Vai crescendo a olhos vistos a propaganda pró-gay. Não é somente a questão contra um preconceito injusto e violento contra as pessoas homossexuais. Trata-se, ao invés, de uma verdadeira apologia do comportamento homossexual, dos atos homossexuais e da chamada cultura gay. Os meios de comunicação fazem pesada propaganda e divulgam eventos gays, desde a Parada de São Paulo, passando pela desastrada decisão do Supremo Tribunal Federal, até a caricatura de casamento numa “igreja” do Rio de Janeiro. Sem dúvida, hoje em dia é chique ser gay!
Todos estes fatos devem fazer os cristãos refletirem... Não sejamos desavisados: cada vez mais posturas, atitudes e comportamentos totalmente estranhos à cultura cristã serão propagados, louvados e impostos... E por quê? Porque nossa matriz cultural já não é o cristianismo: o Ocidente renegou Cristo, apostatou de sua fé. Esta é a verdade! Certamente há ainda muitíssimos cristãos, mas o cristianismo como inspirador da cultura ocidental foi ultrapassado e não tem forças para voltar a inspirar esta sociedade.
Sei que muitos me tacham de pessimista e alarmista quando me escutam dizer isto. No entanto, não posso negar minhas ideias e minhas convicções! Mais ainda: quando as digo – e as tenho dito muitas vezes neste Blog – não é para ser pessimista ou alarmista, mas para ser fiel ao verdadeiro realismo cristão, que não tem medo de encarar a realidade porque sabe que a história está nas mãos do Cordeiro imolado e ressuscitado.
Vejamos: o que estamos presenciando é o descolamento do verniz cristão que, desde Constantino Magno, Imperador romano, passando por Teodósio, Clóvis e Carlos Magno, fora aplicado à sociedade ocidental. É verdade que o cristianismo impregnou a Europa medieval de modo admirável e fecundo, gerando a Cristandade. Mas isto passou! É verdade também que a fé cristã nunca pode ser uma adesão de massa, adesão de uma multidão a Cristo, por moda ou força, sem passar pelo encontro pessoal e transformador com a sua adorável Pessoa. Ora, desde a segunda metade do século XIV, a sociedade ocidental foi se afastando da adesão ao Senhor e foi-se criando uma torta concepção de que o homem somente será ele mesmo quando livrar-se de Deus e do seu Cristo: não a um Deus que diga quem sou, como devo viver ou o que devo crer ou fazer! É esta a ideologia que se impôs e tem triunfado no Ocidente. E sobretudo nas últimas décadas este processo de descristianização da c. ultura ocidental assumiu uma profundidade e uma aceleração impressionantes. Como os cristãos devemos reagir, como devemos nos portar?
1. Fundamentalmente, aprofundando a nossa fé como encontro com Cristo e adesão amorosa à sua Pessoa. O cristianismo é uma questão de amor apaixonado por Jesus: não é questão de maioria, não é questào de todo mundo ter que ser cristão; é questão de amor, de um encontro transformante de amor! Esse amor é estritamente pessoal, mas não é individual: leva-nos à Comunidade dos amantes de Cristo, dos seus discípulos, que o têm como absoluto critério e verdade da existência: a Igreja. É no "nós" da Igreja que experimentamos o Senhor vivo na Palavra proclamada na Escritura e interpretada pela Comunidade de fé em plena sintonia com a doutrina dos Apóstolos, bem como é aí que recebemos e vivenciamos constantemente a graça salvífica do amado Jesus nos seus gestos perenes, que são os sacramentos.
2. Num mundo que oferece todas as porcarias e aberrações possíveis e imaginárias, todos os caminhos mais disparatados e antievangélicos, é imprescindível compreender e estarmos convictos de que nosso modo de viver não decorre de uma norma moralizante exterior, mas do nosso amor, da nossa adesão incondicional a Cristo Jesus, Verdade de toda a humanidade: o amor tem suas exigências e negá-las é não amar, é tornar vão o amor! Assim sendo, a vivência da moral cristã não deve ser vista e vivida como uma regra opressora, mas como expressão de um compromisso de amor exigente porque envolve toda a vida e a vida toda.
