Mirian
Macedo
A entrevista de Xuxa
ao Fantástico
foi tiro pela culatra. Em vez de comover, serviu para relembrar. Um
sobrevôo na
vida pregressa da Rainha dos Baixinhos leva inevitavelmente a uma
suposição: Xuxa ficou tão traumatizada com o abuso sexual que sofreu
quando criança que acabou por assumir a persona de “suja” e
“sem-vergonha”,
transformando a sua vida artística num simulacro de Sodoma e Gomorra.
Freud explica.
Convenhamos: se Xuxa
foi de fato
abusada quando criança, só Freud para explicar a persistência e
determinação com que a Rainha dos Baixinhos escolheu e trilhou uma
carreira
toda calcada em apelos à sensualidade, exploração do sexo e oportunismo
carreirista.
Provam-no as fotos
nuas, os filmes
com cenas picantes de sexo, os romances com homens mais velhos e
famosos,
as atrações pornográficas e os convidados vulgares dos programas e
shows infantis pilotados pela apresentadora e cantora.
Basta analisar com
clareza e
objetividade a vida de Xuxa para concluir que sua indignação e revolta
por ter
sido abusada não guarda qualquer coerência com a figura sexual apelativa
com
que a Rainha dos Baixinhos se apresenta(va) às crianças que a
idolatravam
e a idolatram ainda hoje.
Tampouco a apregoada campanha de Xuxa para proteger a inocência das crianças contra pedófilos é compatível com o modelo de virtude que ela ofereceu a estas mesmas inocentes criaturas durante toda a sua vida.
Tampouco a apregoada campanha de Xuxa para proteger a inocência das crianças contra pedófilos é compatível com o modelo de virtude que ela ofereceu a estas mesmas inocentes criaturas durante toda a sua vida.
Ter sido a
responsável pela difusão
e imposição do pancadão do funk, com suas coreografias e letras
grosseiras,
chulas, vulgares e inadequadas, aos corações e mentes da infância e
juventude
do Brasil é só parte do estrago que Xuxa produziu em mais de uma geração
de
súditos que estiveram sob a influência nefasta desta rainha má.
Mas, sejamos
honestos, a
contribuição freudiana pára por aí. A instalação e consolidação do
reinado de
apologia ao sexo pilotado por Xuxa têm outra explicação. Os pais da
criança
atendem pelos nomes de Karl Marx e Antonio Gramsci.
Xuxa é a prova viva
de que
a revolução passiva gramsciana, aliada ao marxismo
cultural, vem sendo implantada no Brasil desde o tempo em que a esquerda
ainda se passava por vítima naqueles que acostumamos a chamar de “anos
de
chumbo”.
O processo de
perversão, corrupção
e erotização da infância e juventude brasileira não começou
agora, já vem de longe. A erosão e destruição da tradição moral
judaico-cristã é ponto de honra e questão fechada na cartilha de
implantação do
socialismo. Uma das propostas explícitas de Lênin era “varrer o
cristianismo da face da Terra”.
A chorosa senhora
que
apareceu no Fantástico vem cometendo crime de lesa-infância há quase 30
anos,
com seus programas “infantis” recheados de vulgaridades, indecências e
pornografias. Foi esta cinquentona, com ares de moça preocupada com a
preservação da inocência das crianças, que implantou o funk de norte a
sul do
Brasil em seus programas da Globo e shows país e mundo afora.
A este ponto alto no
curriculum da
Rainha dos Baixinhos, soma-se à jogada marquetólogica de uma gravidez
arranjada
através da seleção e escolha de um reprodutor de plantel. Construir uma
família
— marido, mulher e filhos — nunca foi projeto da moça que diz tanto amar
as
crianças. São palavras suas:
“Estou procurando (um
homem). Mas
se não aparecer, vou ter essa criança sozinha.(...) Se eu tiver um filho
por
inseminação, ela vai conhecer ao menos a mãe. Na Espanha, nenhuma
clínica
tem os genes que eu quero. Na Alemanha e na França tem.
Fazendo inseminação, vou ser o pai e a mãe da criança, quero que ela
seja
o mais parecida possível comigo”.
Precisa dizer mais?
Eu nunca permiti que
meus três
filhos assistissem ao circo de horrores que Xuxa liderava na TV Globo.
Ainda
assim, a pequena amostra do que pude ver sempre me levou a achar que
esta “santa”
merecia cadeia.
Qualquer um que
assiste às
entrevistas e brincadeiras do programa ou ouve as letras, e confere o
significado das palavras da maioria das músicas ali apresentadas, só tem
uma alternativa: pedir prisão perpétua para Xuxa. Pena de morte também
não
seria um exagero. É proporcional à gravidade dos crimes: lesa-infância,
lesa-juventude e lesa-pátria.
No domingo, 19 de
maio, Xuxa não
foi à televisão defender crianças (ela mesma é a maior ameaça à
infância). Se
ela confessou sua tragédia pessoal foi para induzir à idéia de que é a
família,
a intimidade do lar, ou o próprio pai (por omissão ou por má companhia)
quem
ameaça os filhos.
