- Introdução
 
Os cristãos protestantes costumam
 ensinar que Maria, Mãe de Jesus, teve outros filhos além de Nosso 
Senhor. Que o Verdadeiro Espírito Santo nos permita mostrar aos nossos 
irmãos separados a verdade sobre os “irmãos” do Senhor.
- Jesus, o primogênito
 
No Evangelho de São Lucas lemos: “Maria
 deu à Luz o seu filho primogênito” (Lc 2,7). Aqui os protestantes 
enxergam indícios de que o Senhor foi somente o primeiro filho de Maria.
 Ora, a palavra “primogênito” só significa primeiro filho, podendo ele 
ser filho único ou não.
A própria Escritura Sagrada dá 
testemunho disto, vejamos:
“O Senhor disse a Moisés: 
“Faze o recenseamento de todos os primogênitos varões entre os 
israelitas, da idade de um mês para cima, e faze o levantamento 
dos seus nomes.” (Num 3,40) .
Se para que seja primogênito é 
preciso que haja outros irmãos, como pode haver primogênitos “da idade 
de um mês para cima”?
Um outro exemplo está no livro do
 Êxodo: “e morrerá todo primogênito na terra do Egito, desde o 
primogênito do faraó, que deveria assentar-se no seu trono, até o 
primogênito do escravo que faz girar a mó, assim como todo primogênito 
dos animais.” (Ex. 11,5).
E a promessa de Deus se cumpre, 
onde lemos: “Pelo meio da noite, o Senhor feriu todos os primogênitos
 no Egito, desde o primogênito do faraó, que devia assentar-se no trono,
 até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os 
primogênitos dos animais. O faraó levantou-se durante a noite, assim 
como todos os seus servos e todos os egípcios e fez-se um grande clamor 
no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto” (Ex. 
12,29-30).
A própria tradição ensina que o 
Faraó só tinha um único filho. Desta forma, a palavra “primogênito” em 
Lc 2,7 não prova que o Senhor teve outros irmãos.
- José “conheceu” Maria?
 
No Evangelho de São Mateus lemos:
 “José não conheceu Maria [não teve relações sexuais com ela] até que
 ela desse à luz um filho.” (Mt 1,25).
Neste trecho os protestantes 
entendem que depois do parto, José “conheceu” Maria.
Quem entende o mínimo de exegese 
bíblia e cultura judaica, saberá que o Evangelho de Mateus é coberto de 
“aramaísmos”, isto é, expressões típicas da língua aramaica e hebraica, 
que quando traduzidas para outra língua não possuem o mesmo significado.
A expressão “até que”, “até” ou 
“enquanto” na linguagem bíblica, diz respeito somente ao passado. Para 
que isso fique mais claro vejamos outros exemplos na própria Escritura:
Ainda em Mateus, encontramos a 
promessa do Senhor à Igreja: “Eis que estou convosco todos os dias, até
 a consumação dos séculos.” (Mt 28,20). Será que o versículo quer 
dizer que após a consumação dos séculos, Jesus não estará mais com a Sua
 Igreja?
“Micol, filha de Saul, não 
teve filhos até ao dia de sua morte” (2 Sam 6,23). 
O escritor sagrado quer dizer que
 depois de sua morte, Micol teve filhos?
Falando Deus a Jacó do alto da 
escada que este vira em sonhos, disse-lhe: “Não te abandonarei, enquanto
 não se cumprir tudo o que disse” (Gn 28,15). 
Depois que se cumprir o que o 
Senhor disse, Ele então deveria abandonar Jacó?
Em Gênesis lemos: “[Noé] 
Soltou o corvo que foi e não voltou até que as águas secassem 
sobre a terra” (Gn 8,7). Aqui não significa que o corvo voltou após 
as águas secarem, o que se quer é dar ênfase ao fato de que ele não 
voltou, mostrando que as águas finalmente secaram.
Desta forma, em Mt 1,15, não 
significa que depois do parto José deveria “conhecer” Maria. O 
Evangelista quer mostrar aqui o milagre da encarnação do Verbo, que 
aconteceu por obra do Espírito Santo, sem a intervenção do homem (cf. Is
 7,14).
