7 de dez. de 2011

Chalita, Dilma é favorável à descriminalização do aborto.


Por Wagner Moura.


Em entrevista ao Portal IG, publicada na terça-feira, 06 de dezembro, o deputado Gabriel Chalita (PMDB/SP) contou que atualmente “paga o preço por apoiar Dilma” nas eleições de 2010. Ele se queixou, mais uma vez, do que considera ter sido uma rede de boatos sobre a posição pró-descriminalização do aborto, clara e evidente, defendida pro Dilma Rousseff. Mas, ora rei menino, será que você foi a única pessoa que nunca assistiu ao vídeo a própria Dilma Rousseff, na sabatina da Folha, declarando-se favorável à descriminalização do aborto?

Pois bem, ei-lo agora anexado à própria entrevista dada ao portal IG. Agora é impossível dizer que não sabia, que nunca viu, que não é nada disso.

Ao contrário do que diz Chalita na entrevista, Dilma não simplesmente fez a brincadeira de palavras que todo abortista faz ao dizer que aborto é “problema de saúde pública”… Não foi isso que ela fez! Ela foi clara, ela foi direta para a Folha de S. Paulo: “Eu acho que tem de haver descriminalização do aborto. Hoje, no Brasil, isso é um absurdo que não haja.”

E ainda que ela jamais tivesse cometido o maior erro da vida dela ao gravar esse vídeo para a Folha de S. Paulo, o partido dela, o PT, tem por seus próprios estatutos a obrigação de militar pela legalização do aborto no país. Se Dilma fosse contrária à descriminalização do aborto, saberíamos de qualquer empenho dela para mudar os estatutos do PT.

Em nenhum momento o movimento pró-vida do Brasil, formado por católicos e não católicos, articulou-se de forma a espelhar outra posição do deputado Gabriel Chalita senão aquela publicamente conhecida, contrária à legalização do aborto. Dizer que “uma rede de boatos” espalhou qualquer outra posição dele simplesmente não é verdade.

Questionamos sim a subserviência de um político católico a um partido declaradamente pró-aborto, a políticos pró-aborto, a candidaturas que em *nada* favorecem a promoção da vida humana segundo crê o cristianismo.

Erra o deputado Gabriel Chalita ao insistir na insustentável defesa de Dilma Rousseff no que diz respeito à posição pública que ela tem sobre o aborto: ela é, sim, favorável à descriminalização do procedimento que MATA crianças no útero. Se ela tem a mínima noção do que defende, aí é outra história. Mas o ponto é que, sim, ela defende o que todo abortista defende.

Não há boatos sobre isso, Chalita. É lamentável que mesmo após tudo o que aconteceu você insista em ridicularizar as pessoas que se opõem ao aborto, sendo você mesmo um homem pró-vida, como diz ser.

Pra que isso? Só pra ser prefeito de São Paulo? O custo desse “sonho” parece ser alto demais para um homem pró-vida, Chalita…

É meu desejo sincero que você possa refletir sobre o que está fazendo consigo mesmo. Conosco nada mais faz… Em nada mais nos afeta pois estamos um passo a frente. No Brasil, graças a Deus, essa tem sido a nossa história: estar um passo a frente tanto daqueles que defendem a cultura da morte quanto daqueles que são seus servos úteis conscientemente ou não.



É um erro grotesco imaginar, como faz no vídeo acima, que somos “um grupo restrito”, um monte de “fundamentalistas perigosos”, “uma parte”, “espalhadores de ódio”… A boca fala do que está cheio o coração. E de um coração que quer vingança para ter respeito de seus desafetos políticos não nos surpreende que partam tantas palavras que visam simplesmente desqualificar pessoas.

Nós somos belos, Chalita. E por certo há um perigo na beleza. O perigo da verdade! Mas em nada esse perigo se assemelha ao fundamentalismo grotesco o qual você infelizmente nos imputa.

Nós somos belos, Chalita. Somos pais, somos mães, somos irmãos, somos filhos, somos poetas, somos matemáticos, somos professores, somos esportistas, somos estudantes, somos namorados, somos jovens, adultos, idosos e crianças, somos carismáticos, somos das pastorais sociais da Igreja, somos de outras religiões, somos políticos… Somos muito mais que os rótulos de desqualificação que criam para nós e que em breve sequer servirão para enquadrar, fichar e deter a multidão que somos.

Somos a primavera, Chalita. E quem poderá nos ferir sem espalhar todo nosso perfume e nossa beleza?

Eu sinto muito por suas palavras equivocadas, pelo seu agir semelhante àqueles que estão do lado errado da História, sentados à roda dos escarnecedores.

Nós seguiremos na alegria indizível contra todo medo e desconfiança que desonestamente lançarem sobre nós.

Pela verdade, pela vida.

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