada um seria absolutamente livre, sem condicionamento algum, nem sequer o biológico -, para determinar seu próprio gênero, dando-lhe o conteúdo que quiser e mudando de gênero quantas vezes quiser.

Agora, se isso fosse verdade, não haveria diferenças entre homem e mulher – exceto as biológicas -; qualquer tipo de união entre os sexos seria social e moralmente boas, e todas seriam matrimônio; cada tipo de matrimônio levaria a um novo tipo de família; o aborto seria um direito humano inalienável da mulher, já que somente ela é que fica grávida; etc. Tudo isso é tão absurdo, que só pode ser imposto com uma espécie de “lavagem cerebral” global.

Você, em seu livro, a chama de “ideologia totalitária”. Há alguma relação com as ideologias totalitárias que a humanidade tem experimentado na história? Ou é um passo para chegar a estas situações de políticas totalitárias?

O gênero destrói a estrutura antropológica íntima do ser humano, por tanto quem fique à mercê dessa ideologia o fará “voluntariamente”. Não é mais do que uma ferramenta de poder global que, se imposta, levará a um regime totalitário – ainda quando haja eleições e partidos políticos como na Alemanha nazista -. Em contraste, nas outras ideologias conhecidas, o Estado dominava – ou domina como na Coréia do Norte ou em Cuba – pela força bruta.

Parece uma ideologia que entra nos países pelo aspecto legal e jurisdicional. Não será a falta de reconhecer uma lei natural, e a adoção do positivismo, os alicerces deste totalitarismo?

O problema parece mais profundo e complexo. O ethos é aquilo que um povo estima o que está bem e o que está mal, desde as profundezas do seu coração, não importando o que digam as leis e até mesmo o que cada um faça na própria vida. O problema é que o Ocidente perdeu o seu ethos comum, até 30 ou 40 anos atrás, era o cristianismo. O liberalismo fez que muitas pessoas acreditassem que a moral fosse um assunto privado de cada pessoa. Então, para alguns, é bom mentir, roubar, matar e fornicar – em certas circunstâncias -; e como todas as opiniões são iguais, a única maneira de viver em sociedade é que as leis “imponham” um certo ethos, que deve ser aceito por todos, sob certas penalidades. Por isso, nos nossos parlamentos promove-se todos os tipos de leis de gênero. Busca-se com elas que – junto com a educação -, formem o novo ethos dos nossos povos. E se o gênero se converte em ethos, o sistema totalitário funcionará plenamente.

A teoria do gênero é totalitária, mas não vemos ninguém perdendo as suas vidas. Então, por que ter medo de algo que não passa de leis e de idéias? Não é melhor respeitar a opinião de cada um?

Em 2010 a Espanha reformou a sua lei do aborto conforme a ideologia do gênero, considerando-o “direito humano” essencial da mulher. Naquele ano houve 113.031 abortos na Espanha. Essa “lei” e essa “idéia” mataram – só na Espanha e só nesse ano -, muitas pessoas. Não é pra ter medo da ideologia do gênero, mas é necessário enfrentá-la no campo das idéias, que é onde ela pode ser vencida mais facilmente.

Sempre é necessário respeitar as pessoas – independentemente dos seus pensamentos-. No entanto, as opiniões não se respeitam: se discernem. O livro ajudará o leitor a fazer seu próprio discernimento sobre o gênero.

Qual é, então, as conseqüências para nossos filhos, para a próxima geração?

Eu respondo com um fato real. Dei uma palestra sobre esta ideologia, a todos os professores de uma cidade de 7.000 habitantes, numa área rural da minha província. Gente simples e trabalhadora. Ao concluí-la, uma professora comentou em voz alta: ‘Agora eu entendo porque há alguns dias atrás meu filho de 7 anos me perguntou: mamãe eu sou menino ou menina …? As pessoas formadas e maduras estão imunes dessa ideologia, mas se a permitirmos penetrar nas crianças desde tenra idade – cinema, rádio, TV, escola, revistas -, em muitos casos, teremos que lamentar com o tempo tragédias de todo tipo.

“Onde haja um homem – mulher ou varão – , sua inteligência buscará a verdade, sua vontade tentará amar e autodirigir-se para o bem “, é o que você afirma no seu livro. Qual seria a melhor maneira de combater esta e outras ideologias semelhantes que tendem a penetrar nas Constituições e leis dos países? É a formação de homens e mulheres verdadeiros? O que significa um homem ou uma mulher verdadeiros?