- A palavra “irmãos” na Escritura Sagrada
 
Nossos irmãos protestantes alegam
 que em diversos lugares, o Evangelho fala dos “irmãos” de Jesus, como 
por exemplo: “estando Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão 
lá fora tua mãe e teus irmãos querem ver-te” (Mt 12, 46-47; Mc 
3,31-32; Lc 8,19-20).
É importante dizer que nas 
Sagradas Letras, as palavras “irmão”, “irmã”, “irmãos” e “irmãs” podem 
denotar qualquer grau de parentesco. Isto porque, as línguas hebraica e 
aramaica não possuem palavras que 
traduzem o nosso “primo” ou “prima”, e serve-se da palavra “irmão” ou “irmã”. A palavra hebraica “ha“, e a aramaica “aha“, são empregadas para designar irmãos e irmã do mesmo pai, e não da mesma mãe (Gn 37, 16; 42,15; 43,5; 12,8-14; 39-15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23,21), primos segundos (Lv 10,4) e até parentes em geral (Jó 19,13-14; 42,11). Existem muitos exemplos na Sagrada Escritura.
traduzem o nosso “primo” ou “prima”, e serve-se da palavra “irmão” ou “irmã”. A palavra hebraica “ha“, e a aramaica “aha“, são empregadas para designar irmãos e irmã do mesmo pai, e não da mesma mãe (Gn 37, 16; 42,15; 43,5; 12,8-14; 39-15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23,21), primos segundos (Lv 10,4) e até parentes em geral (Jó 19,13-14; 42,11). Existem muitos exemplos na Sagrada Escritura.
Observamos no Gênesis que “Taré
 gerou Abraão, Naor e Harã; e Harã gerou a Ló” (Gn 11,27). E Ló 
então era sobrinho de Abraão. Contudo no mesmo Gênesis, mais adiante 
Abraão chama a Ló de irmão (Gn 13,8).
Ainda em Gn 14,12, o Evangelho 
nos relata a prisão de Ló; e no versículo 14 observamos: “Ouvindo, 
pois Abraão que seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascido 
em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã“.
Jacó se declara irmão de Labão, 
quando na verdade era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29,12-15).
Assim a qualificação de alguém 
pela palavra “irmão” ou “irmã” em relação ao Senhor, não significa 
necessariamente que fossem irmãos de fato. A única certeza que se pode 
ter neste caso é que eram parentes do Senhor.
- A quem os Evangelhos chamam de “irmãos” do Senhor?
 
Os Evangelhos qualificam algumas 
pessoas como “irmãos” do Senhor. A primeira referência que encontramos 
está em São Mateus, onde lemos:
“Não é este o filho do 
carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão
 e Judas?” (Mt 13,55).
Uma passagem correspondente 
encontramos em São Marcos:
“Não é ele o carpinteiro, o 
filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não 
vivem aqui entre nós também suas irmãs? E ficaram perplexos a seu 
respeito” (Mc 6,3).
1. A importância da expressão “uiós Marias“.
Interessante notar que São Marcos
 usa a expressão grega “uiós Marias“, em português “o filho de
 Maria“. Considerando Mateus e Lucas, observe o leitor que apenas o “o
 filho do carpinteiro” é chamado de “o filho de Maria” e não “um
 dos filhos de Maria“. Isso pode não fazer muita diferença em 
português, mas em grego é muito significativo.
Primeiramente pelo fato da mulher
 ser a última das criaturas no mundo antigo, normalmente a filiação de 
alguém sempre referenciava o pai. Por exemplo: “o filho de Jonas”, “o 
filho de Alfeu”, etc. Mas São Marcos ao falar da filiação de Cristo, não
 aponta para José, mas para Santa Maria, utilizando uma expressão que 
normalmente só era usada para designar filhos únicos.
É claro que esta ocorrência 
incomum no Evangelho de Marcos não é sem propósito. O Evangelista que 
mostrar que Cristo era o único filho de Santa Maria.
