2 de jun. de 2011

Mês de junho - 2º dia

O Coração de Jesus



O Coração de Jesus é o Coração de Deus, por isto é o Coração único e sublime. Quem pode compreendê-lo?
Reflitamos: aquele Coração foi formado pelo Espírito Santo, foi feito no seio imaculado da Virgem Maria, foi alimentado com a carne da puríssima e o sangue virginal de Nossa Senhora. Aquele coração cultivou a caridade divina mais ilimitada e ardente em amar Deus Pai, em amar as criaturas. Aquele coração foi justamente definido "Rei e centro de todos os corações", "abismo de todas as virtudes", "fonte de toda consolação".
Que alegria e palpitações, que trabalhos e tristezas terão atravessado o Coração de Jesus? Pensemos no desígno de Deus que abraça a humanidade e a criação a resumir em Cristo. Pensemos no mundo de acontecimentos felizes e tristes que enchem a vida de cada ser. O Coração de Jesus é coração divino, é coração cósmico, é coração universal. Registra cada movimento, mesmo imperceptível, de cada coração e de cada coisa: nada lhe pode fugir, porque "todas as coisas têm n'Ele a própria consistência" (Cl 1,17).
À sua discípula predileta, Santa Margarida Maria Alacoque, Jesus dirá desde a primeira aparição: "O meu divino Coração é assim apaixonado de amor pelos homens, que não mais podendo conter em si as chamas da sua ardente caridade, as quer propagar".
O Coração de Jesus nos ama e deseja o nosso amor. É pelo nosso amor que Ele se fez imolar: ou seja, para ter o nosso amor. E "a essência da devoção ao Sagrado Coração de Jesus - ensinava Paulo VI - consiste em considerar a honra na imagem simbólica do Coração, o imenso amor, cheio de ternura, do nosso Redentor".
Amar o coração de Jesus significa responder às exigências primárias do Amor de Jesus, que significa o Amor de Jesus retribuindo-o com o nosso amor, pelo qual Ele morreu.
Por isso, São Francisco de Assis rezava esplendidamente, dizendo a Jesus: "Eu morro pelo amor do teu amor, como tu te dignaste de morrer pelo amor do meu amor"!



O Coração do homem


Em sentido bíblico, o coração do homem é o centro vital do homem, o centro vital físico e espiritual. Afetos e pensamentos, desejos e vontades "sobem do coração" (Is 63,17).
Se pode dizer que carne e espírito confluem no coração do homem, tornando-o centro unitário de todo o homem. Mas o homem desequilibrou-se com o pecado original e continua a desiquilibrar-se ainda mais com os pecados pessoais, tornando-se uma mistura de bem e de mal, talentos e defeitos, virtudes e vícios, de paixões nobres e ignóbeis, de altas aspirações e de vergonhosas concupiscências.
Toda esta realidade do homem tem o seu ponto de encontro no coração do homem. É como se fosse recolhida e "bombeada" pelo sangue que chega e parte do coração em círculo vital para todo o organismo.
Por isso do coração do homem parte todo bem e todo mal. O próprio Jesus disse: "Bem aventurados os puros de coração" (Mt 5,8). Disse também estas terríveis palavras sobre o coração do homem: "Do coração surgem os maus pensamentos, os assassínios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias". (Mt 15,19).
O coração do homem deve ser restaurado. Nele deve morar Deus. Jesus veio para isso à terra: reportar o Reino de Deus dentro de nós. Ele trouxe a Boa Nova, o seu Evangelho para o imprimir no coração do homem. Já o dizia pela boca do profeta Jeremias: "Imprimirei a minha lei nos corações deles" (31, 33). E São José de Leonissa, um Santo franciscano, comentava este versículo, dizendo: "Então,cada cristão deve ser um livro vivente onde se possa ler a doutrina evangélica". Assim dizia São Paulo aos Coríntios: "Sois a nossa carta, escrita não com a tinta, mas com o Espírito de Deus vivo através do nosso ministério; não em tábuas de pedra, mas sobre as tábuas da carne no coração".
A folha é o nosso coração e quem escreve é o Espírito Santo através do meu ministério. Mas como se pode escrever em uma página já escrita. Se não se apaga o escrito precedente, não se pode escrever de novo. No vosso coração está escrita a avareza, a prepotência, a luxúria e os outros vícios. Como poderemos escrever a humildade, a honestidade e as outras virtudes, se precedentes vícios não forem cancelados?
Um modelo esplêndido de restauração do coração do homem é São Francisco de Assis. Não somos nós a propô-lo, mas o mesmo Jesus, que disse a Santa Margarida Maria Alacoque, indicando-lhe o Seráfico Pobrezinho: "Eis o santo mais próximo ao meu coração". Tão humano e tão sublime, São Francisco de Assis nos faz entender que maravilhosa realidade seja a transformação do nosso coração no amor apaixonado a Jesus e no amor transfigurado a todas as criaturas. Eis como se deve tornar o coração do homem: um coração novo, todo amor, humildade, paciência, dolura, força, sacrifício...
O coração de Jesus queira nô-lo conceder neste santo mês.

Propósito:

- Ler todo dia uma página do Evangelho e imprimí-lo no coração.
- Rezar estas orações (clique aqui).

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