6 de abr. de 2010

Santa Catarina de Sena: Respeito devido aos Sacerdotes


Santa Catarina, por sua vida exemplar e pelo conhecimento adquirido de Deus e da Sua "visão" para com o mundo e a humanidade, constituiu-se em sua época em formidável instrumento da Providência Divina, para iluminar o mundo e a Igreja, tendo nesta desfrutado de enorme autoridade.
Teve um intensa vida mística iniciada aos 6 anos de idade quando desfrutou de uma extraordinária visão de Jesus.
Em 1370, aos 23 anos, passou por sua experiência mística mais importante, quando chegou a parecer morta por várias horas em um êxtase profundo no que foi acompanhada por diversas pessoas inclusive vários padres. Neste, conta o seu primeiro biografo e diretor espiritual, Frei Raimundo da Cápua, que ela posteriormente lhe teria revelado que sua alma havia sido retirada do seu corpo e levada à conhecer os mistérios divinos, e como se mostrasse contrariada em retornar ao corpo, o Senhor lhe disse: "Vês de quanta glória estão privados e com que tormentos sãs punidos aqueles que Me ofendem? Retoma, pois, a vida e faze-os compreender seu erro e perigo da condenação. A salvação dos homens exige que retornes à vida. Mas não viverás mais, como até agora. O pequeno quarto não será mais tua costumeira moradia; pelo contrário, para a salvação das almas deverás sair de tua cidade. Estarei sempre contigo na ida e na volta. Levarás o louvor do Meu nome e a Minha mensagem a pequenos e grandes, a leigos, clérigos e religiosos. Colocarei em tua boca uma sabedoria à qual ninguém poderá resistir. Conduzir-te-ei diante de Papas, Bispos e Governantes do povo cristão, a fim de que por meio dos fracos, como é do Meu feitio, Eu, humilhe a soberba dos fortes."
Após este fato, conhecido como sua morte mística, Santa Catarina projetou-se numa intensa e importantíssima ação doutrinária e pacificadora na Igreja, conforme a profecia do Senhor.
Ela foi canonizada em 1461 e declarada Doutora da Igreja em 1970, pelo Papa Paulo VI.
Para avaliar a importância de seus escritos consta que em 1950 publicou-se uma lista de livros e estudos a seu respeito e já eram 1044.
A reflexão sobre estes extraordinários ensinamentos nos possibilitam compreender nitidamente o porque de nossa peregrinação terrena e assim constituir-se em forte ponto de apoio ao difícil processo de mudança interior na direção de Deus, que chamamos conversão.
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Respeito devido aos Sacerdotes
Os ministros são ungidos meus. A respeito deles diz a Escritura: “Não toqueis nos meus cristos” (Sl 105, 15). Quem os punir cairá na maior infelicidade. Se me perguntares por que a culpa dos perseguidores da santa Igreja é a maior de todas e, ainda, por que não se deve ter menor respeito pelos meus ministros por causa de seus defeitos, respondo-te: porque, em virtude do sangue por eles ministrado, toda reverência feita a eles, na realidade não atinge a eles, mas a mim. Não fosse assim, poderíeis ter para com eles o mesmo comportamento de praxe para com os demais homens.Quem vos obriga a respeitá-los é o ministério do sangue. Quando desejais receber os sacramentos, procurais meus ministros; não por eles mesmos, mas pelo poder que lhes dei. Se recusais fazê-lo, em caso de possibilidade, estais em perigo de condenação. A reverência é dada a mim e a meu Filho encarnado, que somos uma só coisa pela união da natureza divina com a humana. Mas também o desrespeito. Afirmo-te que devem ser respeitados pela autoridade que lhes dei, e por isso mesmo não podem ser ofendidos. Quem os ofende, a mim ofende. Disto a proibição: “Não quero que mãos humanas toquem nos meus cristos”!
Nem poderá alguém escusar-se, dizendo: “Eu não ofendo a santa Igreja, nem me revolto contra ela; apenas sou contra os defeitos dos maus pastores”! Tal pessoa mente sobre a própria cabeça. O egoísmo a cegou e não vê. Aliás, vê; mas finge não enxergar, para abafar a voz da consciência. Ela compreende muito bem que está perseguindo o sangue do meu Filho e não os pastores. Nestas coisas, injúria ou ato de reverência dirigem-se a mim. Qualquer injúria: caçoadas, traições, afrontas. Já disse e repito: não quero que meus cristos sejam ofendidos. Somente eu devo puni-los, não outros. No entanto, homens ímpios continuam a revelar a irreverência que têm pelo sangue de Cristo, o pouco apreço que possuem pelo amado tesouro que deixei para a vida e santificação de suas almas. Não poderíeis ter recebido maior presente que o todo-Deus e todo-Homem como alimento. Cada vez que o conceito relativo aos meus ministros não coloca em mim sua principal justificativa, torna-se inconsistente e a pessoa neles vê somente muitos defeitos e pecados. De tais defeitos falarei em outro lugar. Mas quando o respeito se fundamenta em mim, jamais desaparece, mesmo diante de defeitos nos ministros; como disse, a grandeza da eucaristia não é diminuída por causa dos pecados. A veneração pelos sacerdotes não pode cessar; se tal coisa acontecer, sinto-me ofendido.
Santa Catarina de Sena, “O Diálogo” Cap. 28.Paulus, 9ª edição, São Paulo, 2005pp. 237-240
Pois é, por mais que não honrem a dignidade sacerdotal que receberam, somos, sob pena de pecarmos gravemente, obrigados a respeitá-los e venerá-los
Santa Catarina de Sena, rogai por nós.
Fonte: http://portalcot.com/reporter/   Repórter: Aninha     (Visita Recomendada)

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