2. A Carta de São Paulo aos Gálatas
Segundo nossos irmãos 
protestantes, os supostos irmãos de sangue de Jesus seriam: Tiago, José,
 Simão e Judas. É o que o eles afirmam lendo Mt 13,55 e Mc 6,3, 
confiando que estão sendo guiados pelo Espírito Santo. Dizem ainda que 
São Paulo confirma isto, pois na carta aos Gálatas ele escreve: “Três
 anos depois subi a Jerusalém para conhecer Cefas [Pedro], e fiquei com 
ele quinze dias. E dos outros apóstolos [que estão em Jerusalém] 
não vi a nenhum, senão a Tiago, irmão do Senhor? (Gl 1,18-19).
Segundo a referência paulina 
acima, este Tiago, “irmão do Senhor“, é de fato um Apóstolo.
Segundo as listas de Mateus, 
Marcos e Lucas, existiram dois apóstolos de nome Tiago. Vejamos:
“Eis os nomes dos doze 
apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André, seu irmão. Tiago,
 filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Filipe e Bartolomeu. Tomé e 
Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. Simão, o 
cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor” (Mt 10, 2-4).
“Escolheu estes doze: Simão, a
 quem pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu 
irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do 
Trovão. Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago,
 filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador;  e Judas Iscariotes, que o
 entregou” (Mc 3,16-19).
“Ao amanhecer, chamou os seus 
discípulos e escolheu doze dentre eles que chamou de apóstolos: Simão, a
 quem deu o sobrenome de Pedro; André, seu irmão; Tiago, João, 
Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Simão, 
chamado Zelador; Judas, irmão de Tiago; e Judas Iscariotes, aquele que 
foi o traidor” (Lc 6,13-16).
Conforme podemos observar, um 
Tiago era filho de Zebedeu
 e o outro filho de Alfeu. Agora eu pergunto aos meus irmãos 
protestantes: o que tem Zebedeu e Alfeu com Santa Maria, Mãe de Jesus”
Ora, é ponto pacífico entre todos
 os cristãos que Santa Maria só foi casada com São José, e que não se 
casou depois. Portanto, este Tiago, o qual São Paulo se refere em sua 
carta aos Gálatas não era irmão de sangue do Senhor Jesus; logo, as 
palavras do Apóstolo não dão suporte à tese protestante.
3. Distinguindo os Tiagos
Primeiro é preciso fazer uma 
distinção entre os dois “Tiagos” que foram apóstolos. O Tiago, filho de 
Alfeu (cf. Mt 10,3; Mc 3,18; Lc 6,15) era também chamado de “o menor”, 
veja:
“E também estavam ali algumas 
mulheres, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena e Maria, mãe
 de Tiago o menor e de José, e Salomé” (Mc 15,40).
Este Tiago que era irmão de José,
 não é filho de Zebedeu conforme vemos em São Mateus:
“Havia ali também algumas 
mulheres que de longe olhavam; tinham seguido Jesus desde a Galiléia 
para o servir. Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de 
Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu” (Mt 27,55-56) .
Como vemos acima, a Mãe de Tiago e
 José não é a mãe dos filhos de Zebedeu. Desta forma, o Tiago chamado “o
 menor” em Mc 15,40 era o filho de Alfeu. Com efeito, tanto São 
Marcos quanto São Lucas identificam este Tiago como irmão de José.
Podemos então distinguir os dois 
“Tiagos” assim: Tiago, o Maior, é filho de Zebedeu e Tiago, o Menor, é 
filho de Alfeu.
4. Os irmãos dos Tiagos
Na lista dos apóstolos de São 
Lucas, Judas era irmão do Tiago filho de Alfeu (cf. Lc 6,16), o que 
corrobora com o livro de Ato, onde encontramos:
“Tendo entrado no cenáculo, 
subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e
 João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de 
Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago” (At 1,13) .
Segundo São Mateus e São Marcos 
este Judas era também chamado Tadeu (cf. Mt 10,3; Mc 3,18).
