Pe. Paulo Ricardo, Deus vos abençoe por amar tanto a Igreja e desejar salvar as almas dos pobres pecadores.
Obrigado pelo exemplo de não ter medo de ser perseguido, nem de morrer no Nome de Jesus Cristo, nós também não. Conte conosco.
Estamos orando pelo senhor e pedindo a Deus que Ele suscite mais sacerdotes verdadeiros, sacerdotes que não tenham outro interesse que não seja a maior gloria de Deus.
Deus vos encha de mais coragem para enfrentar essa batalha contra os demônios de carne, como diz Sta. Catarina de Senna.
Muitos padres e bispos pensam como o senhor, somente ainda não tiveram coragem de se manifestar, mas isso acontecerá, Deus lhes dará coragem, se os padres e bispos corajosos como o senhor continuar tomando a dianteira.
Avante!!!
É o Senhor liberal com todas as suas criaturas, mas nunca com os ingratos.
A ingratidão, diz S. Bernardo, faz estancar a fonte da bondade divina.
Por isso S. Jerônimo pôde dizer: Nenhuma besta há no mundo mais feroz que um mau padre, porque esse não se quer deixar corrigir.
O autor da Obra imperfeita: Os leigos facilmente se emendam, mas um mau eclesiástico é incorrigível.
Segundo S. Damião, é de preferência aos padres pecadores que se aplicam estas palavras do Apóstolo: Porque os que foram alumiados, os que saborearam o dom celeste, e receberam o Espírito Santo… depois caíram, é impossível que se renovem pela penitência.
Com efeito, quem mais que o padre recebeu de Deus graças abundantes? Quem mais do que ele gozou dos favores do Céu e participou dos dons do Espírito Santo?
Segundo Sto. Tomás, permaneceram obstinados no pecado os anjos rebeldes, porque pecaram em face da luz; é assim, escreve S. Bernardo, que o padre será tratado por Deus: tornado anjo do Senhor, ou há de ser eleito como anjo, ou réprobo como o anjo.
Eis o que o Senhor revelou a Sta. Brígida: Olho os pagãos e os judeus, mas não vejo ninguém pior que os padres: o seu pecado é como o que precipitou Lúcifer.
E notemos aqui o que diz Inocêncio III: Muitas coisas que nos leigos são pecados veniais, nos eclesiásticos são mortais.
É ainda aos padres que se aplicam estas palavras de S. Paulo: Uma terra, que, depois de muito regada pelas chuvas, só produz espinhos e silvas, está reprovada e sujeita a maldição: acabará por ser entregue ao fogo.
Que chuva de graças não recebe de Deus continuamente o padre? E contudo,em vez de frutos, só produz silvas e espinhos: Desgraçado! Está prestes a ser reprovado e a receber a maldição final, para ir, depois de tantas graças, que Deus lhe prodigalizou, arder no fogo do inferno!
— Mas, que temor pode ter ainda do fogo do inferno um padre, que voltou as costas a Deus? Os padres que pecam perdem a luz, como levamos dito, e perdem também o temor de Deus.
É o Senhor quem no-lo declara: Se eu sou o Senhor, onde está o meu temor, vos diz o Senhor, a vós, ó padres, que desprezais o meu nome?.
Segundo S. Bernardo, os sacerdotes, caindo da altura a que se acham elevados, de tal modo se afundam na malícia, que perdem a lembrança de Deus, e tornam-se surdos a todas as ameaças da justiça divina, a tal ponto que nem o perigo da sua condenação os espanta.
Mas que haverá nisso de admirável? O padre, pecando, cai no fundo do abismo, onde fica privada da luz e despreza tudo. Acontece então o que diz o Sábio: Caído no fundo do abismo do pecado, o ímpio despreza.
Este ímpio é o padre que peca por malícia; um só pecado mortal o precipita no fundo das misérias, em que cegamente permanece mergulhado.
Nesse estado despreza tudo: castigos, advertências, presença de Jesus Cristo, a quem toca no altar. Não córa de se tornar pior que o traidor Judas, como o próprio Senhor um dia disse a Sta. Brígida:
Tais padres já não são sacerdotes meus, mas verdadeiros traidores.
Sim, tais padres são verdadeiros traidores, porque abusam da celebração da Missa, para ultrajarem mais cruelmente a Jesus Cristo pelo sacrílego!
E qual será, depois de tudo, o triste fim do padre mau?
Ei-lo: Praticou a iniqüidade na terra dos santos, não verá a glória do Senhor.
Será, numa palavra, o abandono de Deus, e depois o inferno.
— Mas, dirá alguém, essa linguagem é demasiado aterradora: quereis lançar-nos da desesperação?
—Respondo com Sto. Agostinho: Se vos espanto, “é que eu próprio estou espantado”.
— Assim, dirá um padre, que tiver tido a desgraça de ofender a Deus no sacerdócio, não haverá para mim esperança de perdão?
— Ó, não posso afirmar isso; haverá esperanças, desde que haja arrependimento do mal cometido. Que esse padre seja pois extremamente reconhecido para com o Senhor, se ainda se vê ajudado da graça; mas é preciso que se apresse a dar-se a Deus, enquanto o chama, conforme o aviso de Sto. Agostinho: “Abramos os ouvidos à voz de Deus, enquanto nos chama, com receio de que se recuse a ouvir-nos, quando estiver prestes a julgar-nos”.
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