Ante todas as idéias insalubres ou absurdas que giram pelo mundo atual, o mais importante não são outras idéias que as combatam; Mas sim, testemunhas da verdade. Mulheres e homens sinceros, de carne e osso. A mulher é a mãe, ou seja: o amor incondicional e que sempre está presente. O varão é o pai, ou seja: a autoridade, o amor que põe limites e condições, para tirar o melhor de si de cada um. Ambos amores são necessários para chegar à maturidade humana. Conhecer um homem e uma mulher assim, é a melhor “vacina” contra a ideologia do gênero.

Todo o dinheiro da venda desse livro no Brasil é revertido para o movimento Pró-vida do Brasil. O livro é distribuído no Brasil pelo Prof Felipe Nery (proffnery@hotmail.com)

Jorge Scala – Argentino. Advogado. Professor de Bioética na Universidad Libre Internacional de las Américas. Professor honorário da Universidad Ricardo Palma. Prêmio Thomas More do Instituto Tomas Moro. Prêmio João Paulo II à defesa da vida da Universidad Fasta. Autor e co-autor de vários livros. Deu mais de 600 palestras em 17 países.


* África do sul: Após 15 anos de aborto “legal” um milhão de crianças não nascidas, denuncia a Igreja.

fevereiro 3rd, 2012

Agência Fides

Passaram-se quinze anos desde que o aborto foi legalizado na África do Sul. Desde então, estima-se que a mais de um milhão de crianças não nascidas tenha sido negado o mais fundamental dos direitos humanos, o direito à vida”, afirma num comunicado da Conferência Episcopal da África do Sul (SACBC), assinado por Dom Buti Tlhagale, Arcebispo de Johanesburgo e Presidente da SACBC.

“Lembramos esse milhão de crianças não nascidas. Lamentamos que aos filhos de Deus tenha sido negado o direito de nascer no mundo criado por Deus e enriquecê-lo com seus próprios dons e talentos. Nós nunca conseguiremos realizar plenamente o que perdemos porque a lei diz que o aborto é bom”, ressalta o comunicado enviado à Agência Fides.

Dom Tlhagale lembra que aqueles que apoiaram a lei afirmam que era necessário para combater o flagelo do aborto clandestino, mas o arcebispo se pergunta se após 15 anos a lei tenha atingido o objetivo, dado que “em quase todas os postes ao longo das estradas há cartazes que reivindicam abortos seguros e indolor. Eles se encontram em frente à sede do Departamento de Saúde, em Pretória, e nas paredes de nossas escolas”. “Se a publicidade é tão difundida, a demanda por abortos clandestinos deve ser ainda mais elevada”, observa Dom Tlhagale.

A posição da Igreja Católica sobre o aborto é clara e inequívoca. O fato de que a lei diga que é legal não o torna moralmente correto. Toda criança nascitura foi criado por Deus que “a teceu no ventre de sua mãe” (cf. Sl 139, 13). Tem o direito à vida, um direito que deve ser respeitado pela mãe e protegido pelo Estado”, destaca o comunicado.

“Outro direito que deve ser respeitado pelo Estado e seus funcionários é a objeção de consciência. Aqueles que acreditam que o aborto seja moralmente errado têm o direito de recusar a participar dos procedimentos para praticá-lo”, lembra a nota.

“Todos nós, pais, professores, membros da Igreja, devemos entender o que uma garota está atravessando, quando percebe que está grávida. Ela precisa do nosso amor, do nosso apoio, de nossa compreensão e, às vezes, do nosso perdão”, enfatiza Dom Tlhagale. “Como Igreja estamos engajados de todas as maneiras para ajudar as mães solteiras e os casais que tentam buscar a estrada do aborto. Comprometemo-nos a não condenar, como Jesus se recusou a condenar”, conclui o Arcebispo, convidando as mães solteiras a recorrerem aos sacerdotes e aos centros de aconselhamento da Igreja Católica.