Até aqui os filhos de Zebedeu são
 Tiago (o Maior) e João (cf. Mc 3,16; Mt 10,2). Os filhos de Alfeu são 
Tiago (o Menor), Judas Tadeu e José (cf. Mt 10,3; Mc 3,18; Lc 6,15; At 
1,13).
5. Quem é o Tiago referido na carta aos Gálatas?
São Paulo chama um dos “Tiagos” 
de “irmão do Senhor” (cf. Gl 1,19). Vimos ele ou é um dos filhos de 
Zebedeu ou Alfeu, e não de José, portanto, não é irmão de sangue do 
Senhor Jesus.
Quem é este Tiago a quem o Santo 
Apóstolo se refere? O Maior (filho de Zebedeu e irmão de João) ou o 
Menor (filho de Alfeu e irmão de Judas)?
Em Atos lemos que o Tiago, irmão 
de João foi morto após perseguição de Herodes:
“Por aquele mesmo tempo, o rei
 Herodes mandou prender alguns membros da Igreja para os maltratar. Assim
 foi que matou à espada Tiago, irmão de João” (At 12,1-2).
Isto aconteceu depois que São 
Paulo esteve em Jerusalém para ver os Apóstolos, pois o seu relato em Gl
 1,18-19 é o mesmo evento narrado por São Lucas em Atos 9:
“Chegando a Jerusalém, [Paulo]
 tentava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não querendo 
crer que se tivesse tornado discípulo. Então Barnabé, levando-o consigo,
 apresentou-o aos apóstolos e contou-lhes como Saulo vira o Senhor no 
caminho, e que lhe havia falado, e como em Damasco pregara, com 
desassombro, o nome de Jesus. Daí por diante permaneceu com eles, saindo
 e entrando em Jerusalém, e pregando, destemidamente, o nome do Senhor”
 (At 9, 26-28).
Assim, quando São Paulo esteve em
 Jerusalém para conhecer os apóstolos, os dois “Tiagos” estavam vivos, 
mas se prestarmos atenção na seqüência entre os capítulos 1 e 2 da carta
 aos Gálatas, veremos que o Tiago referido em Gl 2,9 parece ser o mesmo 
de Gl 1,19. O capítulo 2 da carta aos Gálatas se refere ao Concílio de 
Jerusalém, narrado em At 15, quando o Tiago, filho de Zebedeu já havia 
sido morto (cf. At 12,1-2).
Com efeito, Rufino (“Comentário
 ao Credo dos Apóstolos“, 37) e Eusébio de Cesaréia (“História 
Eclesiástica“, II,23), ambos historiadores da Igreja Antiga, 
registraram a Tradição Apostólica que identifica Tiago, autor da 
Epístola de Tiago, como irmão do Senhor. É sabido que o autor da 
Epístola a Tiago, é o Tiago filho de Alfeu, irmão de Judas Tadeu (cf. Jd
 1,1), o autor da Epístola de Judas.
6. Identificando os “irmãos” de Jesus
Vimos que São Paulo dá testemunho
 da Tradição Apostólica de identificar Tiago, filho de Alfeu, como irmão
 do Senhor Jesus. Lembremos que este Tiago tem com irmãos Judas Tadeu e 
José.
Ora, exatamente os nomes Tiago, 
Judas e José que encabeçam a lista dos “irmãos” de Jesus na lista dos 
Evangelistas, lembremos:
“Não é ele o carpinteiro, o 
filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? 
Não vivem aqui entre nós também suas irmãs? E ficaram perplexos a seu 
respeito” (Mc 6,3).
“Não é este o filho do 
carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, 
Simão e Judas?” (Mt 13,55).
7. Identificando a mãe dos “irmãos” de Jesus
Para ficar ainda mais claro que 
Tiago, José e Judas são primos de Jesus, vamos identificar mãe deles.
Os evangelistas relataram que 
além da Mãe de Jesus, outras mulheres estavam próximas ao calvário. 
Vejamos:
“Havia ali [no Calvário] 
também algumas mulheres que de longe olhavam; tinham seguido Jesus desde
 a Galiléia para o servir. Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e
 a mãe dos filhos de Zebedeu” (Mt 27,55-56).