3. Vivemos no mundo – num mundo agora "multicultural" e, de modo geral, hostil ao cristianismo. É importante ter convicção de que somos diferentes, de que a escolha de Cristo nos separou do mundo; é essencial não negar a nossa fé, não esconder nosso modo de crer e de viver! Nunca caiamos na ilusão tola de que aplaudindo e mascarando os erros do mundo seremos aceitos e converteremos o mundo. Um dos grandes erros dos cristãos atuais é pensar que ainda somos iguais a todo mundo e que todo mundo nos compreende! daí um irenismo tolo, uma simpatia meio retardada diante dum mundo hostil! Isso sempre degenera somente em covardia e infidelidade ao Senhor e aos testemunho que devemos dar dele. É nosso dever respeitar o mundo, compreender que cada um tem o direito de seguir seu caminho e tomar o rumo que bem entender para a sua vida, mesmo que esse leve à morte e ao inferno. A nossa questão fundamental é que os cristãos vivam como cristãos e proclamem com toda a coragem a sua fé, sem medo nem complexos: cristãos que vivam como cristãos!
4. É necessária também a coragem serena e segura de dialogar com os que não são cristãos. Dialogar é dizer claramente quem somos, no que cremos, como vivemos, o que é certo e o que é errado para nós. Dialogar é escutar os outros, respeitá-los sinceramente, alegrar-se com suas virtudes e acertos, reconhecer seus valores, mas sem ceder um milímetro naquilo que é essencial do nosso modo de crer, de viver e de celebrar segundo Cristo. Somente uma atitude assim nos torna dignos do respeito dos outros. E se não nos respeitarem e se nos excluírem, nada mais estaremos vivenciando que aquilo que o nosso Jesus nos preveniu que aconteceria com seus discípulos e nos tornaria dignos dEle!
Voltemos ao tsunami da propaganda gay. Podem fazer paradas gays, podem fingir casamentos cristãos em pseudoigrejas pseudocristãs, podem dizer que é lindo e normal a vivência da homossexualidade nas relações sexuais, podem afirmar isto e muito mais... Os cristãos sempre terão os olhos e os ouvidos voltados para a Palavra de Deus e para a constante doutrina católica e apostólica: respeitaremos as pessoas homossexuais, refutaremos veementemente qualquer violência ou desrespeito para com elas, afirmaremos sua dignidade humana e de criaturas de Deus, sua capacidade de uma vida reta, de uma vida moral elevada e de real santidade como discípulos de Jesus Cristo. Ao lado disso, dizemos e diremos sempre que o caminho que Deus pensou para a vivência sexual é a heterossexualidade, que as relações sexuais homossexuais são contrárias ao plano de Deus e por ele não são abençoadas nem mesmo com o pretexto de amor – não se confunda amor com sexo nem se resuma amor a sexo ou expressão de amor a relação sexual. Diante de Deus não há nem pode haver casamento homossexual! Também não daremos nunca o nome da família a um par homossexual, não aceitaremos nunca como normal e como direito de quem quer que seja que um par homossexual adote crianças.
Quanto aos homossexuais cristãos, devem sempre ser acolhidos na comunidade cristã, amados, tratados como irmãos, com a maior naturalidade; devem ser ajudados por quem de direito na direção espiritual e na confissão a caminhar na vida fazendo o possível para seguir os preceitos do Senhor do melhor modo que puderem. Se alguma vez caírem, que procurem o sacramento da Penitência, que o Senhor nos deixou a todos como remédio para nossos males.
A questão da homossexualidade precisa ser desdramatizada pelo cristãos: somos todos feridos e redimidos por Cristo. Quem tiver suas feridas e crer em Jesus, que se aproxime dele para dele receber o perdão, a cura interior e a força para ir se superando até que cheguemos todos à estatura do Cristo Jesus. É assim que os cristãos, cada vez mais minoria, serão uma luz – luz de Cristo - num mundo em trevas, serão sal que dá sabor a esta sociedade sem graça e revelarão uma paz e uma alegria de viver que farão os de fora vez por outra perguntar de onde nos vem isto. E os que arriscarem a pergunta haverão de encontrar uma só resposta: vem de Jesus, chamado Cristo! Assim eu vejo esta questão toda... E por isso mantenho minha serenidade...
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