SÃO BOAVENTURA (1218-1274)


Boaventura nasceu em 1218, no centro da Itália. Foi bispo e reconhecido doutor da Igreja de Cristo, que chamou pescadores, camponeses para segui-lo no carisma de Francisco de Assis, mas também homens cultos e de ciência. Boaventura era um destes homens de muita ciência, porém de maior humildade e conhecimento de Deus.


Certa vez Boaventura ao ficar muito doente recebeu a cura por meio de uma oração feita por São Francisco de Assis, que percebendo a graça tomou-o nos braços e disse: "Ó, boa ventura!"
Entrou na Ordem Franciscana e pelo estudo e oração exerceu sua vocação franciscana e sacerdócio na santidade, ao ponto do seu mestre qualificar-lhe assim: "Parece que o pecado original nele não achou lugar".

São Boaventura antes de se destacar como santo bispo, já chamava - sem querer - a atenção pela sua cultura e ciência Teológica, por isso ao lado de Santo Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino caracterizaram o século XIII como o tempo de sínteses teológicas. Certa vez um frei lhe perguntou se poderia salvar-se, já que desconhecia a ciência teológica; a resposta do santo não foi outra: "Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-lo isso basta... Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de teologia". O Doutor Seráfico, assumiu muitas responsabilidades, como ministro geral da Ordem Franciscana e como bispo.
Feito cardeal, teve então que aceitar a consagração episcopal, que antes, por humildade tinha recusado. Recebeu do papa Gregório X a missão de preparar o segundo Concílio de Lião.
Morreu no dia 15 de julho de 1274, assistido pessoalmente pelo papa. Entre os seus livros mais conhecidos está “O Itinerário da Mente para Deus”.

PENSAMENTOS DE SÃO BOAVENTURA

"Veio sobre ela (Maria) o Espírito Santo como fogo divino que inflamou sua mente e santificou sua carne, conferindo-lhe uma pureza perfeitíssima... Oh, se tu fosses capaz de sentir, de algum modo, qual e quão grande foi o incêndio que desceu do céu, que refrigério se produziu... "

"A abundância dos bens temporais é um empecilho para a alma, impedindo-a de voar para Deus".

"Mais segura e humilde está a alma no ouvido do que na língua".

"A ciência que por amor da virtude se despreza, pela virtude se adquire melhor".

"Se eu nada mais puder fazer, meu Jesus, procurarei vossas chagas e aí permanecerei".

"Se o meu Redentor, por causa de meus pecados; me atirasse longe de Si, lançar-me-ia aos pés de sua Mãe e, prostrado, não me levantaria enquanto Ela não me obtivesse o perdão. Ela não deixaria de fazer violência ao Coração de Jesus para que me perdoe".

"Se quereis progredir no amor de Deus, meditai todos os dias na paixão do Senhor".

"Interroga a graça, não a doutrina; o desejo, não o intelecto; o gemido da oração, não o estudo do que vê; o esposo, não o mestre; Deus, não o homem; a fuligem não a clareza; não a luz, mas aquele fogo que tudo penetra com sua chama e reporta a Deus com excessivas unções e com ardentíssimos afetos".

"A Missa é a obra na qual Deus coloca sob os nossos olhos todo o amor que ele nos teve: é de certo modo, a síntese de todos os benefícios que ele nos fez".

"Ó Jesus, trespassaram vosso lado para nos abrir uma porta; feriram vosso coração para nos abrir nessa sagrada vinha, um asilo seguro de toda perturbação externa".

"Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça".

"Cada sacerdote no altar deveria ser inteiramente identificado com Nossa Senhora, porque como por meio dela é que nos foi dado este Santíssimo Corpo, assim é pelas mãos dela que Ele deve ser oferecido a nós".

"Todas as coisas criadas são sombras, ecos, imagens ou semelhanças de Deus, que é a Causa Primeira de todas as coisas"

"Já que toda a natureza divina esteve nas entranhas da Santíssima Virgem, não duvido dizer que em toda distribuição de graças tem certa jurisdição essa Virgem, de cujas entranhas como de um oceano da divindade, emanam os rios de todas as graças"

"Pela oração se obtém todos os bens e a libertação de todos os males".

"Assim como o rei julgaria traidor o capitão, que sitiado em uma praça, não lhe pedisse socorro, assim Deus considera traidor aquele que, vendo-se assaltado pelas tentações, a Ele não recorresse pedindo auxílio".