Segundo São Mateus eram elas: 
Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e José e a mãe dos filhos de Zebedeu.
 Com efeito, Tiago e José que também são irmãos de Judas Tadeu tem por 
mãe uma Maria que não é a mãe do Senhor. Os filhos de Zebedeu são Tiago 
Maior e São João, cuja mãe também estava na cena da crucificação.
“E também estavam ali algumas 
mulheres, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago o menor e de José, e Salomé” (Mc 15,40).
São Marcos eram elas: Maria 
Madalena, Maria mãe de Tiago e José que também são irmãos de Judas e 
Salomé. Em concordância com São Mateus, Salomé só pode ser a mãe dos 
filhos de Zebedeu, isto é, a mãe de Tiago Maior e São João. Novamente a 
Maria mãe de Tiago, Judas e José não é a Maria mãe de Jesus. Esta Maria 
tinha por marido Alfeu.
“Estavam junto à cruz de Jesus
 sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria [esposa]
 de Cleofas, e Maria de Mágdala”
 (Jo 19,25).
São João identifica Maria esposa 
de Cleofas como tia de Jesus, isto é, 
irmã de Santa Maria. Ora, sabemos que Tiago Maior e São João não são 
primos de Jesus, caso contrário seriam chamados “irmãos do Senhor”; 
assim, Salomé não é a Maria esposa de Cleofas.
Esta Maria, esposa de Cleofas, é a
 mãe de Tiago, José e Judas. Portanto, estes “irmãos” de Jesus, são na 
verdade seus primos, filhos de Maria, tia de Jesus.
Como na antiguidade os homens 
normalmente eram conhecidos por dois nomes, alguns acreditam que Cleofas
 é o outro nome de Alfeu. Outros sustentam a tese de que Cleofas é o 
marido de um segundo casamento de Maria, tia de Jesus. Com efeito, 
somente Tiago é referido como filho de Alfeu (ver item 2 deste artigo), 
enquanto se diz apenas que Judas e José são seus irmãos.
Sendo Alfeu e Cleofas, a mesma 
pessoa ou não, isso não oferece qualquer problema, pois de fato Tiago, 
Judas e José, são filhos de Maria, tia de Jesus; não importando se Tiago
 Menor é filho de Alfeu e Judas e José filhos de Cleofas.
8. Quem é Simão?
Em Mt 13,55 e Mc 6,3 encontramos o
 nome de Simão junto com os de Tiago, José e Judas.
Quando São Mateus e São Marcos 
elencam os apóstolos, sempre colocam o nome dos irmãos em seqüência. Ex:
 Pedro e André, Tiago Maior e João, etc.
Nestas mesmas listas, próximo aos
 nomes dos irmãos Tiago Menor e Judas Tadeu, os evangelistas citam um 
Simão: “Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. Simão, o cananeu [...]” 
(Mt 10,3-4) e “[...] Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador”
 (Mc 3,18).
Com efeito, Eusébio de Cesaréia 
em sua “História Eclesiástica” registra que este Simão era primo do 
Senhor e filho de Cleofas:
“Após o martírio de Tiago 
[menor] e a destruição de Jerusalém, ocorrida logo depois, conta-se que 
os sobreviventes dos Apóstolos e discípulos do Senhor vindos de todas as
 partes se congregaram e com os consangüíneos do Senhor ‘havia um grande
 número deles ainda vivos’ reuniram-se em conselho para verificar quem 
julgariam digno de suceder a Tiago. Todos unanimemente consideraram 
idôneo para ocupar a sede desta Igreja Simeão, filho de Cléofas, de quem
 se faz memória no livro do Evangelho (Lc 24,18; Jô 19,25). Diz-se que 
era primo do Salvador. Efetivamente, Hegesipo [historiador antigo] 
declara que Cléofas era irmão de José” (HE III,11).
- Conclusão
 
Os “irmãos” de Jesus são seus primos, filhos 
da irmã da Mãe do Senhor, cujo nome é também Maria; são eles Tiago, 
José, Judas Tadeu e Simão. Este é o testemunho da Sagrada Escritura e da
 Memória dos primeiros cristãos.