Xuxa deu a entrevista
e fez as
confissões porque ela é quem é e continua a mesma, desde que surgiu para
o
estrelato com seus 16 anos de idade. Xuxa está aí para corromper e
perverter as virtudes e valores morais do povo brasileiro, como pudor,
família
e alta cultura. É o seu papel.
Sou cética e crítica.
Se, por um
lado, nunca brinquei ou debochei da possibilidade real de que Xuxa tenha
sido
vítima de abusos, também não me comoveram as suas lágrimas. Ao
contrário,
a choramingação sobre os abusos que ela sofreu serviu, antes, para me
fazer
pensar por que Xuxa não denunciou há mais tempo fato de tamanha
gravidade e não
deu o nome de seus molestadores.
Se teve coragem de se
expor na
televisão, por que não ir atrás de justiça, denunciando quem abusou
dela? Xuxa alega que era criança sem malícia, não sabia discernir
o errado e tinha medo de denunciar os molestadores. A sua tragédia
pessoal aconteceu há 40 anos.
Mas, e agora? Por
que
escolheu um programa de televisão para fazer uma confissão tão dolorida e
íntima? Ela não sabe diferenciar a esfera pública da vida privada? Se
resolveu expor-se desta maneira para alertar sobre os abusos, por que
protegeu
seus molestadores? É esta a mensagem? “Criança, se abusada, não divulga
nunca o
nome do criminoso, nem quando chegar a idade adulta. Premia o infame com
o
anonimadto e a impunidade.”
Quer dizer que
patifes (Xuxa diz
que foram vários adultos!) cometem crime hediondo de pedofilia e a
vítima, nas
condições favoráveis de que desfruta Xuxa hoje, não os denuncia e não os
submete aos rigores da lei? Se já estão mortos, tanto faz, não
interessa. É
preciso fazer justiça, desmascarando e retirando o véu de dignidade que
pode
recobrir a vida destes monstros. Por que ela não o fez?
Se Xuxa é tão
transparente, honesta
e virtuosa, por que seu tão corajoso e sincero depoimento ao Fantástico
não
tocou na sua participação ainda adolescente no concurso de pantera de
Ricardo
Amaral? Ela também nada falou de suas fotos nuas (inclusive na capa)
para
a revista Playboy. Nenhuma referência à tentativa de apagar a sua
aparição do
filme Amor Estranho Amor, de Walter
Hugo Khoury, em que reparte com um menino de 12 anos uma cena de sexo
ardente.
Xuxa seduzindo um menino de 12 anos no filme pornográfico Amor Estranho Amor |
Amaury Junior conta
que Pelé
saía com fotos da modelo no bolso para pedir o apoio da imprensa e que
foi
abordado pelo ex-jogador, numa festa, com algumas delas nas mãos. “Ele
me pediu
para dar uma força àquela menina, dizendo que ela um dia faria muito
sucesso”.
Pelé
confirma: “Ajudei muito
ela, fui eu que recolhi todas as fotos que Xuxa tinha feito nua. Todas.
Tinha
foto dela em cima de um taxi em Nova York com a bunda de fora, e todos
foram
compreensíveis comigo, afinal, ela era uma menina sem maldade, muito
natural,
que encarava a nudez com a maior tranquilidade”. (Pelé, em entrevista a Playboy)
Segundo a revista IstoÉ, “Pelé e Xuxa se conheceram em
1980, num ensaio fotográfico. Pelé ditou os passos de sua carreira nos
seis
anos de namoro. Em um ano, Xuxa foi capa de mais de 80 revistas. Virou
apresentadora de programa infantil na TV Manchete e se tornou a Rainha
dos
Baixinhos”. Quanto amor!
Um balanço frio da
carreira de Xuxa
nos últimos tempos não deixa distante a hipótese, muito provável, de que
a
confissão ao Fantástico sobre os abusos, anunciada com
sensacionalismo e recheada de emocionalismo piegas, seja puro golpe de
marketing, destinado a recuperar a carreira descendente e decadente da
apresentadora. Para tanto, ela resolveu posar de cidadã corajosa e
heroína,
que sacrifica a própria imagem e se expõe para proteger seus anjinhos
inocentes.
O tiro pode ter saído
pela culatra,
Ibope não significa necessariamente aprovação e admiração. Um número
expressivo
de pessoas que assistiram e comentaram a entrevista de Xuxa ao
Fantástico não
teceu loas nem ficou comovido com o “calvário infantil” da senhora Maria
das
Graças Meneghel.
Muita gente continua
achando que já
passou a hora desta senhora prestar contas à Justiça por seus crimes
contra a
infância, adolescência e juventude do Brasil.
Fonte:
Blog
da
Mirian Macedo
Divulgação:
www.juliosevero.com
Cala a boca, Xuxa!
Não vi a comentada
entrevista da
tal Xuxa no Fantástico deste domingo, dia 20/05. Mas não pude ignorá-la
por
muito tempo, pois a primeira notícia que recebi nesta manhã, logo cedo,
foi: “Cê
viu que a Xuxa foi abusada na infância?”