"Em um dia ganha o homem, pela oração, mais do que vale o mundo".

"Às vezes, se obtém mais depressa com uma breve oração, o que dificilmente se alcançaria com boas obras"

"Assim como nunca cessa a luta, assim também nunca devemos deixar de pedir a misericórdia divina, para não sermos vencidos".

"Quem não se ilumina com o esplendor de coisas tão grandes como o mundo e as coisas criadas, é cego. Quem com todas essas coisas não se põe a louvar a Deus, é mudo. Quem, a partir de indícios tão evidentes, não volta a mente para Deus, que é o primeiro princípio, é tolo"

"A oração é conversão da alma a Deus. Queres saber como hás de converter tua alma a Deus? Pois então ouve. Quando estás a orar deves recolher-te todo em ti mesmo e entrar com o Amado no aposento do teu coração e ali permanecer a sós com o Só, esquecido de todas as coisas exteriores e erguer-te acima de ti mesmo com todo o coração, com toda a alma, com todo afeto, com todo desejo, com toda devoção. E não hás de afrouxar o espírito de oração, mas por longo tempo hás de subir para o alto, por meio do ardor da devoção, até entrares no tabernáculo admirável, até a casa de Deus. E ali, visto de algum modo o teu Esposo com os olhos da alma e tendo saboreado de certa maneira a suavidade do Senhor e a grande afluência de sua doçura, cai nos seus braços e com os lábios fechados oscula-o com beijos de íntima devoção a fim de que, de todo alheado de ti mesmo, totalmente arrebatado ao céu, transformado todo em Cristo, não possas deter teu espírito, mas que digas, exclamando com o profeta Davi: 'Recusou a minha alma consolar-se, lembrei-me de Deus e me deleitei'".

"É pobre quando nasce, mais pobre durante a vida, pobre em extremo quando morre sobre a cruz".

"Morramos, pois, e entremos nas trevas; imponhamos silêncio às solicitudes, às concupiscências aos fantasmas; passemos com Cristo crucificado deste mundo ao Pai".

"Segundo os seis graus da ascenção a Deus, são as seis potências da alma, pelas quais ascendemos do último ao sumo, do exterior ao interior, do transitório ao eterno: os sentidos, a imaginação, a razão, o entendimento, a inteligência e o ápice da mente, ou a centelha da consciência. Esses graus, nós os temos em nós, plantados na natureza, deformados pela culpa, reformados pela graça, e devemos purificá-los com a justiça, praticá-los com a ciência, aperfeiçoá-los com a sabedoria".

"Quando uma alma olha para Deus toda a natureza lhe parece insignificante".

"O puríssimo Coração de Maria foi o Horto e Paraíso do Espírito Santo, jardim de delícias em que viceja toda a sorte de flores e se aspira toda a fragrância das virtudes... Ó Coração de amor, porque te converteste em esfera de dor? Contemplo, Senhora, o Teu Coração e nele vejo, não o coração mas a mirra, o absinto e o fel! Ó vulnerada Senhora, fere também os nossos corações! Porque não possuo ao menos o Teu Coração, para que, aonde quer que eu vá, Te veja sempre crucificada com Teu Filho!"

"A santa Missa tem tantas maravilhas quantas são as gotas de água no oceano, os grãozinhos de poeira no ar, as estrelas no firmamento, e os Anjos no céu. Nela se operam, quotidianamente, tantos mistérios que não sei se, em tempo algum, a mão onipotente de Deus fez obra melhor e mais sublime".

“Maria foi verdadeiramente forte e terna, doce e rigorosa ao mesmo tempo, rígida consigo mesma, pródiga para conosco! É, pois, a Ela que devemos amar e venerar acima de todas as coisas, em segundo lugar, após levarmos nosso amor à suprema Trindade e a seu Santíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, cujo mistério divino não pode ser expressado por língua alguma”.

“Deus não comunica vida à alma nem a ela se une (...) a não ser que ela se aqueça com o desejo da pátria celeste e do próprio Amado”.

“Não devemos duvidar do fato de que a bem-aventurada Mãe e Virgem Maria, possuidora de um coração vigoroso e determinação sempre constante, desejava dar seu Filho para a salvação do gênero humano, de tal forma que a Mãe viveu, em tudo, conforme o Pai”.