    
Seus argumentos são falhos.
ResponderExcluirMaria, a mãe de Jesus, era uma mulher que foi descrita por Deus como “agraciada”. A palavra “agraciada” vem do grego, e significa, essencialmente, “muita graça”. Maria recebeu a Graça de Deus. Graça é “favor imerecido”, que significa que é algo que recebemos apesar do fato de que não o merecemos. Maria precisava de graça de Deus, assim como o resto de nós precisa. Maria compreendeu este fato, como declara em Lucas 1:47, “E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador.” Maria reconheceu que precisava ser salva, que ela precisava de Deus como seu Salvador. A Bíblia nunca diz que Maria foi qualquer coisa além de uma mulher comum que Deus escolheu para usar de uma forma extraordinária. Sim, Maria era uma mulher correta e favorecida (agraciada) por Deus (Lucas 1:27-28). Ao mesmo tempo, Maria era também um ser humano pecador como todos os outros, que necessitava de Jesus Cristo como seu Salvador, como todas as outras pessoas (Eclesiastes 7:20; Romanos 3:23; 6:23; I João 1:18).
Maria não teve uma “concepção imaculada” – não há qualquer razão bíblica para crer que o nascimento de Maria tenha sido qualquer coisa que não seja um nascimento humano normal. Maria era virgem quando deu à luz Jesus (Lucas 1:34-38), mas a idéia de uma virgindade perpétua de Maria não é bíblica. Mateus 1:25, falando de José, declara: “E não a conheceu ATÉ que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.” A palavra “até” claramente indica que José e Maria tiveram união sexual após o nascimento de Jesus. José e Maria tiveram vários filhos juntos depois que Jesus nasceu. Jesus tinha quatro meio irmãos: Tiago, José, Simão e Judas (Mateus 13:55). Jesus também tinha meia irmãs, mas não são nomeadas e nem se conhece seu número (Mateus 13:55-56). Deus abençoou e agraciou Maria dando a ela vários filhos, o que naquela cultura era a mais clara indicação de que Deus estava abençoando uma mulher.
Uma vez, quando Jesus estava falando, uma mulher na multidão proclamou: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste” (Lucas 11:27). Nunca houve melhor oportunidade para Jesus declarar que Maria era verdadeiramente digna de louvor e adoração. Mas qual foi a resposta de Jesus? “Antes bem aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lucas 11:28). Para Jesus, a obediência à Palavra de Deus era MAIS IMPORTANTE do que ser a mulher que o pôs no mundo. Em nenhum lugar das escrituras Jesus, ou qualquer outra pessoa, dirige qualquer louvor, glória ou adoração a Maria. Isabel, parente de Maria, a louvou em Lucas 1:42-44, mas seu louvor é baseado no fato de que Maria daria à luz Jesus. Não foi baseado em qualquer glória inerente a Maria.
Maria estava perto da cruz quando Jesus morreu (João 19:25). Maria estava com os apóstolos no dia do Pentecostes (Atos 1:14). Entretanto, jamais se menciona Maria depois de Atos capítulo 1. Os Apóstolos, em nenhum lugar, dão a Maria papel proeminente. A morte de Maria não é registrada na Bíblia. Nada é dito sobre Maria subindo aos Céus, ou tendo qualquer forma de papel exaltado no Céu. Maria deve ser respeitada como a mãe terrena de Jesus, mas ela não é digna de nossa adoração ou exaltação. A Bíblia, em nenhum lugar, indica que Maria pode ouvir orações, ou que ela possa ser mediadora entre nós e Deus. Jesus é nosso único defensor e mediador no Céu (I Timóteo 2:5). Se fosse oferecida adoração, exaltação ou orações, Maria diria o mesmo que os anjos: “Adora a Deus!” (Apocalipse 19:10; 22:9). A própria Maria dá para nós exemplo, direcionando sua adoração, exaltação e louvor somente a Deus: “Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome” (Lucas 1:46-49).