Fora o surrealismo da
revelação,
ocorreu-me que aquela, certamente, não era a notícia que desejava ouvir
logo no
início da semana. Afinal, como uma mulher de 50 anos, aparentemente
esclarecida,
só agora, passado todo esse tempo, resolve falar sobre algo tão grave? E
por
que me irritou tanto esta informação? Parei para refletir sobre o motivo
deste
sentimento e, confesso, não foi difícil descobrir.
Esta senhora, lá
pelos seus
primórdios, vivia no mesmo condomínio do meu irmão, no Grajaú, Rio de
Janeiro.
Lembro-me das minhas sobrinhas, ensandecidas, indo buscar as grotescas
sandalinhas
cheias de brilhos no apartamento dela, na esperança de encontrar o Pelé
que, vira e mexe, dava as caras por lá.
Desde os seus 20 e
poucos anos de
idade, ela comanda programas infantis cuja tônica é erotizar
precocemente as
crianças, transformando meninas em arremedos de mulheres sem se
preocupar com
sua vulgarização.
Os programas que
comandou sempre
tiveram como mote atropelar o desenvolvimento infantil em sua
exuberância
repleta de etapas simbólicas. Pasteurizou os encantos desta fase
empenhando-se
em exaltar a diferença entre possuir e não possuir os produtos que
anunciava ou
que levavam sua grife tais como sandálias, roupas, maiôs, lingeries,
xampus,
bonecas, chicletes, cosméticos, álbum de figurinhas, cadernos, agendas,
computadores, sopas, iogurtes, etc., num universo insano onde ela,
eternamente
fantasiada de insinuante ninfeta, faz biquinho e comanda a miúda plebe
ignara.
Xuxa: símbolo máximo da erotização da infância no Brasil |
Talvez para esconder a
consciência
que tinha acerca do quanto ajudou a devastar a inocência de tantas
gerações de
meninas que lhe devotavam a mais pura idolatria, posou de inocente útil
usando
a mesma máscara que agora reedita para falar, emocionada, do seu mais
novo
pretenso drama/marketing.
Esqueceu-se de que
sua audiência,
formada, na sua massacrante maioria, por meninas, passou a ser
considerada como
alvo da desumana propaganda colocando-as como mero veículo de consumo.
Esqueceu-se,
convenientemente, de
comentar que milhares de garotas pelo Brasil afora foram abusadas
sexualmente
ao mesmo tempo em que eram, por ela, adestradas a vestirem-se e
comportarem-se
como verdadeiras lolitas.
Esqueceu-se de que
ensinou atitudes
claramente ambivalentes para crianças que não faziam a mais pálida ideia
do que
podiam mobilizar em mentes doentias.
Esqueceu-se de que a
erotização tem
sido ligada a três dos maiores problemas de saúde mental de adolescentes
e mulheres
adultas: desordens alimentares, baixa auto-estima e depressão.
Esqueceu-se também de
que as
crianças, diariamente bombardeadas com imagens de paquitas como modelos
de uma
beleza simplesmente inalcançável enquanto corpos reais, torturavam-se
perseguindo um modo de serem belas, perfeitas, saudáveis e eternas.
Estimulando a
sexualidade de forma
tão precoce, essas meninas perderam grande e preciosa fase do seu
desenvolvimento natural. E reduzir o período da inocência, certamente,
acarretou-lhes desdobramentos nefastos.
Daí para ideia, cada
vez mais
presente, da infância como objeto a ser apreciado, desejado, exaltado,
numa
espécie de pedofilização generalizada na sociedade foi, apenas, um
pequeno
passo.
Num país onde as mães
deixam suas
crias, por absoluta falta de opção, frente à tevê sem qualquer tipo de
controle
e sem condições para discutir o conteúdo apresentado, encontrou esta
senhora
terreno mais que propício para disseminar sua perversa e desmedida
ganância por
audiência e dinheiro.
Fosse ela uma pessoa
minimamente
preocupada com a direção que a sexualidade exacerbada e fora de contexto
toma,
neste país onde mulheres são cotidianamente massacradas, teria falado
sobre
este suposto drama muito tempo atrás. Teria tido muito mais cuidado com
os exemplos
de exposição que passava. Teria norteado seu trabalho dentro de
parâmetros
muito mais educativos e, desta forma, contribuído para que milhares de
meninas
fossem verdadeiramente cuidadas e respeitadas.
Ou teria simplesmente
virado as
costas e ido embora.
Logo, frente ao seu
histórico, não
tem mesmo nenhuma autoridade para sustentar qualquer atitude
fundamentada em
belos e necessários méritos.
Porque são de grandes
valores, bons
princípios e atitude exemplares que nossa sociedade necessita de maneira
urgente.
Portanto, cale-se,
Xuxa!
Nota
de Julio Severo: Esse texto, que foi muito bem escrito, está sendo
distribuído
por email e também foi enviado a mim. Por mais que eu tivesse procurado
localizar o verdadeiro autor e origem, não consegui.