8 de nov. de 2010

Erros litúrgicos e o Concílio Vaticano II.



A liturgia da Santa Missa, mistério supremo do amor de Cristo por nós, tem sofrido inúmeras agressões. Infelizmente muitos cometem erros litúrgicos e colocam a culpa na reforma do Concilio Vaticano II. É necessario olhar o concílio na hermenêutica da continuidade. Observemos algumas partes da Sacrosanctun Conciliun para entendermos que a culpa dos problemas litúrgicos não esta no concílio, mas sim nas malvadas intenções dos progressistas:

7. Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente na sua igreja, especialmente nas acções litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa, - «O que se oferece agora pelo ministério sacerdotal é o mesmo que se ofereceu na Cruz».
8. Pela Liturgia da terra participamos, saboreando-a já, na Liturgia celeste celebrada na cidade santa de Jerusalém, para a qual, como peregrinos nos dirigimos e onde Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo.


Comentários: A Santa Missa não é uma refeição como qualquer uma, estão completamente errados quem celebra a Santa Missa considerando-a apenas como uma partilha entre irmãos, este pensamento circula nos textos dos teólogos da libertação. A Missa é o divino manjar, o Sacrifício do Senhor, ela é um Mistério escatológico, lugar da mais plena revelação da presença de Deus e por tanto deve ser lugar da mais profunda adoração.

11. Para assegurar esta eficácia plena, é necessário, porém, que os fiéis celebrem a Liturgia com rectidão de espírito, unam a sua mente às palavras que pronunciam, cooperem com a graça de Deus, não aconteça de a receberem em vão (28). Por conseguinte, devem os pastores de almas vigiar por que não só se observem, na acção litúrgica, as leis que regulam a celebração válida e lícita, mas também que os fiéis participem nela consciente, activa e frutuosamente.


Comentário: A Missa é lugar de oração, muito se fala em participação externa com palmas e danças e pouco se lembra que toda esta agitação não promove a participação interna. Este problema é perceptível em celebrações de alguns padres da renovação carismática e também da teologia da libertação. É necessário se preocupar com a interação interior dos fieis com o espírito litúrgico.

21. A santa mãe Igreja, para permitir ao povo cristão um acesso mais seguro à abundância de graça que a Liturgia contém, deseja fazer uma acurada reforma geral da mesma Liturgia. Na verdade, a Liturgia compõe-se duma parte imutável, porque de instituição divina, e de partes susceptíveis de modificação, as quais podem e devem variar no decorrer do tempo, se porventura se tiverem introduzido nelas elementos que não correspondam tão bem à natureza íntima da Liturgia ou se tenham tornado menos apropriados.


Comentário: Alguns tradicionalistas, nada conservadores, consideram as alterações litúrgicas promovidas pela Sacrosanctun Conciliun uma aberração, um sacrilégio e até uma apostasia. Estes católicos devem entender que a liturgia é um organismo vivo, que recebe da Igreja alterações sem perder sua divina natureza. O Rito de Pio V existe por que existiram outros ritos anteriores, o rito “de sempre” que eles falam não é de sempre, pois antes de Trento ele era um e depois da reforma litúrgica de Pio X ele é outro. É bonito o respeito que estes irmãos têm pelos antigos ritos, inclusive o Santo Padre deu a Igreja à graça de poder celebrar a Missa tridentina em público, porém dizer que o Rito de Paulo VI é um câncer da Igreja é um tremendo pecado contra a Igreja que peregrina proféticamente na historia rumo a pátria celeste.


§ 22-3. Por isso, ninguém mais, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa, acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica.
23. Para conservar a sã tradição e abrir ao mesmo tempo o caminho a um progresso legítimo, faça-se uma acurada investigação teológica, histórica e pastoral acerca de cada uma das partes da Liturgia que devem ser revistas. Tenham-se ainda em consideração às leis gerais da estrutura e do espírito da Liturgia, a experiência adquirida nas recentes reformas litúrgicas e nos indultos aqui e além concedidos. Finalmente, não se introduzam inovações, a não ser que uma utilidade autêntica e certa da Igreja o exija, e com a preocupação de que as novas formas como que surjam a partir das já existentes.


Comentário: É um desastre a tal criatividade que os documentos da CNBB pedem para os padres e os leigos promoverem na liturgia. Quanta desobediência ao Concílio! Só os bispos podem mudar alguma coisa, porém, com autorizações provenientes de Roma. Por que tanta rebeldia? Por que tanta incoerência? Por que tantas inovações?

30. Não deve deixar de observar-se, a seu tempo, um silêncio sagrado.
Comentário : Em muitas paróquias não temos ação de graça, não temos tempo para fazer exame de consciência no ato penitencial e não temos silencio antes da Missa para preparar o coração para o ato litúrgico. Muitos preferem orar em línguas na ação de graças ou cantar três, quatro e até cinco hinos. É preciso dar espaço para Deus na liturgia e a melhor forma é dar espaço para o silencio.
36. § 1. Deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos, salvo o direito particular.
§ 2. Dado, porém, que não raramente o uso da língua vulgar pode revestir-se de grande utilidade para o povo, quer na administração dos sacramentos, quer em outras partes da Liturgia, poderá conceder-se à língua vernácula lugar mais amplo, especialmente nas leituras e admonições, em algumas orações e cantos, segundo as normas estabelecidas para cada caso nos capítulos seguintes.


Comentário: Mataram o Latim sem a permissão da Igreja. O Concílio não tirou o latim da liturgia, pelo contrario, pediu a sua conservação.

112.O sagrado Concílio, fiel às normas e determinações da tradição e disciplina da Igreja, e não perdendo de vista o fim da música sacra, que é a glória de Deus e a santificação dos fiéis.
114. Guarde-se e desenvolva-se com diligência o património da música sacra. Promovam-se com empenho, sobretudo nas igrejas catedrais, as «Scholae cantorum».
116. A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na acção litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar.
116-2.Não se excluem todos os outros géneros de música sacra, mormente a polifonia, na celebração dos Ofícios divinos, desde que estejam em harmonia com o espírito da acção litúrgica,
Comentário: O gregoriano também não foi eliminado, como alegam muitos “liturgistas” por ai. Infelizmente o que se vê é em algumas paróquias axé, pagode e até rock. Ritmos que nada tem haver com a harmonia litúrgica que deve nos levar ao calvário.
120. Tenha-se em grande apreço na Igreja latina o órgão de tubos, instrumento musical tradicional e cujo som é capaz de dar às cerimónias do culto um esplendor extraordinário e elevar poderosamente o espírito para Deus.



Comentário: Os órgãos deram lugares para a guitarra, baixo e bateria. Errado!

A Constituição Sacrosanctun Conciliun esta a disposição neste link: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19631204_sacrosanctum-concilium_po.html


O Papa esta promovendo uma reforma litúrgica na Igreja, não por documentos, pois se percebe que, ou os bispos e padres não lêem, ou não querem obedecer. Por tanto o papa deixou de lado um pouco o papel e a caneta e decidiu promover a reforma com seus atos. Façamos o mesmo, sejamos litúrgicos, para vagarosamente levar a Igreja para o entendimento do que é a verdade.


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