31 de mai. de 2011

260 pessoas participaram do I Encontro Educadores Pela Vida

Cerca de 260 pessoas participaram neste sábado (28) do I Encontro Educadores Pela Vida, que teve como tema Afetividade e Sexualidade: Chamados ao Verdadeiro Amor. Organizado pela Comissão Arquidiocesana de Bioética e Defesa da Vida, o encontro trouxe o membro da Human Life International, Felipe Nery Martins. “Nos relacionamentos Jesus nos convoca ao amor, não ao sentimentalismo”, disse Felipe ao abrir a primeira palestra da manhã, Família: Santuário Doméstico da Igreja.

Na exortação apostólica Familiaris Consortio, o beato João Paulo II afirmou que muitas famílias “tornaram-se incertas e perdidas frente a seus deveres, ou ainda mais, duvidosas e quase esquecidas do significado último e da verdade da vida conjugal e familiar”. Felipe ressaltou essa dificuldade declarada pelo Beato revelando a mentalidade errônea que a sociedade impõe sobre os relacionamentos. “Somos educados para tratar o sexo oposto como objeto, mas na verdade buscamos outra coisa. O homem procura algo a mais, algo que só será encontrado na relação com Deus”, disse.

Diretor e professor do Colégio São Bento, em São Paulo, e pai de cinco filhos, Felipe incluiu a espiritualidade como uma das principais bases do relacionamento familiar. Os filhos veem o exemplo dos pais que oram e que passam pelas dificuldades diárias dialogando, sem agressões pessoais. A experiência diária da oração reflete nos filhos o amor de Cristo e a vontade d’Ele para as famílias e para todos os homens: a santidade.

Padre Eduardo Peters, presidente da Comissão, contribui com a reflexão de Felipe e também lembrou do Beato João Paulo II. “No II Encontro Mundial das Famílias, João Paulo II parou o discurso e disse: ‘Estou convencido há mais de 50 anos da minha vida que amar é responsabilizar-se’”. Para o padre, os membros da família precisam “do movimento contínuo de saírem de si mesmos para que haja uma experiência mais profunda do amor”.

Como ser pai, como ser mãe.

A segunda palestra da manhã, Pais Profissionais, abordou a questão profissional como o principal objetivo de realização pessoal da sociedade contemporânea, deixando a família em segundo plano. “O importante não é ser bem sucedido no trabalho, mas em casa. Precisamos ser os heróis de nossos filhos e isso implica em ações simples”, comentou Felipe.

Para o professor o ato de ouvir revela questões que estão nas entrelinhas dos relacionamentos familiares. É preciso que os pais contem histórias dos tempos de namoro, brinquem, desenhem, conversem e corrijam os filhos com caridade. Dessa forma os pais passam a ser os primeiros educadores e não delegam essa função à escola.


Os jovens e a sexualidade

Em um namoro, até onde ir? Até onde não ir? “O que você não tiver vergonha de fazer na frente da sua avó, pode fazer no namoro”, disse padre Eduardo arrancando risos da plateia. A sexualidade não é somente uma realidade que se detém a fazer coisas, mas a ser. Sobre o assunto padre Eduardo trouxe à tona o valor da moral como caminho de excelência. “A via da moral nos revela que conseguimos alcançar um algo a mais. Esse caminho dá o verdadeiro sentido da intimidade sexual: partilhar o corpo, mas também a vida juntos”.

Felipe Nery partilhou da opinião do padre ao contar os depoimentos dos adolescentes. “Principalmente as meninas se magoam com a vivência errada da sexualidade: ‘Me doeu, eu gostaria de ter aguardado’”. O diretor ressaltou que o sexo não é uma performance, mas é o resultado de uma amizade tão íntima que se quer ficar para sempre ao lado da pessoa amada.

E como falar de sexualidade aos jovens?

Ao concluir suas reflexões, Felipe Nery deu dicas aos pais e educadores de como conversar com os jovens sobre sexualidade:

O jovem tem uma sensibilidade mais visual. Produza ou procure por materiais visuais que estimulem os jovens a falarem sobre sexualidade;
É preciso saber do que o jovem gosta (música, filmes, novelas);
Crie confiança no jovem elaborando momentos de convivência, de encontro. O objetivo é conhecer o jovem para abordá-lo de uma forma mais dinâmica;
Não dê uma aula, não dê sermões, converse;
Não aborde os assuntos todos de uma vez, deixe sempre algo para depois, para motivá-los;
Siga o rico Magistério da Igreja sobre sexualidade.

Aprendizado

Pais, catequistas e educadores formaram o público do encontro. Dentre os participantes estava o casal Márcio e Karina Guedes. “Gostei e anotei o que o Felipe falou: ouvir com o coração para saber o que está nas entrelinhas. Na educação das crianças precisamos ser calmos e resgatar a alegria”, contou Karina, que é catequista e pretende se aprofundar na educação infantil.

Para Leandro Ferreira da Silva o encontro foi providencial. “Eu vim aqui para me formar e olha o que ganhei!”, disse exibindo o livro O Cristão Bem Formado, de São João Bosco. Casado há cinco anos e pai de dois filhos, Leandro reconhece que é necessário esforço e amor para educá-los. “Esse encontro precisa acontecer mais vezes, porque é essencial para as famílias”, disse.




Fonte:http://promotoresdavida.com.br/component/content/article/1-destaque/438-saiba-como-foi-o-i-encontro-educadores-pela-vida

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