13 de jun. de 2011

Mês de junho - décimo quarto dia

Coração Dulcíssimo




A doçura do Coração de Jesus surge sublime das páginas evangélicas sobre o filho pródigo (Lc 15, 11-32), sobre a ovelha perdida (Lc 15, 1-7), sobre a galinha choca que reúne os pintinhos ( Lc 13, 34), sobre os milagres da ressurreição de Lázaro (Jo 11, 1 - 46) e do filho da viúva de Naim ( LC 7, 11-15).

A doçura do coração de Jesus revestiu de amabilidade a figura de Jesus, as suas ações, os seus modos, as suas palavras. Com exceção do gesto de mandar embora os Mercadores do Templo (Mt 21, 12-13), e as severas normas contra os 'escribas e fariseus hipócritas' (Mt 23, 1-38), e contra Pedro, que lhe foi pedra de escândalo (Mt 16, 23), Jesus demonstra possuir um coração doce e bondoso em medida sem medida. Até o apóstolo traidor, Judas Escariotes, no próprio momento da traição, Jesus dirigiu sua palavra de sofrimento e reclamou docemente: "Judas, com um beijo tráis o Filho do Homem?". (Lc 22, 48).

Na vida do Santo Cura D'Ars lemos que alguns fiéis, ao vê-lo, exclamavam: "O que terá sido a vida de Jesus se o nosso Cura é tão bom?". Ainda mais na vida de São Francisco de Assis lemos que alguns frades chegaram a chamá-lo não mais Frei Francisco, nem Pai Francisco, mas "Madre Caríssima", porque a ternura do Santo Pobrezinho era verdadeiramente materno e dulcíssimo. Se o coração de uma criatura humana pode chegar a ser dulcíssimo, a medida a se usar para a doçura, a bondade, a benevolência do Coração de Jesus é a infinitude. Todo cálculo será ainda inferior à realidade. O Seu Coração dulcíssimo fazia exclamar às almas místicas: "Ó Doçura das doçuras!".

Tinha razão a ardente Santa Catarina de Sena, que repetia sempre, verbalmente e por escrito: "Jesus doce, Jesus amor!". E Santa Gema Galgani, em êxtase, repetia o nome adorável de Jesus com doçura tão inexplicável e com uma ternura interminável. Pena que nós, com  a nossa insensibilidade de coração, fechamos a porta à experiência mais íntimada união de amor com Jesus, que nos faria descobrir a infinita ternura do coração que, como diz São Paulo, " pois n'Ele habita corporalmente a plenitude divina" (Cl 2, 9), ou seja: de toda doçura e bondade.


Coração amargo


Quanto amargor existe no coração do homem! Um amargo mau, capaz de amargurar a própria vida e a do próximo com amarguras profundas. Entre pais e filhos, em esposos e esposas, parentes e conhecidos, entre amigos, estranhos e inimigos.

Encontrar um coração amável e sereno, do qual não se espera amargas surpresas, é muito raro nesta pobre terra. Os corações dos pais confiam e esperam nos filhos; mas quantas amarguras não recebem deles? O coração dos filhos confiam nos pais; mas quantas vezes os pais amarguram  os filhos, desfrutando-os apenas aos próprios interesses?

O egoísmo e o orgulho, a ambição e o ressentimento são antenas do coração prontas a captar toda falha do irmão e à qual reagir com amargos ressentimentos ('eu não merecia isto!'). Antenas prontas a captar cada mínima ocasião de interesse e satisfação, em desfrutar sem reservas por quem quer que seja. O filho pródigo que entrevê poder dar-se à boa vida e ao divertimento, não se dá conta da dor que causou ao coração do pai pelo seu afastamento. O que a ele contava era apenas as satisfações de suas baixas vontades.

Por que São Francisco de Assis teve que sofrer tanto por causa do pai? Porque desejava somente satisfazer sua ambição de ter um filho rico e respeitado pelo mundo sem se dar conta das nobres aspirações do filho, em viver do Evangelho com heróica fidelidade. Pela mesma razão, Santa Clara de Assis, Santa Tereza de Ávila, São Tomás de Aquino e Santo Estanislau Kostka, tiveram que fugir de casa para poderem seguir a Jesus e à vida religiosa.

Quando o coração do homem segue os impulsos da carne, do egoísmo e se torna a sua lei amarga e dura. E se vêm contrastado os próprios interesses, se solta a mola da aversão e as relações ficam tensas e carregadas de amarguras recíprocas. Amargos ressentimentos, amargas palavras, discursos e atitudes amargas. Pobres homens que se amarguram uns aos outros!

Devemos aprender a substituir o amargor do egoísmo pela doçura da Caridade. Assim será difícil ter inimigos e possuiremos muitos amigos, como diz o Espírito Santo: 'a palavra doce multiplica os amigos e acalma os inimigos'. (Eclo 6, 5).

Olhemos ao Coração dulcíssimo de Jesus. Aproximemo-lhe o nosso coração. Queira Ele torná-lo amável e doce como o Seu.


Propósitos:

- Perdoar de algum modo quem nos amarga.
- Ter o coração mortificado.
- Rezar as seguintes orações: (clique aqui).

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