Igreja católica de Raikia, Kandhamal, restaurada |
Luis Dufaur
Nas florestas de Kandhamal, no estado indiano de Orissa oriental, os católicos celebraram as festas do fim de ano numa surpreendente alegria, pelo menos para Anto Akkara, correspondente do “National Catholic Register”, dos EUA.
Ninguém teria adivinhado, escreve Anto, que poucos anos atrás naquele local mais de uma centena deles havia sido sadicamente martirizada por fanáticos hinduístas.
Uma das festas católicas se realizou diante das ruínas de uma casa ainda acinzentada, onde um jovem católico aleijado foi queimado vivo naquelas sinistras jornadas.
Como se explica isso?
O soldado aposentado Rabindra Pradhan, irmão mais velho do mártir Rasanand Pradhan, 28, tem a resposta na ponta da língua:
Crescem as conversões de famílias inteiras |
“O martírio de meu irmão não foi em vão. Cerca de meia dúzia de famílias hindus estão agora participando regularmente de nossas cerimônias”.
Incapacitado para fugir, Rasanand foi o primeiro mártir que deu a vida pela Fé na pior das perseguições de cristãos na história da Índia.
Nela, além de incontáveis assassinatos, os hinduístas incendiaram 300 igrejas e perto de 6.000 casas. 54.000 cristãos ficaram sem moradia.
Hoje, entretanto, muitos dos assassinos fanáticos estão se convertendo à Fé de Jesus Cristo.
O fazendeiro Kartick Behra é um deles. “Ficamos emocionados com a fé desse pessoal, por isso decidimos nos tornar cristãos”, esclarece Behra, que vai à igreja há um ano.
“Quando eu fiquei doente, eu comecei a ir à igreja e minha doença ficou curada. Não tenho mais medo de ser atacado por aquela turma”, disse.
Furor cristofóbico queria apostasia dos católicos |
Durante os ataques anticristãos em Gadragam, alucinados fundamentalistas chegaram a pôr uma espada no pescoço de Behra, que embora fosse da mesma religião pagã, se negava a entregar as famílias católicas que acolheu em sua fazenda.
“Muitas famílias aqui agora querem se tornar católicas”, conta Behra, cuja esposa e quatro filhos também frequentam regularmente a paróquia.
O correspondente do “National Catholic Register”, Anto Akkara, encontrou testemunhas do brutal morticínio na missa de domingo na igreja de Tiangia.
“Vir à igreja me traz paz de alma. Nada vai mudar minha decisão”, explicou a viúva, Jamboti Digal.
Além das centenas de hinduístas que estão abraçando o Catolicismo em Kandhamal, há ainda aqueles que pedem perdão por terem tentado fazer apostatar os católicos pela violência.
Hipólito Nayak, aposentado católico, contou que Lakhno Pradhan, um dos líderes hindus fundamentalistas que promoveram os ataques na região de Tiangia, foi lhe presentear uma flor na manhã do primeiro dia do ano.
Ódio cristofóbico nada poupou. Mas a Providência inverteu o jogo |
“Ele pediu perdão pelo que os hindus fizeram aos cristãos. Certamente Deus está tocando seus corações endurecidos”, disse Nayak, cuja casa foi destruída durante as violências.
O Pe. Prasanna Kumar Singh, vigário da paróquia de Pobingia, contou que outro líder fanático pediu perdão pelos danos feitos à igreja católica. Esta só foi reparada e re-consagrada em 2011.
“Ele até participou na missa de Natal e apresentou frutos durante o ofertório”, disse o Pe. Singh.
O Padre Subhodh Pradhan, vigário da paróquia de Raikia, a maior de Kandhamal, confirmou que numerosos hindus manifestam o desejo de se tornarem católicos.
A conversão não é fácil, pois as leis do Estado complicam os procedimentos.
“Mas dá na mesma, pois o fato é que Kandhamal está provando que Tertuliano tinha razão”, comentou o Pe. Pradhan, ex-reitor do Seminário Menor de São Paulo, em Balliguda, Kandhamal.
Catolicismo cresce regado com o sangue dos mártires |
O historiador da Igreja Quintus Septimius Florens Tertullianus, conhecido simplesmente como Tertuliano, é o autor do célebre dito: “O sangue dos mártires é semente de cristãos”.
Isto não quer dizer que as violências cessarão. Embora tenha havido alguns assassinatos praticados por hinduístas em 2011, os crimes por ódio à Fé não mudam a determinação dos catecúmenos e o andamento da disseminada tendência à conversão.
“Os planos de Deus vão além da nossa compreensão”, disse D. John Barwa, arcebispo de Cuttack Bhubaneswar, Diocese de Kandhamal. “O que aconteceu aqui em Kandhamal foi muito dolorido. Mas não foi um retrocesso. E agora está mostrando ter sido uma bênção”, acrescentou o arcebispo.
Fonte: http://www.ipco.org.br
la eles tem a coragem de mesmo morrer e não negar. aqui muitos sé omite por quase nada!
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